Iave Exames Nacionais 6 Ano 2020

State University of New York at Brockport - A FORMA DE VIDA DISTINTAMENTE HUMANA Falarei um pouco da forma humana de vida. Onkar tinha indicado que uma teoria política é sempre baseada numa visão do que é uma boa vida para um ser humano, o que é viver bem para ele. Depois, a teoria política prossegue falando sobre como tal vida pode ser alcançada numa sociedade, como ela pode contribuir para essa vida, e que tipo de ordem ou instituições são necessárias. Então, falarei o que é uma boa vida para um ser humano, de modo geral, qual é a forma humana de vida. Por minha perspectiva, e pela visão objetivista, é entender o significado de uma boa vida, e o que é particular da forma humana de vida leva diretamente ao que seria uma boa vida para um ser humano. Essa palestra será um resumo de pontos-chave em ética, focadas nos pontos que serão relevantes para as próximas apresentações, privando-me das tecnicalidades. E aqui seguem algumas das questões que serão respondidas pelo que direi a seguir. Então, a forma humana de vida. A vida em geral é um processo, conforme Rand o descreveu, e creio que seja uma formulação profunda: "a vida é um processo de ação autossustentável e autogerada". Uma coisa viva é envolvida num processo de tomar ação, ação vinda de si própria, produto de sua própria energia, focada em sustentar a si mesma em todos os seus processos. Isso pode incluir reprodução e a passagem de tal processo às gerações e assim por diante. Mas a vida é um processo, uma ação, algo que é feito, um processo de sustentar essa mesma vida. E diferentes coisas vivas têm vidas diferentes. Cada organismo individual, cada um dentro dessa sala, cada planta, animal, bactéria está envolvido num processo que lhe é particular para sustentar a sua vida. Mas existem semelhanças: espécies distintas de coisas vivem da mesma forma. Mesmo que cada planta individual tenha seu processo particular, existe um processo comum para cada espécie de planta ou animal, e existe um processo geral para cada ser humano. Cada organismo tem faculdades pelos quais age que ajudam em seu sustento, pelas quais dirige suas ações em direção a objetivos, a realização dos quais o mantém vivo. E para um ser humano, a faculdade fundamental pela qual vivemos é a razão. E quero falar a respeito do que isso significa, o que significa a razão ser a faculdade de sobrevivência. E existem diversos componentes que gostaria de destacar. Primeiro, e talvez o mais simples, é que a razão é a faculdade produtiva. Todas as coisas que precisamos para viver: comida, abrigo, roupas, energia, carros, que nos permitem viver numa escala bem maior, com muito mais segurança, computadores, voltando ao básico com comida e abrigo, todas essas coisas precisam ser criadas por nós, e é a razão que nos permite criá-las, descobrindo como produzi-las, e quais processos seguir para tal. E podemos pensar na razão como a faculdade que nos permite realizar os nossos valores, nossos objetivos, direcionando-os na criação do que precisamos para viver. E você pode pensar em raciocínio instrumental, para vocês que têm um perfil mais filosófico, onde esse tipo de raciocínio é descrito em detalhes. A razão não é apenas a faculdade produtiva, mas também a faculdade valorativa. Mas a razão não nos ajuda apenas fazer, alcançar ou adquirir fins que são predeterminados independentemente da razão. É via a razão que temos fins, para início de conversa. Gosto de dizer que a razão concebe e coordena valores. A maioria das coisas que os seres humanos persegue para sobreviver são coisas que ninguém perseguia 100 anos atrás, certamente, não 1000 anos atrás: novos smartphones, etc, mesmo voos transatlânticos, hotéis, coisas que são objetivos em vida, pelos quais trabalhamos e usamos para nos sustentarmos não são coisas que os humanos automaticamente trabalharam ou desejavam, mas que nós criamos. E cada um de nós cria uma vida para si próprio. Valores não são coisas que são fins automáticos, e depois aprendemos como perseguir; o que temos automaticamente é que existem fatos sobre nós, que viveremos e morreremos em certas condições, que sentiremos dor em certas situações, mas não em outras; o mecanismo de dor e prazer. Nascemos com muitos sistemas, mas nenhum deles são objetivos; E nenhuma dessas coisas nos direcionam a fins; O que temos de fazer é notar as redes de causa e efeito que ocorreram no passado, notar nossas habilidades e necessidades que temos; descobrir coisas que podemos ir em busca para nossa felicidade, que coisas que nos ajudarão a viver. E, de fato, o que nós, seres humanos, precisamos fazer é criar uma vida para si mesmo que consiste na busca de um tipo de constelação de valores e objetivos que, juntas, ajudam o indivíduo a perseguir seus objetivos. E isso deve ser feito por cada indivíduo, ou se evadir desse esforço. Isso me leva a uma de suas questões: qual é a natureza do homem? Rand fala muito da natureza humana. A razão é uma grande parte dela, mas existem outras também. Analisando muitas das questões, as outras partes que as pessoas normalmente têm em mente são emoções, objetivos, talvez partes de nós que são inerentemente irracionais. Falaremos mais disso na seção de perguntas e respostas, pois não creio que tenhamos impulsos inatos irracionais, mas, na verdade, nossos objetivos são produtos de nosso pensamento, eles não são automáticos. E você pode ver isso ao ver quão distintos são os objetivos que as pessoas perseguem hoje, em comparação aos objetivos que perseguiam 100 anos atrás, e também a diferença de fins de um lugar para outro. Existem similaridades abstratas no caso de sucesso, mas isso porque existem amplos princípios abstratos que um indivíduo precisa para a vida ter sucesso, para ser autossustentável. Mas não creio que exista um conjunto de coisas que somos "levados" a perseguir, e podemos falar disso no futuro. Além da razão ser nossa faculdade produtiva e nossa faculdade valorativa, aqui segue um ponto que tenho falado, o fato de nossos valores serem diferentes dos valores de nossos antepassados, de modo concreto, o que comemos, para onde vamos. A razão permite e demanda uma forma dinâmica de vida. Em contraste, analise algumas formas de vida que são estáticas. Aqui temos duas cabras brigando por comida, e me esqueci do nome dos animais na foto de baixo que estão brigando por um ratinho. Mas o processo pelo qual esses animais vivem, é um tipo de processo fixo que demandam inputs fixos. Eles pegam algo de seu ambiente, consomem essas coisas, vivem nelas, usam-nas de determinadas formas geração após geração. E se houver menos coisas para todos esses animais, como é comum na natureza, eles competem e lutam por elas, e os mais fortes sobrevivem. Animais têm uma forma estática de vida que usa inputs estáticos. Mas não é assim com os seres humanos. Os seres humanos não apenas batem cabeças por qualquer gramínea está disponível para nós, a saber, pelo menos não precisamos fazê-lo. Nós plantamos, e não apenas comemos o que achamos ao nosso redor, mas plantá-los novos alimentos, e alteramos a terra para que nos permita sustentar a agricultura, adubando-a, preparando-a. E, realmente, criamos maquinário para alterar a terra de formas impactantes. Realizamos química complexa (essa é uma fábrica de amônia), e quando a terra para de ser fértil, descobrimos formas de torná-la fértil novamente, produzindo fertilizantes. E seguimos, de modo que não temos inputs estáticos pelos quais brigamos, esses inputs da vida humana. Em vez disso, e aqui temos a razão em suas funções produtiva e valorativa, podemos desenvolver novas coisas para alcançar, e novas formas para satisfazer nossas necessidades. A razão nos permite viver dessa forma, e demanda que vivamos dessa forma. Se tentarmos viver como um animal, perseguindo a mesma coisa geração após geração, o tipo de vida que Rand chama de "vida de saqueador", não teríamos êxito. Um ponto final sobre a razão e seu papel em nossa vida: a razão é um atributo do indivíduo que opera pela escolha. É pela faculdade da razão que concebemos valores a serem alcançados, e pela qual os perseguimos; pela qual criamos objetivos, objetivos que sustentam a vida, cuja realização ajudará na formação de nosso "eu". É pela faculdade da razão que produzimos tais metas, e é por causa dela que podemos nos focar na conquista delas, e é apenas o ser humano que é capaz de fazer isso. Mas cada ser humano tem, de forma fundamental, fazer isso sozinho. A faculdade que nos orienta, pela qual valoramos, preocupamo-nos com as coisas, a faculdade que nos informa para que possam vir a formar nossa vida é uma faculdade que cada um de nós tem de forma separada. Não há uma grande razão coletiva da qual podemos tirar proveito, que poderá nos orientar. E é uma faculdade que cada um tem de operar individualmente. Sim, podemos colaborar e cooperar entre si, mas tal cooperação e colaboração depende de cada membro, individualmente, fazer o pensamento envolvido. Com tudo isso em mente, permita-me analisar algumas de suas perguntas. Que tipo de "egoísmo" Ayn Rand defende? Ela escreveu um livro "A virtude do egoísmo", os objetivistas são pró-egoísmo. Como os objetivistas definem autointeresse? Ele pode diferir de pessoa para pessoa? Como valores são individualistas, como a razão é individualista, pois a razão é a faculdade pelo qual formamos valores e os alcançamos, e tal faculdade é uma faculdade particular, e só pode ser exercitada por cada organismo individual, com sua mente individual. Valores existem apenas como valores de alguém. Cada pessoa tem seus próprios valores, e só podem orientar a sua própria vida. E, de fato, se ele deseja que sua vida tenha direção, se quiser que ela tenha seguimento, o próprio indivíduo desenvolve valores que sustentarão a sua própria vida através da realização deles. Você não pode valorar para um terceiro, ou esperar que um terceiro valore em seu lugar. Nesse sentido, viver uma vida humana, uma vida que tem valores, uma vida em que você está perseguindo coisas, em oposição a uma vida em que está se evadindo disso, seguindo um tipo de inércia, repetindo os passos dos outros, geração após geração, fazendo o mesmo que seu vizinho, você não está vivendo uma vida que seja sua, não está usando a razão. Se você não quer seguir os outros, optando por pensar, criar valores e persegui-los, você pode apenas pensar, criar valores e persegui-los para si mesmo, os seus próprios valores, criados por você, considerados fundamentais para a sua vida, e que serão perseguidos por você, individualmente. Se analisarem os romances de Ayn Rand, é esse tipo de egoísmo presente em seus heróis. Eles são pessoas que vivem para si próprios e seus valores, engajados no processo de vida para eles próprios, sustentando suas vidas por seus próprios esforços em busca de seus valores. E isso difere entre as pessoas na questão dos concretos: meus valores serão distintos dos seus, minha carreira, minha esposa, minha comida favorita, o lugar onde desejarei morar. Nesse sentido, o autointeresse de cada indivíduo é diferente, afinal, é o "seu" interesse. Mas numa forma mais abstrata, existe um tipo de vida, existem princípios que qualquer vida humana, para ser autossustentável, egoísta e exitosa, tem de seguir. Doutra forma, não será autossustentável. Nesse sentido, num nível mais abstrato, existe um conjunto de valores definidos pela ética, e falaremos deles e das virtudes em alguns minutos. Outra de suas questões tem relação a isso. Os objetivistas pensam que os humanos são egoístas por natureza? Não, não acredito nisso, nem Rand acreditava nisso. Muitas pessoas não são egoístas, pois muitas pessoas não estão envolvidas nesse processo de engajar sua mente para desenvolver valores, comprometendo-se com esses valores, assegurando que sejam mutuamente complementares e coerentes para uma vida que é autossustentável, direcionando-os para tais valores. Isso é algo que só pode ser feito pela razão, e a razão é uma faculdade que cada um tem de engajar por escolha, sustentando-a e prosseguindo por escolha. As pessoas não fazem isso de forma automática, e se você não faz isso, você não é egoísta, e muito menos está vivendo uma vida totalmente humana. Você está fazendo o que Rand chamou em "A nascente" de "vida de segunda mão", e palestrei noutra conferência sobre o seu "código do criador", que pode ser vista no YouTube. O egoísmo é sempre uma conquista. É uma conquista formular o seu próprio interesse. Seu interesse não é apenas o que você pode querer num determinado momento, pois sabemos que podemos querer coisas que são ruins para nós. É uma realização mesmo formular um autointeresse, isto é, uma visão consistente do que você quer na vida, que conjunto de coisas você deseja para sua vida que são boas para você, no sentido que lhe ajudam continuar a viver como alguém que está conquistando coisas. Mesmo ter um autointeresse é uma conquista, imagina persegui-lo de forma consistente, e isso não é "natural" no sentido de ser algo que fazemos automaticamente. Então, o individualismo presente no Objetivismo, o foco no egoísmo e na ideia de que devemos viver como um indivíduo, pois só podemos raciocinar em nosso próprio nome, deriva da ênfase na racionalidade, na ênfase da razão como meio de sobrevivência. Mencionei anteriormente que, apesar de cada ter seus próprios interesses, sua própria vida, que é diferente da vida dos outros, existem princípios que definem qual é o tipo de vida "humana", que tipo de vida está disponível para um ser humano, que tipos de vida você pode criar para si próprio, que tipos mais amplos de ação podem alcançar valores que são consistentes com a vida humana. E é aqui que, para resumir, temos as virtudes. As virtudes são categorias de ação que podem alcançar valores consistentes com a vida humana. E não falarei muito dessas virtudes por uma questão de tempo, mas cada uma delas é um reconhecimento de algum fato sobre nós, equivale a reconhecer um dado fato sobre você, sobre a realidade, e da relação entre as duas coisas, respeitando tal fato na forma como você usa a sua mente para guiar a sua vida. Racionalidade é a virtude de respeitar o fato de que o mundo é o que é, que a existência existe, que você querer algo não o fará "acontecer", e que você fingir que o mundo é diferente, não fará com que ele mude por seus caprichos. Significa que você tem de usar a sua mente para conhecer o mundo. Produtividade... Focarei em três aqui, racionalidade, produtividade e independência; produtividade é o reconhecimento que os valores requeridos para a sua vida, não "aparecerão" para você: você precisa selecioná-los, desenvolvemos e fazer algo para torná-los realidade. E é assim que vivem os seres humanos: não esperando valores prontos a serem encontrados na natureza, tomando-os para si, mas sim, concebendo-os, agindo para conquistá-los, para torná-los realidade. Independência é o reconhecimento do fato de que ninguém mais pode fazer isso por você, pois a razão é uma faculdade individualista, uma faculdade pertinente a cada indivíduo, e que opera por escolha, portanto, se irá operar em você, ela deve ser operada por sua razão, por sua escolha. O que isso significa, então? E isso nos leva a adentrar o campo da política. Como um objetivista pensa que você deveria interagir com os outros? "O princípio social básico", escreve Rand em "A ética objetivista", "é que como a vida é um fim em si mesma, todo ser humano é um fim em si mesmo, não meio para os fins ou o bem-estar dos outros. Portanto, tal homem deve viver para o seu próprio bem, nem se sacrificando pelos outros, nem sacrificando os outros para si próprio." Se a forma que vivemos, na medida em que vivemos, na medida em que vivemos uma vida humana, algo que temos de fazer por escolha, não podendo esperar que alguém assuma as rédeas para que então possamos viver. Se viver uma vida humana é algo a ser feito de forma "egoísta", pois o processo pelo que vivem os seres humanos é egoísta, um processo individualista, um processo de desenvolver e conquistar valores por sua própria conta, então é um processo pelo qual cada pessoa tem de viver por si mesma. E se você tentar viver com outras pessoas, terá de respeitar essas outras pessoas, o fato de que elas também estão tentando viver para si próprias, de que não estão "lá para você", mas para si mesmas. Afinal, o que você pode esperar obter dos outros, é um benefício oriundo de elas realizarem o seu processo de vida, de viverem como seres humanos. Seres humanos são chamados de criaturas produtivas, pois não perseguem um conjunto estático de bens que estão no mundo a serem encontrados, e que se tal conjunto se esvai, morremos. Como um coala que só pode comer eucalipto e, que se não houver eucalipto, ele estará em sérios problemas. Podemos brincar de eucalipto, mas descobriremos outra coisa que possamos comer, ou como transformar um continente para que possamos plantar quando antes não poderíamos. É isso que seres humanos fazem, pois somos produtivos. Mas, por causa disso, existe muito a ganhar do relacionamento com outros humanos. Eles estão no negócio de produzir valores, e não apenas de consumir valores disponíveis no momento. Eles são capazes e fazem isso na medida em que cada um estiver vivendo por sua própria conta. Se você deseja viver junto com outras pessoas, colhendo os benefícios da produtividade e das descobertas de outras pessoas, isso só é possível se o fizer no princípio de reconhecer que cada pessoa é e deve fazer o mesmo por si própria. E como você, então, lida com outras pessoas? O princípio é a troca. "O princípio da troca é o único princípio ético-racional para todos os relacionamentos humanos, pessoais e sociais, particulares e públicos, espirituais e materiais. É o princípio de justiça." "Ele trata com os homens por meio de uma troca livre, voluntária, não-forçada e não-coagida. uma troca que beneficia ambas as partes por seu próprio julgamento independente." E a essência da interação humana segundo Rand é a troca, e a "troca" são duas pessoas, independentes entre si, escolhendo egoisticamente envolver-se com a outra, devido a algo que ela espera ganhar para si. E o óbvio caso paradigmático de uma troca onde eu lhe dou um objeto e você me dá outro, uma forma de escambo, o que estamos trocando é: você tem um bem que creio que fará a minha vida melhor, e eu tenho um bem que você crê que tornará a sua vida melhor, isto é, ambos pensam que a troca será benéfica, logo, cada um continua capaz de seguir seu próprio caminho, pois a pessoa A respeita o fato de que a pessoa B é uma entidade independente, levando a sua própria vida com vistas aos seus valores, e estamos interagindo quando ambos percebem que haverá benefício mútuo. Isso é troca num sentido óbvio e material. Mas o mesmo se aplica em relacionamentos espirituais, e em todos os outros, Rand crê que o mesmo se aplica: ambas devem estar aí porque cada um reconhece que se beneficia dele, e que a outra parte aí está pois a outra parte pensa que se beneficia também. Esse é o princípio da troca. Se interagimos como negociantes, não é preciso sacrificar os seus próprios interesses para coexistir em sociedade. Não há, pensa Rand, conflitos de interesse entre homens racionais. E por que não? Porque os humanos não são criaturas que tomam e consomem um conjunto estático e fixo de valores, mas criaturas que criam novos tipos de valores que não existiam antes. E, então, trazem-nos ao mundo real, factual. Desenvolvemos novas coisas que ajudam os seres humanos a sobreviver na Terra. X me ajudou a sobreviver, mas produtos que podem melhorar a vida humana, torná-la mais próspera, capaz de ter sucesso noutros contextos. Tudo isso vem ao mundo. Cada vida é uma vida de criação de valor, não de seu consumo. E cada pessoa ser capaz de fazer exatamente isso é algo bom para os outros. Se você acha que seu interesse está em conflito com outrem, o seu interesse está em conflito com o interesse "racional" de outrem, se você acha isso, é porque você tem uma visão muito estreita do que está, de fato, em seu interesse. É porque você acha que é do seu interesse torná-lo, de alguma forma, seu escravo ou servo, mas você não está se dando conta de que os valores disponíveis a serem obtidos de outra pessoa só existem na medida em que aquela pessoa está vivendo por sua própria conta. E há um artigo muito bonito que não tenho como ler aqui chamado "O conflito dos 'interesses' dos homens", de Rand, e "conflito" está entre aspas pois ela não crê que exista real conflito onde ela fala de casos em que parece que as pessoas têm conflitos de interesse. E em todos os casos, ela acha que as pessoas pensam assim pois elas têm uma concepção muito estreita ou convencional de quais valores devem ser perseguidos numa determinada situação, e não estão pensando nos valores de forma criativa, racional e dentro do contexto total de tudo que deve ser levado em conta na reflexão de se a coisa X vale a pena ser feita ou adquirida. Tenho certeza que haverá muitas outras questões. Mas, para mencionar a citação central aqui: A ética objetivista sustenta que o bem não requer sacrifício e não pode ser alcançado pelo sacrifício de ninguém; que os interesses racionais dos homens não se chocam; que não há conflito de interesses entre homens que não desejam o imerecido, que não fazem sacrifícios, nem os aceitam, que se tratam entre si como comerciantes, trocando valor por valor." "Desejar o imerecido" é esperar que valores venham até você, independentemente de sua ação para conquistá-los. Mas é algo a ser reconhecido para se criar uma vida, para sobreviver no longo prazo, para explorar as circunstâncias que estão abertas para um ser humano. Valores não veem até você. Afinal, a vida é o processo de criação de valores, de modo que se espera que você os conquiste, os produza; e não que os saqueie do ambiente como um animal. Mas se você aceita o dito por Rand aqui, não há conflitos de interesse. Você não vê outras pessoas como coisas a serem sacrificadas, e não vê necessidade de se sacrificar, caso formule seus valores segundo esses princípios que temos discutido. Creio que existe uma questão: "onde eu começo e os outros terminam?" Todavia, essa questão deve ser respondida em conexão com... Creio que seja melhor parar e responder perguntas... Talvez Onkar queira juntar-se a mim, pois não houve a chance de responder perguntas depois do primeiro segmento... Posso começar? Antes você mencionou a visão de Rand de que todo indivíduo é um fim em si mesmo, e você poderia esclarecer a diferença entre a visão objetivista de que todo mundo é um fim em si mesmo, e a visão kantiana de que afirma algo similar? Immanuel Kant, que alguém mencionou no dia de ontem, e o filósofo de quem Rand não gostava nenhum um pouco, famosamente, em uma de suas várias formulações do seu "imperativo categórico" ou princípio moral básico, é que você sempre deveria tratar a humanidade, seja em sua própria pessoa, ou na pessoa do outro, como um fim, e nunca apenas como um meio, que você deveria tratar outras pessoas e a si mesmo como fins em si mesmos. Creio que o que Kant queira dizer com "tratar as pessoas como fins" é que você tem de tornar os fins delas parte dos seus, tratando os fins delas no mesmo nível que os seus. Kant não tem a ideia, e creio que muitos filósofos não têm uma ideia clara de que vivemos por e para nós mesmos, no sentido que Rand entende que somos, que você está criando valores que formam a sua vida, e que está criando o fato de que são valiosos. Quando Rand fala de cada pessoa ser um fim em si mesmo, ela se refere neste sentido, de que cada pessoa é independente, engajando-se por conta própria no processo de viver, e que se quisermos lidar com elas, temos que respeitar de que é isso que elas estão fazendo no sentido de que elas estão vivendo para si próprias, e que isso é bom, e temos que respeitar, para que possamos derivar valor daquela interação. O que Kant diz é que temos que tratar os valores dos outros como no mesmo nível dos seus, mas num sentido distinto, agregando um conceito de dignidade, e o que Kant espera que você faça, o que é tratar alguém como a humanidade de todos como fins em si mesmos, equivale a tratar a habilidade dos outros reconhecer e aderir a um ideal moral como um fim em si próprio, e o mesmo você tem que fazer com respeito a si próprio, e é por isso que você não tem permissão para viver em prol de sua própria felicidade. Grande palestra, agradeço. Parece que a imaginação, além da própria razão, é requerida para que lidemos racionalmente com um futuro que só está em nossa mente. Você acha que a razão trabalha em sinergia com a imaginação na medida em que ambas são igualmente produtivas? Ou que talvez a imaginação pode superar a razão como na famosa citação de Einstein: "imaginação é mais importante do que conhecimento"? Você quer responder? Creio que a imaginação seja um aspecto da razão. A visão objetivista é a razão sendo a sua faculdade conceitual, e o que os conceitos permitem-lhe fazer é ir além de seu ambiente e circunstâncias imediatos. Um animal percebe o que aqui e agora. Conceitos lhe permitem universalizar, olhar para o tempo, passado, presente e futuro, ser capaz de olhar e pensar no futuro como um aspecto de sua imaginação, projetando concretamente coisas que podem vir a ser. É um aspecto do que os conceitos lhe possibilitam realizar. E se é certo pensar que a faculdade racional é a faculdade conceitual, a imaginação é um aspecto da razão, e não um poder separado e concorrente à razão. Mas é crucialmente importante projetar alternativas ao que já existe na prática, pensando criativamente. Você quer dizer que a imaginação é como uma subcategoria da razão nesse sentido? -Creio que seja um aspecto. -É uma parte dela. Você pode pensar na imaginação como a habilidade de projetar alternativas, projetar imagens em sua mente, o significado original dessa palavra. Poder-se-ia dizer que os animais também têm essa capacidade quando projetam onde estará a bolinha, e por isso que o cachorro corre para o lugar certo, como Aristóteles e outros pensavam. Se usarmos "imaginação" nesse sentido não é útil. Ela é útil para pegar um frisbie, mas não útil para criar obras de arte, centrais elétricas ou iPhones. Se mesmo pensarmos nela como a habilidade de projetar alternativas, o que nos permite fazer isso e trazer à realidade alternativas interessantes que não iguais a coisas que já vimos, são os conceitos, logo, a razão. Olá. Na ética objetivista, preservar a sua própria vida é considerado o valor mais elevado. Então, eu gostaria de saber qual é a posição objetivista com respeito à questão ética da eutanásia ou do "direito à morte", isto é, a dignidade humana. Existe algum momento em que a dignidade humana pode ser considerada mais valiosa do que preservar a sua própria vida? Ou como foi falado sobre ser uma pessoa autossuficiente como objetivo principal de todo ser humano... No caso da eutanásia, existem dois aspectos: (i) o direito de por fim à sua própria vida; e o mais complicado, (ii) o direito de outrem ter o direito de lhe matar se lhe conceder o poder legal. Imagine no caso de você estar num estado vegetativo, incapaz de fazer esse tipo de escolha. O segundo, quem deveria ter o direito de decidir por você se você deveria morrer é uma complicada questão legal onde você tem de descobrir como estabelecer leis com respeito a isso para evitar que alguém, de forma inescrupulosa, matando parentes para ficar com heranças. Mas, o mais fundamental é o direito de acabar com sua própria vida, as leis do "direito à morte", e aqui temos dois aspectos, o legal, se você deveria ter tal direito legalmente, e o moral que pergunta: "essa é uma coisa que pode ser, algum dia, moralmente certa?" E, em minha visão, com certeza o é. A vida não diz respeito apenas a realizar alguns processos metabólicos que ocorrem dentro de seu corpo. Quando o seu corpo está se decompondo, processos metabólicos ainda estão ocorrendo, e isso não é uma "vida". A vida que, para um ser humano, é o valor último a ser sustentado, é uma vida de tornar realidade os valores que ele escolheu para si mesmo, que ele considera suficientes para sustentar a sua vida, e que persegue com seu esforço racional. É uma vida em que você tem carreira, amigos, parceiros românticos que você escolheu racionalmente, perseguindo a vida que você quer, e essa coisa tem uma sinergia que forma um todo autossustentável, onde cada parte fazem-no seguir adiante para fazer mais. Se você é alguém cujo coração continuará batendo, porém à custa de muita dor, com sua mente invalidada, de modo que não pode ter objetivos e persegui-los, então, você não é mais capaz de ter uma vida humana, você não está vivendo, apenas morrendo. E a questão é: por quanto tempo você quer manter isso até chegar a sua morte. Creio que decisões distintas que pessoas diferentes podem fazer que podem ser, há uma série de decisões a tomar sobre quando não vale mais a pena viver. Mas, se escolher morrer, em vez de seguir num estado de vida e morte, isso é algo que você faz por honra à vida, não como traição a ela. Creio que você concordaria comigo, na questão legal, concordo que é complicado quando... Opa, caiu aqui... É complicado porque existem casos... Se você já participou de um testamento, a disputa entre parentes, é muito complicado. É vital que esteja definido, de modo que existam leis que permitam às pessoas possam conceder o poder para tomar essas decisões. Estou na idade quando pais estão envelhecendo, e é uma experiência ruim não ter uma base legal, e esse é o papel de um governo real, pois quando não há base legal, as pessoas tocam no assunto, mas não há como falar dentro do ambiente familiar, porque alguém pode pensar: "ele fez planos para fazer algo". Você nem fala com seus irmãos, pois há risco legal, etc. É uma bagunça... É complicado definir tais leis, mas é isso que se esperaria de uma legislatura verdadeira, e não deixando tudo nas mãos da religião... Há real valor em definir e proteger esse interesse. O fato de não existir leis de "direito à morte" nos Estados Unidos é revoltante. E o último juiz escolhido para a Suprema Corte, até gosto dele, e poderia ter sido escolhido alguém pior, mas o seu único livro é quão terrível é permitir que as pessoas tirem a sua própria vida quando já não podem mais viver uma vida humana. Com um toque kantiano, religioso, de valor intrínseco à vida, ele argumenta que você não pode por fim à sua vida. E isso que distingue as visões objetivista e kantiana. E isso é revoltante! Quem é esse cara para lhe dizer que você tem de sobreviver num estado subanimal que é repugnante para você, sujeitando as pessoas que você ama a vê-lo assim, em vez de permitir que você ponha fim à sua vida de uma forma digna, consistente com seus valores. Essa questão é importante a nível pessoal, inclusive falo com muita esposa sobre isso, pois ela é médica, é um tema sempre presente. Bom dia e obrigado por sua palestra. Parece-me que existe alguma discordância entre os objetivistas em termos do lugar da benevolência encaixa-se no sistema filosófico... Não consigo ouvi-lo. Ele quer saber a respeito de benevolência. Onde ela se encaixa? Ela é uma virtude? E porque ela não é uma das principais virtudes? Suspeito que David Kelley escreveu um livro chamado "Rogue Individualism", argumentando que benevolência é uma virtude moral. Penso que benevolência é uma coisa muito boa, mas, como eu a vejo, é um tipo de emoção ou atitude para com outras pessoas que flui naturalmente de ter e praticar outras virtudes. Ela não é o tipo de coisa que são as outras virtudes. As virtudes são o reconhecimento de um tipo de fato fundamental com respeito à relação entre a mente e a existência, que você tem de respeitar para viver, para formar e perseguir valores. Não creio que a benevolência, um tipo de atitude amigável para com os outros, é a mesma coisa que as outras virtudes. Benevolência é o tipo de atitude que terá para com os outros se você estiver seguindo e vivendo por essas virtudes, numa sociedade relativamente normal. Se estiver sob uma ditadura, não creio que ela seja possível. Essa é a minha visão. Ela é uma coisa boa, mas não uma virtude. Existem muitas coisas no tema "benevolência". O que ocorre com "benevolência" e David Kelley é um disfarce para o real conflito que existe, e podemos falar disso depois. Mas, coragem, perseverança e outros traços que são mencionados por Ayn Rand em sua vida. Ela considera a coragem com um aspecto da integridade, então, a lista consiste de atributos fundamentais, e não uma lista final que afirma "essas são as únicas coisas boas, e não existem outras coisas que as pessoas deveriam ter ou buscar desenvolver em suas próprias vidas." Então, existem muitas coisas, não apenas "benevolência", por que ela mereceria estar presente na lista? Há uma discussão muito boa dessa questão por Darryl Wright em um dos capítulos em The Companion to Ayn Rand, que é um livro sobre o qual Ben comentou anteriormente. Eu não deveria falar dele... Esse é um volume de referência ao corpus de Rand. Existem capítulos em todos os aspectos de seu pensamento, ficção, escritos políticos, etc. Eu sou um dos editores, escrevi diversos capítulos; Onkar escreveu dois; Adam Mossoff, Harry Binswanger, Tara Smith, etc. Creio que seja um livro muito bom para quem tiver interesse em estudar Rand, e com valor bem elevado. Generosamente, alguém concordou em comprar algumas cópias para doarmos a estudantes. Freeobjectivistbooks.org Nesse site você pode solicitar uma cópia, e encorajo a todos a fazer isso, e temos um número de cópias específicas, por favor. Temos dez cópias conosco, e doarei a quem solicitar antes no final do dia de amanhã. Queremos priorizar estudantes internacionais, pois é muito caro enviá-los para outro país. Então, para estrangeiros, é a chance de consegui-los. Acessem o site, se tiverem interessados. Darryl Wright discute essa questão de benevolência. Olá. Na literatura de Rand, parece-me que existe um desgosto particular pela área de assistência social, e estava curioso para saber se vocês acham a mesma coisa, se Rand pensava que era uma área desnecessária. Um de seus amigos, ao final de sua vida, era uma assistência social, e elas discutiram sobre isso... Cíntia Peikoff, certo? Não creio que Rand pensava que nada que é feito pela assistência social era válido ou bom, mas creio que seja um campo muito amplo a ser analisado. Creio que ela reagia contra um tipo de mentalidade que valoriza a assistência social por ser esse ministério abnegado, e ela reagir contra isso, e contra tal concepção. Não creio que ela tivesse ódio dos assistentes sociais. E para tomar alguns exemplos do que seria assistência social. Analise a questão dos idosos. O cuidado com os idosos, por exemplo, um assistente social visita a sua casa, e essa é uma profissão legítima. Você pode entrar nela pelas razões erradas, sou abnegado e isso que devo fazer. Mas você pode entrar nela por razões egoístas. Médicos são normalmente chamados sociais. O fato de você estar ajudando outras pessoas não torna um sacrifício. É a questão de dizer que assistência social é sinônimo de sacrifício pelo bem da outra pessoa, o que é visto como louvável, por isso colocam médicos nesse tipo de categoria. A visão de Rand é que você não precisa fazer isso para ser um médico ou alguém que cuida dos velhinhos. Você precisa separar as motivações envolvidas do trabalho real. Você está criando valores ou não? É uma troca? A propósito, parte desse trabalho é voluntário, e pode ser válido e bom como trabalho voluntário, se quiser fazer parte de organizações onde as pessoas ensinam crianças em favelas, etc. Isso pode ser bem egoísta, da mesma forma que pode ser ser pai... Temos que torná-la esta a última pergunta. Na lista de virtudes do Objetivismo, você identificou a troca como uma ação relacionada ao princípio da justiça. A minha pergunta é: que ação você atrelaria à virtude da racionalidade? Eu não disse que "troca" é a única ação que exemplifica a virtude da justiça, apenas que é importante. Mas a ação fundamental que penso corresponder à racionalidade, e é um pouco técnico, mas o ato que Rand chama de "focar", colocar sua mente em consciência ativa. Fundamentalmente, é disso que trata a racionalidade, a virtude que diz: "esteja focado, use a sua mente, engaja-se no pensamento". Haverá toneladas de diferentes ações que a racionalidade demanda em situações diferentes. Obrigado. Acho que acabou o tempo, obrigado....

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Rio Verde:

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