Curso De Vigilante Rj Nova Iguacu

Manhattanville College - Leila Hatami Peyman Moadi Shahab Hosseini Sareh Bayat Sarina Farhadi Babak Karimi A. A. Shahbazi K. Hosseini - Sh.Yazdanbakhsh E Merila Zarei 1º Assist. câmara: M. Ebrahimian Electricista: K. Kalari Oper. câmara: H. Majidi 1º Assist. realização: H. R. Ghorbani Anotação: M. Naraghi Maquilhagem: M. Mirkiani Dir. artístico: K. Moghadam Mistura: M. Sammakbashi Dir. produção: H. Mostafavi Som: M. R. Delpak Montagem de Som: R. Narimizadeh Investimento de: Pasargad Bank Produtor executivo: N. Eskandarfar Montagem: H. Safiyari Director de fotografia: M. Kalari O que me está a dizer não é razão suficiente para um divórcio. - Se houver mais alguma coisa, diga-me. - Tipo o quê? Se ele é toxicodependente, se lhe bate ou não lhe dá uma mesada. Nada disso. Ele é uma pessoa boa e decente. Então porque é que quer o divórcio? Porque ele não vem comigo. Se vier, cancelo o meu pedido de divórcio. - Vens comigo? - Não, não vou. - Porque não, meritíssimo? - Sabes bem porquê. Não, não sei. Explica-me lá novamente. Ela que explique porque devemos ir para o estrangeiro nestas circunstâncias. - Dá-me uma razão para ficar. - Até te dou mil. - Basta uma. - O meu pai. Não posso deixá-lo. Mas deixar a tua mulher já podes? - Quando é que eu te deixei? - Trouxeste-me aqui. Tu pediste o divórcio. Quando pedes à tua mulher e filha que vão embora, isso não é deixá-las? Meritíssimo, ele não acabou de dizer para eu ir se quisesse? E voltaria a dizê-lo. Se não queres ficar, não posso manter-te aqui à força. Fale mais baixo. Tenha calma. Um dia, vens viver comigo. Hoje, já não queres. - Quando preferes... - O que é que queres dizer com isso? Isto foi uma coisa que decidimos em conjunto. Meritíssimo, após 18 meses de correrias e despesas, conseguimos o visto. Faz agora seis meses e expira dentro de 40 dias. Porque haveríamos de perder esta oportunidade? Se não queres perder a oportunidade, qual é a tua sugestão? Conheces a minha situação. Diga-nos o que fazer, meritíssimo. - Ele usa o pai como desculpa... - Não é uma desculpa. É a razão. - Deixa-me falar. - Calma. O pai dele tem Alzheimer. Nem sequer reconhece o filho. - Que diferença é que lhe faz? - Porque é que estás a dizer isso? - Ele sabe que és o filho dele? - Eu sei que ele é o meu pai. Não te importas com a tua filha e o futuro dela? Quem é que falou na nossa filha? Achas que só tu é que te preocupas? Então, as crianças que vivem neste país não têm futuro? Como mãe, preferia que ela não crescesse nestas circunstâncias. Que circunstâncias? Crescerá ela melhor aqui com ambos os pais ou lá sem o pai? - Por isso é que eu quero que ele venha. - Não posso ir. Quantas vezes é que tenho de o dizer? Ele não pode vir. E o que será de mim? Nada. Volte à sua vida. Se isso fosse possível não teria pedido o divórcio. O consentimento tem de ser mútuo. Ele acabou de dar o dele. Concorda com o divórcio? Se ela prefere deixar a família e ir viver para o estrangeiro, então sim. Ele concorda. E quanto à minha filha? Têm de estar de acordo em tudo. Que idade tem a vossa filha? Faz 11 daqui a duas semanas. Ela não pode sair sem a permissão do pai. Ele não dá permissão. Isso é entre vocês os dois. Assinem aqui, por favor. Bom dia. Meritíssimo, vim até aqui para que resolvesse o meu problema. Assine aqui, por favor. A senhora também. - Onde é que assino? - Aqui. Ele pode ficar com tudo, eu só quero a minha filha. A nossa filha está muito ligada a mim. Ela nem quer ir contigo. - Ela não sabe o que diz. - Porquê? Ela tem onze anos. Assine aqui, por favor, e não tire mais tempo ao tribunal. - Só tu é que sabes o que dizes. - Não, só tu é que sabes. Meritíssimo, que devo fazer? Só tenho mais 40 dias. Não pode pedir o divórcio sempre que surge um pequeno problema. Um pequeno problema? O meu problema não é pequeno. É a minha filha. Ela também é filha dele. E ele também tem direitos. Na minha opinião, o seu problema é pequeno. Assine aqui, por favor, e tenha um bom dia. Uma Separação Produção, Argumento e Realização Asghar Farhadi Disse-me que era no 2º andar. Mas este é o 2º andar. Então qual é aquele? Aquele é o rés-do-chão, aquele é o 1º. Este é o 2º. O preço que fizemos era para dois andares. Mas o comprador paga-vos. Só por dois andares. Não estou a perceber. Ligue ao comprador. Isto são três andares. Eu pago um andar. Deixe-me passar. Desculpe, minha senhora? Vai dizer ao teu pai que elas querem ir embora. Porque não lhe dizes tu? - O que é que eu disse? - O que é que tínhamos combinado? Estou a estudar. - Bom dia. - Bom dia, minha senhora. Já aí vou. Não sei se lhe explicaram. O trabalho consiste em tratar do meu pai. Também há algum trabalho doméstico, mas o principal é dar-lhe os medicamentos a horas, mantê-lo afastado do fogão, e não o deixar sair de casa. Termeh, traz a tua roupa suja. Tem de cá estar às 7:30 para eu poder ir para o trabalho. 7:30 é muito cedo. Tenho de sair de casa às 5 para cá estar a essa hora. - Consegue cá estar às 8? - Não sei. Às 8 também serve. Toque na campainha de cima. Eu deixo as chaves aqui em cima. - Pode ser? - Sim. Podemos receber, por favor? Quanto é ordenado mensal? Ela vem já. 300.000 por mês. - Isso é muito pouco. - Não, é o preço habitual. Informe-se. A viagem é longa, vários autocarros... É o que eu posso pagar. Se estiver de acordo, pode começar já amanhã. - Posso dizer-lhe amanhã? - Eles também podem precisar disto. Não tenho troco. Tem até amanhã à tarde. Se não puder, posso contratar outra pessoa. Está bem. Termeh! A tua roupa suja! Não vens? - Porque é que levas os livros todos? - Preciso deles. Tanta confusão só por duas semanas? - Obrigada. - De nada. - Qual é o programa que ela usa? - Queres que lhe vá perguntar? Queres que eu faça má figura? - Simin, onde é que vais? - Volto já. Vou só ali à esquina. Volto já. Eu já volto. Tenho um compromisso. - Quatro. - Como é que sabes? Porque está apagado. Deve ser o que ela mais usa. Então seja. A partir de agora, utilizamos sempre o quatro. Ela vai-se mesmo embora. Ela volta. Termeh! Vem para o pé do teu avô. Pai? Querida, vai para o teu quarto. Pai, levante-se. Largue a mão dela. Levante-se. Deixe-me levá-lo à casa de banho. Para onde é que me estás a levar? À casa de banho, e depois vou buscar o jornal. Querida, já te pedi que fosses para o teu quarto... - Para onde é que me estás a levar? - Venha. Não ponha a mão aí. Vou levar este CD. - Leva os que quiseres. - Não, só quero este. Adeus. Julguei que também lá vivia. Não, mudei-me para casa da minha mãe. Assim é mais difícil. Não, ele é de confiança. Não se preocupe com essas coisas. Além disso, ele não vai estar por lá. Sai de casa cedo e só regressa quando você estiver a sair. Leve a sua filha. Ela faz companhia à minha filha e eu fico mais descansada. Diga à sua cunhada a sua decisão. Onde é que vais? O que é isto? - Oxigénio. - O que é oxigénio? Sai daí. Ainda o acordas. Não oiço nada. O que é que está a fazer? Olá. Onde é que quer ir? O quê? Quero o jornal. O jornal está no seu quarto. Venha. Venha, eu levo-o ao seu quarto. Vou levá-lo ao quarto e já lhe trago o almoço. Mamã... Ele fez chi-chi nas calças. Sente-se na cama. O que é aquilo? O que é que estás a fazer aqui? Vai calçar os sapatos. Não vês que o chão está molhado? Ele avisa quando precisa de ir... Leve-o à casa de banho... Só consigo chegar ao meio-dia. Tenho uma aula. Ligue ao meu marido. Tem o número dele? Anote-o. Há uma caneta junto ao telefone. Se lhe trouxer umas calças, consegue trocar-se? A roupa, consegue trocá-la? - Simin? - Consegue tomar banho sozinho? Simin? A sua roupa está aqui. Tome banho. E vista-se. Pus a toalha aqui. - Está bem? - Sim. Lave-se. Ponha as calças ali. Dá conta do recado? As suas calças. Dispa-as. Vista as que eu lhe dei. Está bem? Simin... Bom dia. Tenho uma dúvida religiosa. Estou a trabalhar numa casa. Vive aqui um idoso de quem eu tenho de tratar. O que eu queria perguntar era... Peço perdão, mas ele urinou nas calças. Queria saber se conta como pecado se o ajudar a vestir. Não está cá ninguém. Ele tem 70 ou 80 anos e está senil... É urgente porque o pobre homem está assim há meia hora. Posso...? Eu não conto ao pai. Meu anjo. Levante-se. Abra as pernas. Pronto, agora dispa as calças. O cartão! - Está toda a gente a olhar. - Deixa-os olhar. - Quanto é que foi? - 37,5. - Deu-te o troco? - Não. - Pediste? - É a gorjeta dele. Gorgeta? Espere um momento. A gorjeta é quando ele põe a gasolina. Vai buscar. - Pai! - Rápido! Espere. Toma. - É para ti. - A sério? - Olá. - Olá, Termeh. - Bom dia. - Bom dia, como está? Bem, obrigado. - Vou buscar os meus livros. - E os resultados dos teus testes. - Como está, Sra. Qahraei? - Bem, obrigada, e o senhor? Bem, obrigado. Desculpe o atraso. Não faz mal. E a sua esposa, como está? - Bem, obrigado. - Vamos começar. - Bom dia. - Bom dia. Está tudo bem, pai? - Olá, pequena. - Olá. Aqui está o jornal. Leste-lhe o jornal ou foi ele que leu para ti? Filho... O Ali é casado. - Quem é o Ali? - O Ali. Sim, o Ali é casado. Termeh, despacha-te. A válvula do oxigénio não está fechada. Ele deve tê-la aberto. A partir de amanhã, aperte-a mais para ele não conseguir abrir. Desculpe, mas... Eu não posso voltar. - O nosso acordo era para todos os dias. - A viagem é muito longa. Mas eu mandei outra pessoa embora. São 4 da tarde. Onde vou arranjar outra pessoa para amanhã de manhã? O trabalho é muito exigente. A sério, não consigo. O trabalho é pesado, não posso. Vamos para a outra sala, por favor. - Somayeh, onde está o teu lenço? - Está aqui. Se calhar, está cansada porque é o primeiro dia. Não. A senhora esteve aqui uns minutos e viu. Somayeh, vai buscar a tua mochila. Pode dar-me o seu número de telefone, por favor? Também fazem ecografias. Hoje fartou-se de mexer. Então, é um rapaz. Estava a dar pontapés na barriga da mamã. - É porque quer sair... - ... Para brincar comigo. Pode escrevê-lo aqui, por favor? Diga-lhes que vai da parte da Qahraei. Eles conhecem-me. - É um homem ou uma mulher? - Uma mulher. Ligue primeiro. Devia ter-me avisado ontem. Não posso deixá-lo sozinho em casa, amanhã. - Onde é que a mãe guarda o chá? - Não sei. Devia ter-me avisado que eu tinha de o limpar. Limpá-lo? Ele hoje sujou as calças. Não é correcto eu ter de o limpar. Pague-me o dia, por favor, para eu me ir embora. Ele avisava sempre antes de precisar. Há empresas para onde pode ligar e pedir um auxiliar masculino. Não posso deixar entrar qualquer um em minha casa. Tome. Veja se está certo. Desculpe, mas é uma questão religiosa. - Não faz mal. - Obrigada. - De nada. - Adeus. Adeus. Diga. Queria saber se posso dar o seu número ao meu marido e dizer-lhe que o tirei do jornal. Para o trabalho doméstico e para o seu pai. Explique-lhe o trabalho e se ele estiver de acordo diga-lhe para vir... Não quero dizer-lhe que o conheço. Eu não lhe disse que vinha para aqui. Então diga-lhe para me ligar ou para passar por cá esta noite. Hoje à noite não é possível. Eu venho amanhã. Mas não dê o trabalho a mais ninguém. Depois discuta com ele o ordenado. Isso não é problema. Ele que me ligue. Depois combinamos o encontro. - Obrigada. - De nada. Adeus. E obrigado. Sr. Lavasani? Pode passar. Olá. Sou o Samadi. - Liguei por causa do trabalho. - Olá, como está? - Desculpe o atraso. - Não faz mal. Onde é que trabalhou antes? - Eu era sapateiro. - E não se importa de o limpar? Não percebi. Desde ontem que começou a sujar-se. Tratarei dele como se fosse o meu próprio pai. Vão estar os dois sozinhos, não pode perdê-lo de vista. - A sua esposa não está em casa? - Não, por agora estou solteiro. Desculpe, mas 300.000 é pouco para este trabalho... Em quanto estava a pensar? - Se pudesse ir aos 400.000... - Não posso pagar tanto. Eu vou uns dias. Se ficar satisfeito com o meu trabalho, junte uns pozinhos aos 300.000. - Caso contrário, não me pague. - Está aqui a morada. Posso começar já hoje. Não, hoje está lá outra pessoa. Comece amanhã e leve identificação. - De que género? - Qualquer documento legal serve. - Devoto? - Adorador. - Árido? - Banco de areia. - Deserto! - Deserto. - Insurreição? - Rebelião. Campainha? - Razieh. - Não! - O marido dela. - Sim. Dá a versão persa das seguintes palavras... - "Maquete"? - Nemunak. - "Geleia"? - Khoshaab. - "Garantia"? - Tazmin, zemanat. - Isso é árabe, não é persa. - Foi o que disse a professora. Não me venhas com essa. O que é errado é errado, não interessa quem diz o quê. - Para "garantia" escreve... - Ela vai tirar pontos. Não faz mal, ela que tire. Escreve poshtvaneh. Poshtvaneh. - Olá. - Olá. O que é que aconteceu? O seu marido devia ter vindo hoje. Desculpe, ele não pôde vir. E amanhã? Não sei. Se ele não puder, venho eu. Espero que ele não mude de ideias todos os dias. Não, o pobrezinho queria vir. Ontem à noite, um dos credores apareceu lá por casa com um polícia e levaram-no. Sim, mas se surgir um imprevisto e ele não puder vir - preciso de saber com antecedência. - Não, ele virá de certeza. Vou encontrar-me com o credor e suplicar-lhe que o liberte. Tranque a porta quando eu sair. Adeus. Olá. Não pises aí. Está sujo. Põe o lixo na rua. Não te importas? Não. Onde é que te vou arranjar um vestido limpo? Despe isso! Despe isso! Mamã... Ele não está no quarto. - O quê? - Ele não está no quarto. Vai ver na casa de banho. Assim. Não deixes a bola passar, está bem? Bate aqui. - Avô, estás do lado de quem? - Ele é o treinador. Viste aquilo? Sente-se bem? Sente-se aqui. Está melhor? Por onde é que andou? O pobrezinho está à espera há meia hora. A viagem é longa. - Olá. - Olá. E leve o lixo para a rua no balde. Os sacos rasgam-se e sujam as escadas. Ontem, tive uma tontura. Deixei o saco cair ao chão e ele abriu-se. Eu lavo as escadas. Entra. Deixe-nos entrar. Deixe-me fechar a porta. - Sra... - Ela não está? - Como é que se chama a miúda? - Somayeh. Não te sentes aí. Está molhado. Somayeh! Sra. Khalani! Bate. Somayeh! Avô! Sra. Khalani! Diga. Como está? - Olá, como está? - Bem, obrigada. Viu a senhora que trabalha para nós? Esteve a limpar as escadas. - Quando? - Antes do meio-dia. - Ela não está aí? - Não. Obrigado. Espera aqui. Vou buscar as chaves ao carro. O que foi? Pai? Pega-lhe nos pés. Pai, levante-se, olhe para a Termeh. Está a respirar. Não te preocupes. Está-lhe a doer o braço? Ajuda-me a tirar-lhe a camisa. Levante o braço. Dói? Dê um passo. Caminhe. Vamos buscar o jornal, pai. Mexa a perna. Dói? Deixe-me ver como está. Quem é que lhe fez isto? Quero ver se está tudo bem com as suas pernas. Deixe-me... Querida, vai para o teu quarto. - Passa-se alguma coisa? - Não. Sai. Ela já saiu, pai. Deixe-me ver as pernas. Dispa-se. Escumalha! - Querida, tiraste dinheiro da gaveta? - Não. Vai para a cozinha. Já te disse para ires para a cozinha. Já viste que está tudo bem. Vai lá... Vai... Fecha a porta. Olá. Anda para aqui. Mamã, tenho sede. Toma conta dele. Olá. Onde é que esteve? Surgiu um imprevisto. Tive que sair. Não tinha esse direito. - Ele estava a dormir. - Por isso trancou a porta e saiu? - Só saí por um bocadinho. - Um bocadinho? Está a mentir. Ele estava às portas da morte quando eu cheguei! Ele faz sempre a sesta a esta hora, por isso eu... Então é isto que faz todos os dias? Fecha a porta e vai fazer recados? Não. Juro por Deus, mas hoje teve de ser. - Porque é que lhe amarrou a mão? - Espera lá fora. Não foi isto que combinámos. Tive que sair. Não tive escolha. Obrigadinho! Amarra-lhe a mão todos os dias e vai tratar da sua vida. - Ele está bem? - Obrigadinho! Espera lá fora, fofinha. Vai ver do teu avô. Porque é que entrou naquela sala? - Qual sala? - Qual sala? Aquela de onde tirou o dinheiro. Eu tirei dinheiro daquela sala? - Eu não lhe pago? - Eu tirei dinheiro? Não tirou dinheiro? - Juro que não tirei dinheiro. - Saia! Juro pelos nossos mártires. Acusa-me de roubar. Pegue, veja na minha mala. Se o tirei, tem de estar aqui. Pronto, peguei nela! Dê-me a mala. Juro pelos nossos mártires que não entrei ali. Eis a minha mala. - O que é que está a fazer? - Eu não entrei ali. Juro pelos nossos mártires que não pus os pés naquela sala. - Saia. - Está a acusar-me... O que é que eu fiz? Não me toque! Não volto a tocar-lhe. Saia. Não saio enquanto não receber aquilo que mereço! O que merecia era ser expulsa daqui ao pontapé. Mas por causa dela não o faço. Saia! É um favor que lhe faço, mandá-la embora. - Saia! - Diz-me o que é que lhe aconteceu. A casa é minha, e quero-a fora daqui. Como queira, mas isto não é correcto. - Deus não o aprovaria. - Rua! Acabou. Pai. Abra a porta. Sou eu. Deixe-me entrar... É assim que tomas conta dele? Abra a porta. Veja o que é que está atrás de si. Olhe à volta. - Abra a porta! - Não vale a pena gritar. Foi por isto que te pedi que tomasses conta dele. Talvez lhe doam as pernas e não consiga levantar-se. Avô... Pai... Abra a porta. Abra a porta, por favor. Vou abrir a porta à força. Olhe que posso magoá-lo, pai. Afaste-se. Vou abrir a porta à força. Porque é que faz isto a si próprio? Quem é que a mandou entrar? - O que é que lhe aconteceu? - Dê-me a chave e saia! - Eu não o roubei. - Já me está a dar cabo dos nervos! Não fui eu. - Não me venha com essa! - Não estaria aqui se o tivesse feito. - Saia. - Pague-me o dia. Já tirou o que precisava, foi ou não foi? Estou desde as 5:30 da manhã com a minha filha... Somayeh! Senhor, espere! Saia. Juro que não roubei. Saia! O que é que aconteceu? O que é que aconteceu? Sente-se. O que é que aconteceu? Mamã, tem cuidado. - Diz-lhe que trabalhe contigo no Inglês. - Adeus, avô. Pai, a Termeh está a despedir-se. Cuidado! Está bem. - Que se passa? - A mãe disse para entrares. - Diz-lhe que o avô está no carro. - Ela diz que é importante. Ainda nem estão divorciados e já não nos ligas nenhuma! Ando ocupado. As pessoas divorciam-se para não andarem tão ocupadas. Minha senhora, estes canais têm muita estática. Pronto, então programe os que conseguir. - Entra e senta-te. - Obrigado. A Simin... Olá. Onde está a Termeh? No carro com o meu pai. Então, ele que entre também. Não, ele está cansado. É a hora da sesta dele. O que é que se passa? Discutiste com aquela mulher? - Ela veio falar contigo? - A cunhada dela ligou. Que descaramento! Que fez ela? Amarrou o velho à cama e trancou a porta. Foi fazer os seus recados. Se tivesse chegado 10 minutos depois ficávamos sem ele. Ele está bem? Tinha caído da cama. Não sei quanto tempo esteve assim. - Onde é que ela tinha ido? - Como queres que eu saiba? - Ela disse que lhe bateste. - Eu bati-lhe? - Que disparate. - Então porque está ela no hospital? - No hospital? Porquê? - Perguntas-me a mim? - Só a tirei lá de casa. - A cunhada ligou a contar tudo. O que é que ela disse? Que se ela morrer, ficas com o sangue dela nas mãos. Coisas desse género. - Ela não disse o que é que aconteceu? - Eu desliguei. Ela desatou a praguejar. É o que acontece quando contratamos pessoas no meio da rua. Não me culpes a mim. Eu disse-te que só conhecia a cunhada. Ela disse em que hospital estava? - Olá. - Diga? Aguarde, por favor. Uma mulher chamada Razieh deu entrada aqui esta noite. - Qual é o apelido? - Não sei. Foi internada há bocado. Porque é que ela deu entrada? - Só nos disseram que... - Que ela tinha vindo para o hospital. Já lhe volto a ligar. Adeus. O apelido do marido é Samadi. Razieh Asnaqi? Está na casa dos trinta? Foi operada. Está no recobro. Operada a quê? Fez um aborto espontâneo. - Agora já está melhor? - Estou? Aguarde. Sim. A família dela está cá? Se cá estiverem, estão lá em baixo. Obrigada. O que é que lhe fizeste? O que é que eu lhe fiz? Boa noite. - Como está? - Bem, obrigado. Boa noite, minha senhora. Como é que ela está? Quem? A sua esposa. Levaram-na para a enfermaria. Conhecem-na? - Eu conheço-a. - É a minha esposa. - Não tinham sandes. - Boa noite. Podemos vê-la? De onde é que a conhecem? Foi a sua irmã que nos apresentou para o trabalho doméstico. Obrigadinha! Ela trabalhava em vossa casa? Esteve lá uns dias. Como o senhor não podia, ela veio no seu lugar. Senta-te e come qualquer coisa. Quer dizer que ela tomou conta do seu pai? Só por uns dias. Dois ou três. Porque é que não me disse isso no banco? Pensei que ela lhe tivesse dito. E porque é que vieram cá? Para saber se podíamos fazer alguma coisa. - Fazer o quê? - Ajudar. Estamos preocupados. - Ela caiu? - Venha comigo. Eu explico-lhe. Eu já lhe explico... Venha comigo. Eu compreendo a sua situação. Matam-lhe o filho e agora vêm aqui fazer o quê? Lamento imenso. Não é isso que lhe vai trazer o filho de volta. Diga-me uma coisa. Eu explico lá fora. Espere! Porque é que não me disse naquele dia? Já lhe disse. Pensei que ela... O senhor vive sozinho naquela casa. Deixe-o em paz. Tenha calma. Estamos num hospital. Não faça isso! Chega! Porque raio vieram aqui? Deixa-me ver. - A minha própria irmã? - Desculpa. - Perdoa-me! - Deixa-me ver. Venha aqui. Quero dar-lhe uma palavrinha. Por favor, suplico-te. Hojjat! Queres o assento reclinado? Não. Vou levar-te a casa e depois vou buscar o pai e a Termeh. Não. Não? Queres ir para casa dos teus pais nesse estado? Está decidido. Esta noite vens para casa. Não quero. Onde é que pensa que vai? Entregue ali. - Ouviu a queixa dele? - Foi no dia 13. Peço desculpa. Fiquei muito abalado quando soube. - Fui ao hospital. - Então, admite-o. Isto é o relatório do médico legista? É o relatório do hospital que levámos ao médico legista. Quatro meses e meio, sexo masculino. Explique, por favor. Admito que fui um pouco bruto. Isso quer dizer que a empurrou? Não. Tentei expulsá-la de minha casa. Seja claro É acusado de homicídio. Tinha 19 semanas. Já era um ser humano. Não quis empurrá-la. Só queria que ela saísse para eu fechar a porta. - Ai não me empurrou? - Minha senhora, por favor. Se eu soubesse que ela estava grávida, nem teria tentado tirá-la lá de casa. Eu só queria fechar a porta. Aceita esta justificação? Ele não me empurrou. Agarrou-me por aqui, expulsou-me e eu caí nas escadas. Eu não a expulsei. Só queria que ela saísse de minha casa. - Quem expulsa uma mulher grávida? - Eu não sabia. - Porque é que está a mentir? - Só descobri no hospital. Meritíssimo, qualquer pessoa percebe pelo corpo de uma mulher que ela está grávida. - Grávida de quase 5 meses. - E quando é que eu a via? Eu estava de saída ou já tinha saído quando ela chegava. Quando eu chegava, ela tinha este aspecto. Estava sempre de chador. Quem podia adivinhar que ela estava grávida? Ele pode alegar que não podia adivinhar. Nunca pensei que uma mulher grávida aceitasse este tipo de trabalho. Meritíssimo, eu falei da minha gravidez diante dele, da filha e da explicadora dela. - Todos eles ouviram. - Quando? Não me lembro. - Não, claro que não se lembra. - A questão não é se eu sabia ou não. É, sim. Se for provado que o senhor sabia o tribunal pode pedir uma pena de prisão efectiva de 1 a 3 anos. - Então? - Então, o quê? Não, não sabia. A explicadora da filha dele pode testemunhar. - Ela pode vir cá amanhã? - Não quero envolvê-la, nem à escola. Não é bom para a minha filha. Que estupor. Você matou o meu filho. Ai isto é mau para a sua filha? Ela é importante mas o nosso filho é um animal? Não insulte... Mas eu estou a insultar? Ele agarrou na minha esposa grávida... Ou se cala ou mando-o prender. Desculpe, ele é muito nervoso. Nervoso? Devia processar-te por trabalhares para um homem solteiro que nem conhecemos. Eu só queria ajudar nas contas. Ele não tinha trabalho há meses. A explicadora tem de vir cá testemunhar. Digam-lhe para vir amanhã. Meritíssimo, vim aqui hoje por uma razão. Perdi o meu filho, mas isso não me magoou tanto como quando ele me acusou de ser uma ladra. Agora somos ladrões? Se roubássemos, não tínhamos de andar a limpar o cu ao seu pai. Tem provas de que ela roubou? Eu não disse que ela roubou. Desapareceu dinheiro e a quantia era a mesma que eu lhe pagava. Foi por isso que discutiram? Ele acusou-a de roubar. Meritíssimo, o meu pai tem Alzheimer. Ela amarrou-o à cama e saiu de casa. Nesse dia, cheguei mais cedo a casa. Ele estava no meio do chão com a mão amarrada. Pensei que ele tinha morrido. Ela voltou entretanto e, não vou mentir, eu estava muito zangado. Pedi-lhe que se fosse embora mas ela recusou-se. Queria que eu fosse para onde? Ele acusou-me de roubar. Se eu não tivesse pedido o dinheiro e saísse - ele ficava a pensar que eu tinha roubado. - Sente-se. - O seu pai ficou ferido? - Ficou, sim. Muito ferido? Se assim fosse - ele teria apresentado queixa. - Sim, ficou ferido. Onde é que vai? Vou ver da minha filha. Volte rápido. E feche a porta. Porque é que te estás a demorar tanto? Não me sinto bem. Vai andando, eu já lá vou ter. Ele diz que trancaste o pai dele e saíste. O que queres que eu diga? Dizer? Se ele apresentar queixa tu és acusada. Onde está a Somayeh? Além. Vai. Eu vou buscá-la e vou lá ter. Vamos. Pode falar. Ele estava a dormir. Tranquei a porta para ele não sair. Até ele trancava a porta e deixava-me a chave. - Vi-o a fazê-lo e foi por isso... - Ele disse que o amarrou à cama. Tive receio que ele acordasse e lhe acontecesse alguma coisa. Receei por ele. Porque é que saiu de casa? - Para o senhor lhe bater? - Silêncio! Quem disse que podia tocar na minha mulher? Senhor, saia. Eles querem lá saber de honra, mas eu quero. - Não seja ofensivo. - Saia da sala. Quero apresentar queixa contra esta mulher. Escreva a sua queixa. Leve o seu pai ao médico. Se ele estiver ferido, traga o relatório. - E quanto à nossa queixa? - Assine isto e vá-se embora. - Tem de pagar a fiança. - Porquê? Foi acusado de homicídio. Não posso deixá-lo ir embora. São 40 milhões de dinheiro sujo de sangue. Como é que eu vou pagar a fiança? Vivo com o meu pai. Ele tem... Alzheimer. - Se não pagar, vai para a prisão. - O meu pai nem consegue cá vir. Ele está doente. Não faça isso. Eu não posso ir para a prisão. Deixei-o em casa para poder cá vir. Não posso ir para a prisão. Não posso pagar a fiança. Não posso fazer nada. É a lei. Espere lá. O que é que eu faço com o meu pai? Deixei-o em casa e tranquei a porta para poder cá vir. A minha filha vai para casa depois da escola. Por favor. O que é que está a escrever? Não perca mais tempo. Vá fazer a sua chamada. Não posso ir para a prisão. E não vou. Escreva o que lhe apetecer! Chame um polícia. Para quê? Não faça isso. Suplico-lhe. Não escreva nada, por favor. Isto vai arruinar a minha vida. Não perca tempo. Vá fazer a sua chamada. Olá, Termeh. Estou preso aqui. Vou cá passar a noite. Não te preocupes. Não se passa nada. Mas esta noite ficas sozinha. Toma conta da casa. Leva o avô à casa de banho regularmente. Trata bem de ti. Eu ligo amanhã. Se não te tivesses ido embora o pai não estaria na prisão. O teu pai não está na prisão por minha causa. Ele magoou uma mulher grávida. Ela veio porque tu te foste embora. E tão perturbado que ele ficou, por eu ter ido! Ele sabia que tu não estava mesmo a ir-te embora. Foste tu que lhe disseste? Não, ele sabia. Diz-me a verdade. Disseste-lhe? Vai buscar as tuas coisas. Vamos para casa da avó. - E o avô? - Também vem connosco. Tenho trabalhos de casa. Não vou. - Ficas por tua conta... - Não faz mal. É bom que não ligues. Ele nem me pede para ficar. Não se recusa a dar-me o divórcio. Depois de 14 anos de vida em comum. Pai! O que estás aqui a fazer? Com quem vieste? - Não tinhas um teste? - Não, é amanhã. Com quem vieste? Olá. Não devias ter-nos dito que estavas em apuros para te podermos ajudar? Não queria incomodar-vos. Que tonto. - Senta-te. - Não pode ser, ele tem uma audiência. - Onde está o avô? - Está em segurança. E as coisas que eles dizem? "O meu filho", como se fosse um miúdo de 18 anos e tivesse sido - esfaqueado até à morte. - Falou com eles? Com o homem não é possível falar. Eu disse à esposa, "Ainda é jovem. Volta a tentar para o ano." O que é que aconteceu? - A casa tem de ser avaliada. - Então, vai. - Olá. - Olá. - Já venho. - Estaremos aqui. Obrigada. Olá, Sra. Lavasani. - Olá, como está? - Bem, e a senhora? - Desculpe estarmos a incomodá-la. - Não incomodam nada. É verdade o que eles estão a dizer? Sim, infelizmente ele empurrou-a, e ela caiu e perdeu o bebé. O que devo eu dizer-lhes? Não sei que perguntas farão. E se ele perguntar algo que o possa prejudicar? Acho que deve dizer a verdade. Não podem permanecer aqui. Onde é que ele estava? O Sr. Lavasani estava na cozinha. Ele não reagiu à vossa conversa? Se reagiu, eu não reparei. Como é que percebeu que ela estava grávida? Creio que ela me disse. A senhora é que perguntou. Porque haveria eu de lhe dizer? A filha dela estava a desenhar um homem e uma mulher. Ela disse-me que eram o papá e a mamã. Comentei que a mãe não era tão gorda. Respondeu que a mãe estava grávida. - Então não foi por causa da aparência? - Não. Porque é que está a mentir? A senhora é mulher. Não consegue ver se uma mulher está grávida? Mesmo que conseguisse que diferença é que isso faz ao Sr. Lavasani? Esta mulher é explicadora da filha dele. Eles combinaram a história. - Porque está a insultar a senhora? - Ninguém está a falar consigo. Quando é que eu tive oportunidade de combinar a história? Eu passei aqui a noite. Uma coisa é certa. Já que aqui estamos a falar, aquele homem ali consegue ouvir-nos, não consegue? Eu não vos ouvi. A minha cabeça estava noutro sítio. Porque haveria de ouvir a vossa conversa? - Tenho de jurar por Deus? - Como se acreditasse em Deus! Não, Deus é só para os da vossa laia! Abra essa janela. Ele é um homem honrado. Há um ano que lá vou a casa dar explicações à filha. Ele não faz esse género. Porque escondeu ela a gravidez? Se eu soubesse, nunca a teria contratado. Porque é que a contratou sem o consentimento do marido? Obrigado. - Está dispensada. Obrigado. - Obrigada. "Durante a dinastia sassânida, a população dividia-se em duas classes, "a realeza, a classe alta e as pessoas normais." "O povo." O que é que lhe perguntaram? Se o teu pai sabia ou não que ela estava grávida. Desculpe termos roubado o seu tempo. Não tem de pedir desculpa. Fofinha, como é que a mamã perdeu o bebé? Ficou com dores de barriga. Porquê? O papá discutiu com ela? Porque haveriam eles de discutir? Talvez por ela não lhe ter dito que trabalhava para outras pessoas? - Ele bateu-lhe? - Os meus pais nunca discutem. Então porque estavam eles a discutir naquele teu desenho? - Tu mostraste-me. - Eles já não discutem. Ai não? Tens a certeza? Ontem, ele disse que não sabia que ela estava grávida. Agora diz que não a empurrou. E fica aí sem abrir a boca! Agora a sério, empurrou-me ou não? - Eu não disse que... - Oiça... Não esteja sempre a repetir-se. Qual é a distância da porta às escadas? 2 metros? Que mais lhe poderia acontecer? O corredor da nossa casa... Eu estou a falar! - Não fale. Responda. - Silêncio! Veio aqui para responder. Veio aqui para responder. Tenho uma pergunta e quero que responda. - Quero perguntar-lhe... - Pergunte. Se não tivesse feito nada de mal, porque iria ao hospital saber se ela estava bem? Fui por respeito. Onde estava esse respeito quando lhe bateu? - Alguém mais presenciou a discussão? - Os vizinhos estavam lá. Vou pedir interrogatórios. Também estão feitos com ele, tal como a explicadora. Ele está a insultar-me desde o início! Estou a mentir? Eu é que determino quem está a mentir. O senhor fique calado. O senhor sabe que a ex-mulher dele pagou a fiança? Por amor de Deus! - Há alguém que testemunhe por si? - O que quer dizer? Um funcionário do governo ou um empresário que testemunhem por si. - Não. - Mas porquê? Porque ela foi acusada. Acusada de quê? Segundo a queixa que ele apresentou... E que ele não tinha direito... Ela admitiu ter amarrado o pai dele à cama e tê-lo trancado. - Já expliquei porquê. - Ela acabou de perder o filho. Baixe o tom de voz. Não tem vergonha? Acha que é um homem? Já lhe pedi que se calasse. Por amor de Deus, oiça-nos para variar. Ele está a distorcer tudo. Ele bateu na minha mulher e ela abortou. Isto não é suficientemente claro? Porque está a ser tão injusto? Oiça-nos para variar. Se perturbar a ordem, mando-o 3 dias para a prisão. Eu perdi tudo. Acha que tenho medo da prisão? O senhor devia ter medo de Deus. Sr. Izadi, vá chamar um polícia para o prender. Senhor, pelo Corão, não faça isso. - Não, eles que venham e me levem. - Sai. Fica calado. Calo-me porquê? Para que me retirem os direitos? Saia. - Pronto, eu saio. - Senhor, saia. Deixe-me ir buscar o capacete. Saia. Trabalhei 10 anos com um sapateiro. Despediram-me e disseram-me que, se quisesse, fosse à justiça. Processei-os e andei um ano de um lado para o outro. No fim, não deu em nada. Disseram-me que fosse para casa. Mas desta vez não vou desistir. Desta vez é diferente. Não tenho nada a perder. O problema é eu não saber falar como este gajo. Sou muito nervoso. Não faças isso! Hojjat? Não me sinto bem. - Vai sentar-te ali. - Vamos! - O que foi? Ele está mais calmo. - Tenho de o levar. Eu vou falar com o juiz. Fica aí e não te mexas. Senhor... Suplico-lhe... Deixe-me falar, por favor. Senhor, ele enervou-se. Fui muito paciente nestes dois dias. Juro-lhe, ele andou a entrar e a sair da prisão este último mês. Os credores puseram-no na prisão. Supliquei-lhes que o deixassem sair. Suplico-lhe que o perdoe. Senhor, veja. Olhe para isto. Senhor, peço-lhe que desta vez o perdoe. Senhor, ele tem que tomar isto todos os dias. Juro que não estou a mentir. Senhor, ele ficou deprimido desde que ele foi despedido. Ele não consegue evitá-lo. O senhor é o ancião dele. Perdoe-lhe, por favor. Diga-lhe que vá buscar alguém que possa testemunhar por si. Deus o abençoe. Não saia do edifício. Não, eu vou esperar que ele regresse. Pedes-lhe? Ela vai pensar que é por me ter pago a fiança. Deixa-a pensar... Pai... por favor. - Está bem. - Promete. Porque é que estás a prometer? Pai... Diz. Não sabias que a Razieh estava grávida? Não. Porquê? Por nada. Então porque é que perguntaste? Ontem à noite, a mãe disse que sabias. E ela estava lá para ver se eu sabia? Ela disse que, quando soubeste que o bebé da Razieh tinha morrido, não disseste nada. Não perguntaste se ela estava grávida. Não ficaste surpreendido. Nessas situações, as pessoas perguntam se ela estava de esperanças. Era como se tu soubesses. A tua mãe quer virar-te contra mim. Vais pedir-lhe? Não posso. Mas tu prometeste. Desculpa. Em que degrau estava ela? Neste. - Neste aqui? - Neste. Leva o avô para dentro. Eu volto já. - Estás zangada comigo? - Não. Foste lá acima? Sim, fui falar com a Sra. Kalani. Porquê? Disse-lhe que vinham aí investigar. Para ter cuidado. Cuidado com quê? Para ter cuidado com... eles virem aí investigar. Tens algum problema com isso? Se ela disser a verdade, o que tem a recear? - Termeh... - Sim? Vem comigo. - Tenho trabalhos de casa. - Fazes mais tarde. Tenta imaginar que eu sou ela. Estou a fazer bem? Quando alguém é empurrado cai a direito. Não bate aqui e vai a balançar para bater outra vez e depois virar-se batendo novamente e caindo aqui. Não concordas? Se eu a tivesse empurrado daí ela teria caído naqueles degraus ou então teria ido contra o corrimão. Não teria caído assim. Imagina que eras empurrada. Qual seria a direcção? - Então como é que ela caiu aí? - Não sei. Estou só a dizer que ela não foi empurrada para estes degraus. Sai daí e coloca-te aqui. - Porque é que não lhes dizes? - Esquece-os. Eu quero é que tu percebas. Desce. Foi nesta direcção que foi empurrada? Não, foi para o andar de baixo. Repare. Mesmo que eu quisesse, esta porta não o permitiria. - Não é possível. - Onde é que caiu? - Nestas escadas. - Em que degrau? Acho que foi neste. Acha ou tem a certeza? Não tenho a certeza. Minha senhora, foi aqui que a encontrou? Eu não a vi cair. Quando eu aqui cheguei, ela estava nesse degrau aí em baixo. Porque é que não dizes nada? Mostra-lhes para onde é que ele te atirou. Eu estava tão enjoada que nem percebi o que me tinha acontecido. Pronto, eu faço o papel dela. O senhor fica à porta e empurra-me com força. Estou a dizer-lhes que não é possível cair aí. É óbvio que o senhor não vai cair. Uma grávida cai facilmente. Então venha o senhor para aqui. Pode escolher quem o empurra. Estou a dizer que não é possível. Se alguém a empurrasse daqui, ela não cairia nessas escadas. Mas que escadas? Ela disse que caiu aqui neste degrau. Toda a gente disse que a viu nesse aí. Minha senhora, viu-a ser empurrada? Daqui de cima não conseguia ver a porta mas vi as escadas quando ela caiu. Pode indicar onde estava? Talvez tenha tido uma tontura e caiu. Com que frequência usavas as escadas? Porque é que não teve uma tontura antes? Desculpe. Na manhã em que a vi aqui perguntei-lhe porque é que havia lixo nas escadas. Disse que tinha tido uma tontura e deixara o saco cair ao chão. Não é verdade? - Foi ela que levou o lixo para baixo. - Disse-me que tinha tido uma tontura. Sra. Kalani, ela não tinha limpado as escadas nesse dia? As escadas estavam molhadas. Talvez tenha escorregado. Estupor! Foi você que a fez escorregar. Tenha respeito! Eu sou educado em frente à sua família. - É a sua obrigação, seu merdas! - Não diga palavrões. Levem-no lá para fora. Como se os vizinhos fossem dizer alguma coisa contra ele! Se conseguir provar que eles estão a mentir... Então acha que eles estão a dizer a verdade? Que inferno, estou é a perder tempo aqui. Desculpe. Dê-me a mochila dela. Aqui está... Não queres o teu livro de colorir? Fofinha, não fiques triste por eu estar a discutir com os teus pais... Deixa-me pô-lo na tua mochila. A mamã não lhe roubou dinheiro. Eu sei. Não é por isso que estamos a discutir. Então é porquê? Fiquei zangado porque ela deixou o meu pai sozinho. Ela foi ao médico. Podes ir. Fica bem. A pedido do tribunal, vou examiná-lo e anotar o que vir. Como o doutor pode verificar, ele deixou de falar. O senhor não disse que ele tem Alzheimer? Sim, mas antes de tudo isto, ele ainda dizia umas coisas. Isto é um gabinete médico. Prove isso em tribunal. Tem algum hematoma? Sim, alguns. O que é que aconteceu? Não sei se os hematomas estarão relacionados com a queda da cama. Não corras. Mãe, baixa o vidro. Eles estão a discutir. Não vê que isto é uma escola de raparigas? Só quero fazer uma pergunta a esta senhora. O senhor não pode estar aqui. Discutam na esquadra. Eu não quero discutir. Só quero falar com ela. Não tenho nada para lhe dizer. Não o conheço a si nem ao marido dela. - Então porque mentiu no tribunal? - Que mentira? - Ela sabe que mentira disse. - Sra. Safaei, chame a polícia. - Não me assusta com a polícia. - Ela não tem nada a ver com isto. Então porque é que tentou arrancar coisas à minha filha? Eu não fiz nada disso. A senhora é professora. Não tem vergonha? Porque é que lhe perguntou se eu tinha batido na mãe - e ela perdeu o bebé? - Não fiz nada disso. Pega no desenho de uma miúda de 4 anos e diz-lhe que o pai bateu na mãe e ela perdeu o bebé? Eu não disse isso! Acha que batemos nas nossas mulheres e filhos como se fossem animais? Juro pelo Corão, que somos seres humanos iguais a vocês. Não tenho nada a perder. Diga ao seu marido que não me obrigue a fazer uma loucura. Estou à porta à espera. Estou desempregado. Vou ficar lá fora o dia todo. A senhora há-de acabar por sair. Vá ao tribunal dizer que mentiu ou não descanso enquanto não souber o que se passa entre si e o marido dela. Que descaramento! Tenho sido muito paciente. - Então porque está a defendê-lo? - Eu disse a verdade. - A verdade? - Sim! Coloque aqui a mão e jure. Jurar para quê? Isto não tem nada a ver com ela! Não tenho medo. O que quer que eu diga? Afirmou que o marido dela não sabia que a minha esposa estava grávida. - Sim. - Jure. Juro por este Corão que naquele dia, em casa deles, o marido dela estava na cozinha e não ouviu eu e a sua esposa a falarmos. Está bem assim? Quer que eu diga mais alguma coisa? É louco. Liga ao teu marido. Não saias sozinha. Não, não quero que ele saiba. Peço desculpa. Porque estão todas aqui paradas? Estou? Olá, Sra. Qahraei. Deixei-lhe uma mensagem. Pode atender, por favor? Parece que a senhora que tratava do meu pai obteve através de si o número de um ginecologista. Queria pedir-lhe esse número para ligar para lá a saber se ela consultou o médico nessa semana e qual era o problema. Agradecia que me ligasse de volta. Obrigado. O que estás a pensar fazer? Em relação a quê? Queres continuar nisto? Discussões novas todos os dias? Porquê? O que é que se passou? Ele foi à escola dela hoje e envergonhou-a à frente de toda a gente. O que é que ele disse? Desatou a gritar: "O pai dela matou o meu filho". Como é que ela pode voltar à escola? Não vês o que estás a fazer? O que eu estou a fazer? - Ele está a fazer ameaças. - Ele não se atreveria! Termeh, vai para o teu quarto. E se ele mata a tua filha a caminho da escola? Que queres que eu faça? Que fuja para o estrangeiro contigo? O estrangeiro que se lixe. Não sabes falar normalmente? Isto é sobre a Termeh e a situação em que a colocaste. Em que eu a coloquei? Tens cá uma lata em acusar-me! Quem é que saiu de casa? Quem é que pediu o divórcio? Disseste-me para eu sair quando quisesse. Então porque é que voltaste? Não voltei. Estou aqui por causa dela. - Ela está bem. - Tens duas opções... - Não me tentes intimidar. - Intimidar, eu? Ou esclareces esta situação... - Não, eu sei bem o que fazer. - Não a empurraste? Ela não caiu? O bebé dela não morreu? Sim! Matei o filho dela. Porque é que és tão teimoso? Paga o dinheiro e põe um fim a isto. - Não me vão obrigar a pagar. - Obrigar como? Põe-te no lugar deles. - Não sou responsável por eles. - O filho deles morreu! E o meu pai foi ferido. Ele já nem fala. Já antes não falava muito. Eu era feliz com o pouco que ele dizia. Isso é tão mau como perder um filho? Onde é que estavas para saberes que fui eu que o causei? - Então como é que ela o perdeu? - Não sei. Não sei. Talvez o marido lhe tenha feito alguma coisa e agora ela quer pôr-me as culpas. A filha disse que ela foi ao médico naquele dia. Porque é que não esperou mais 2 horas para ir ao médico? Porque é que amarrou o velho à cama e saiu? O médico disse que o bebé morreu por causa de uma pancada. Como saber se a pancada veio de mim? Até me provarem, não vou aceitá-lo. Está bem, deixa-me levar a Termeh. Devias ter vergonha por me pressionares desta maneira. Estou preocupada com ela. A tua filha quer viver aqui. Ela tem de ficar aqui e aprender. Aprender o quê? A discutir e a ser obstinada? Não. A aprender a não ser uma cobarde como tu que desiste facilmente. Ele sabe quem assustar. Porque é que não me veio ameaçar? Sim, sou uma cobarde. Toda a tua vida, fugiste ou levantaste os braços e rendeste-te. Diz-me porque é que queres sair deste país. Tens medo de ficar. Estive fora uma semana e não conseguiste desenrascar-te. Não consegui e sou responsável por isso. Dá-me a Termeh e faz o que quiseres. Termeh, querida, não és obrigada a ficar. Vai para onde quiseres. Continuas a não querer vir? "Ele vende o quilo a 20. Se vender 270 Kg diariamente..." Escreve 270. Então quanto é que ele faz de lucro num dia? Como é que resolves o problema? Mentiste? O quê? Mentiste? Acerca de quê? Quando disseste que não sabias que ela estava grávida. Porquê? Disseste que não tinhas ouvido a conversa entre a Sra. Qahraei e a Razieh. Sim. Então como é que sabias que a Sra. Qahraei lhe tinha dado o número? Ela não lho deu nessa altura? Ora bem. Se queres calcular o lucro... Sim, eu sabia. A tua mãe disse a verdade. Quando elas estavam a falar na sala, eu ouvi tudo da cozinha. Então porque é que disseste que não tinhas ouvido? Sabes o que acontecia se eu dissesse que sabia? 1 a 3 anos de prisão. Só conseguia pensar no que seria de ti... com quem é que ficarias. Por isso disse que não sabia. Se sabias, porque é que a empurraste? Eu sabia que ela estava grávida, mas não naquele momento. Esqueci-me. Não prestei atenção. Então diz-lhes isso. A lei não quer saber disto. Ou eu sabia ou não sabia... Olha para mim. Se tu quiseres, eu conto-lhes. - Olá. - Olá. Não te pedi que não parasses aqui à frente? Sra. Qahraei! O que estás a fazer? Sra. Qahraei, espere... Estacione só para eu lhe explicar uma coisa. Por favor, deixe-me... Pai! E quem se responsabiliza agora pela segurança da minha filha? Sem testemunha não há caso. Então, sem testemunha fico à espera que ele mate a minha filha e depois venho falar consigo? Como é que eu sei que o senhor está a dizer a verdade? Porque haveria eu de mentir? Trago a minha filha e o meu pai aqui só para mentir? - Ela está aqui agora? - Sim, está lá fora. Pergunte-lhe o senhor. Tenho medo de a deixar na escola. Tenho medo de deixar o meu pai em casa. O queixoso está cá? - Já acabou de escrever? - Está quase. O senhor não sabia que a esposa dele estava grávida? Não, não sabia. Não a ouviu a falar com a explicadora? Não, não ouvi. Ai não ouviu? O que eu estou a dizer... A explicadora veio cá retirar a declaração. Ela disse que o senhor sabia. - Ela disse que eu sabia? - Sim, veio ontem. - Ele ameaçou-a... - Responda. Ouviu-a ou não? Já disse que não. Como é que sabia do número do médico? - Foi a minha filha que me disse. - Disse-lhe o quê? Que ela obteve o número através da professora. Peça-lhe para entrar. - Agora? - Sim. E espere lá fora. Que pergunta? O que é que ele quer saber? Não sei. Dá-me isso. O que tens a dizer? O senhor ainda não me perguntou nada. O teu pai não te disse o que te queríamos perguntar? - Não. - Estás em que ano na escola? No sexto. No dia em que a tua explicadora foi lá a casa e perguntou à senhora pela gravidez dela, tu estavas presente? Nesse momento não, tinha ido buscar os meus livros. Então, como é que sabias que ela tinha obtido o número através da tua explicadora? Ela deu-lhe o número mais tarde, quando já estava de saída. - À tua frente? - Sim. Porque não disseste mais cedo ao teu pai? O quê? Que ela obteve o número do médico através da tua explicadora. Não achei que fosse importante o meu pai saber. E disseste ao teu pai ou ele ouviu? Que ela lhe deu o número? Fui eu que lhe disse. - Tu disseste-lhe? - Sim. Muito bem. Que crime é que eu cometi? Nenhum. Tem razão. Ele não aceita a responsabilidade. Admito que ele é culpado, mas o que é que vai acontecer? Um ou dois anos em tribunal para um plano de pagamento de dinheiro de sangue. Mas porquê? É isso que me chateia. - Acha que isto é por dinheiro? - Quando é que eu disse isso? A senhora acha que eu sou um vadio, que o meu filho morreu - e que eu não percebo nada. - Nunca disse uma coisa dessas. Vamos ouvir o que ela tem a dizer. Não há outra hipótese. O vosso filho não vai voltar. O meu marido não vai ser enforcado. O marido dela não fez de propósito. Eles são boas pessoas. Estão a oferecer-vos uma solução. Aceita o dinheiro e resolve o assunto. Vai dar jeito na vossa situação. Vamos acordar agora uma quantia e eu peço a aprovação ao meu marido. Agora temos de ter a aprovação dele? Por amor de Deus, deixe-nos em paz. Até parece que não precisas do dinheiro. Olha bem para ti. Não o deixem ir embora. Espera aí. Quero falar contigo. Vais ficar? Mãe... Deixa-me falar com ele. Senta-te. Quero falar contigo. Estou a ouvir. Hoje fui falar com o marido dela. Senta-te. Consegui convencê-lo a aceitar 15 milhões em vez de 40. Três cheques de 15 milhões em troca do consentimento dele. Como é que te atreves a falar de dinheiro com ele? Não aguento esta ansiedade por causa segurança da minha filha. Tu não entendes. Atrasaste-te e eu já estava morta de medo. Porque é que estás a interferir? Não vim cá para discutir. Meus Deus, será que nunca vais entender? Não disseste que a culpa foi minha, que eu é que vos apresentei, e que se eu não tivesse ido embora nada disto tinha acontecido? Então, deixa-me ser eu a resolver. Se eu pagar, isso significa que eu admito a culpa. - Mas ele concordou. - Ele não nos deixa em paz. - Nunca deixaria, fosse como fosse. - Porque hei-de eu suborná-lo? É como se fosse o dinheiro do meu dote. Se fosse caso disso eu suplicaria e pediria emprestado para arranjar dinheiro para o teu dote. Mas não tenho dinheiro para pagar por extorsão. A nossa filha é uma adolescente. Ela está a sofrer. Então compreendes que a adolescência é um período de grande sensibilidade. Se ela estivesse a sofrer não tinha ficado. Porque é que achas que ela ficou? Porque te escolheu? Quis impedir que nos separássemos. Ela sabe que eu não vou a lado nenhum sem ela. Ela está a sofrer mas não o mostra. Liga-lhes agora e diz-lhes que eu não pago enquanto não se provar que eu sou o responsável. Eu vendo o meu carro. - Não o vendas por minha causa. - Não é por tua causa. Se a tua filha não vale o esforço... Porque é que estás a dizer disparates? O dinheiro não é problema. Não descanso até a segurança da minha filha estar garantida. Não tens o direito de fazer seja o que for. Estamos entendidos? Se eu não tivesse feito nada estarias na prisão. Vai ao tribunal e recupera a fiança. Não quero estar em liberdade por causa disso. Levanta-te, Termeh. Levanta-te e vamos. - Levanta-te, já te disse. - Mãe, por favor. - Não quero que fiques aqui. - Não, Mãe, não deixo. Os 15 milhões são mais importantes que a vida da tua filha? Não vou deixar que faças isto. Se a tua filha não é importante... Mãe, escuta, por favor, porque é que estás a fazer isto? - Disseste que ficavas. - Fui estúpida! Mãe, por favor... Estou à espera no carro. Vai para lá uns dias. Até terminares os testes. Os teus avós estão lá. Vais divertir-te mais. Não disseste que não era nada de sério? Ficou mais sério. Termeh... Querida... Se choras eu também choro. Porque é que não lhes pagas para ela voltar? Isto não tem nada a ver com o regresso dela. Tem, sim. Ela tinha vindo para ficar. As coisas dela estavam no carro, eu vi. Termeh! Se achas que eu sou culpado, vai chamar a tua mãe. Ligamos-lhes e vamos lá pagar. Estou com dúvidas. Ele empurrou-a ou não? Sim. Aconteceu alguma coisa em casa? Não. Já antes, o meu bebé não se mexia. Antes de ele a empurrar? Está a dizer que o seu bebé já tinha morrido? - Não sei. Talvez. - Tinha-se passado alguma coisa? Não tenho a certeza, mas... na noite anterior, tive dores. - Já tinha perdido algum bebé antes? - Não. Fui atropelada por um carro. O seu sogro tinha saído para a rua. Eu fui atrás dele. Ele estava a atravessar a rua para voltar. Eu corri atrás dele para o impedir mas fui atropelada. As dores começaram nessa noite. O seu marido sabe disso? Porque é que não vai contar isto ao tribunal? Se o meu marido descobre que lhe contei a si, mata-me. Desde ontem, quando falou com os credores, que tem estado à espera. O que é que nós temos a ver com isso? A culpa é minha. Quando ontem ele me contou que lhe tinham oferecido dinheiro, fiquei muito assustada. Liguei a algumas pessoas. Disseram-me que se estou com dúvidas é pecado aceitar. Se não pagarmos, a inocência do meu marido tem de ser provada em tribunal. A senhora jurou que não contaria nada! Mas o seu marido não nos deixa em paz. Tenho medo pela minha filha. Tenho medo que, se aceitar este dinheiro, aconteça alguma coisa à minha filha. O que quer que eu faça? Não pague o dinheiro. Não pague. E o seu marido deixa-nos em paz? Dá-me isso. Traz os pratos. Não te preocupes. Não vai acontecer nada. Quando retirar a queixa, damos-lhe estes três cheques. Deus vos abençoe. Hojjat, vai buscar papel e caneta para escrevermos o acordo e assiná-lo. Eu queria dizer uma coisa antes... Diga uma oração e acabe com isto. Já dei o meu consentimento e vou honrar a minha palavra. Quero é que a esposa e a filha dele estejam presentes quando eu falar. Onde é que ela está? Obrigado. Chame também a minha filha, por favor. Entra. O teu pai chamou-te. Termeh, anda, senta-te aqui. Com licença. Muito bem... Eu passei os cheques e vou entregar-vos. Sem problema nenhum. Mas quero pedir um favor. A senhora é uma pessoa devota. Jure pelo Corão que fui eu que provoquei o aborto. Tragam o Corão. Vai buscá-lo. Vem rápido antes que eles suspeitem de alguma coisa. Os credores estão aqui por causa do dinheiro. Vais dar cabo da nossa reputação. Não posso jurar. Não disseste que tinhas ido buscar o pai dele e foste atropelada? Porque é que não vens? Ela tem medo de jurar. Porquê? Eu... estou com dúvidas. Meu Deus... Azam, vai sentar-te com eles. Porque é que estás a dizer isto agora? Juro que contei à Azam. Conta-me exactamente o que se passou. No dia anterior, fui atropelada por um carro. E nessa noite tive muitas dores. - Vamos, será o meu pecado. - Não. É pecado. Eu perguntei. Mas que pecado? Ele consentiu. Vamos lá. Tenho medo que sejamos castigados. Mais castigados do que isto? Olha para a minha situação. Tem piedade de mim. Da nossa filha. Tenho medo que aconteça alguma coisa à nossa filha. - Vamos lá. - Não posso. Anda. Não posso. Não te magoes a ti próprio! Porque vieram cá esta noite? Não vos pedi que não viessem? Não vos disse que não queríamos o vosso dinheiro? Como é que agora vou viver nesta casa? Porque é que me fizeram isto? Anda daí. Anda, vamos. Olá. Entra. Então, qual é a tua decisão? Os teus pais deixaram a decisão nas tuas mãos. Com quem queres viver? Com o teu pai ou a tua mãe? - Já tomaste uma decisão? - Sim. - Tens a certeza? - Sim. - Já decidiste ou não? - Sim. E qual é a decisão? Tenho que dizer agora? - Se ainda não decidiste... - Já decidi, sim. - Se ainda não decidiste... - Já decidi. E então? Preferes que eles esperem lá fora? Pode ser? Senhor, aguarde lá fora um momento. A senhora também. Ripadas por: n0Te Tradução e legendagem Marta Lisboa Adaptação Henrique Caldeira.

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