Festa Anos 80 Decoracao Colorida

Colgate University - PAUL FREEDMAN: Sejam bem-vindos ao História 2010, a Alta Idade Média¹. Eu sou Paul Freedman. Por trás deste inócuo título "A Alta Idade Média"-- Acho que teremos que muda-lo um pouquinho. Um ponto de exclamação no final dele, pelo menos. Mas por trás desse inócuo título, vocês verão, espero, se ficarem neste curso, um curso estranho. Estranho, não por abranger o período específico de 250 a 1000, mas porque começa bastante reconhecível, logo ficando cada vez mais estranho, parecendo se dissolver em um tipo de mundo difícil de entender. Difícil, mas divertido. Falarei tanto dos aspectos esquisitos e divertidos em maiores detalhes. Existem vários grandes temas nessa sucessão de séculos: a queda do Império Romano; sua conservação no Oriente, como o Império Bizantino; os ditos reinos e invasões bárbaras, surgidos das ruínas do Império Romano; o triunfo cristão, que de uma minoria ilegal tornou-se a crença oficial do Império Romano; posteriormente sobrevivendo à sua extinção. Temos duas convidadas: Lauren Mancia, sentada nesta parede, e Agnieszka Rec naquele canto. Até agora, existem aulas preparadas para quarta às 4 em ponto e sexta às 10:30. Provavelmente teremos duas outras aulas. Veremos o quão grande estará a turma próxima semana. Digam para mim se o tempo dessas duas aulas-- e, provavelmente, as aulas previstas serão na quinta: durante a tarde e a noite. Digam-me se algum de vocês tiver algum problema pessoal com o planejamento das aulas. Como já disse, quando alguns de vocês já estavam presentes, teremos algumas pausas, para você que está experimentando possa entrar em um outro curso. Será, senão fácil, pelo menos possível para você se retirar. Para tal teremos várias pausas durante a apresentação. Mas, devo dizer, quero lecionar uma discussão, ou apresentação, completa no dia de hoje. Dispomos de apenas algumas oportunidades para discutir as coisas. E eu gostaria de introduzi-las a vocês. Também acho que isso lhes ajudará na escolha de entrar neste curso. Bem, este curso é parte do Programa de Cursos Gratuítos de Yale. E, como vocês provavelmente já saibam, existem vários-- bem, um número seleto, mas substancial, de cursos que são oferecidos ao público via Internet. E este é um deles para o outono. Aproveito esta oportunidade para saudar nossos estudantes e amigos internautas. Sendo parte deste projeto, uma equipe de transmissão da Universidade de Yale estará filmando as aulas. Sendo o mais discreta possível. A experiência da turma será praticamente como se eles não estivessem ali. E a intenção deles é filmar a mim, não vocês, portanto nem seus rostos, nem suas vozes irão aparecer. É improvável que suas perguntas sejam ouvidas. Eu vou repetir as perguntas, para que as pessoas assistindo a aula pela Internet tenham uma ideia. Eu encorajo perguntas, tanto coisas que vocês não tenham entendido ou coisas para elucidação. Tenho um estilo de leitura um pouquinho mais formal que algumas pessoas, talvez. Eu tento dar uma leitura razoavelmente estruturada que não se disperse muito. Alguns de vocês já tiveram cursos comigo e sabem que tenho certos temas, ou preocupações, ou distrações. Mas tentarei ser o quão coerente possível, em parte por estarmos filmando Então espero que vocês estejam entusiasmados com o fato de estarmos participando da iniciativa dos Cursos Gratuítos de Yale. E, tendo dito-o, prestem atenção. A equipe de transmissão não é muito destacada. E o objetivo para nós é interagir na sala de aula como normalmente faríamos. Isto é parte da experiência única de ensinar e aprender em Yale, portanto não hesitem em me perguntar se tiverem quaisquer questões ou preocupações. O syllabus, vocês todos tem cópias do syllabus, eu presumo. E é claro, vocês o verão no servidor. Os livros estão na Livraria de Yale, e eles estão todos lá. Espero que nela existirão cópias o suficiente; se não, obteremos mais. A primeira tarefa é, convenientemente nesse sentido, do material do curso. O material está na TYCO, o lugar de xerox na rua Elm. Diga-nos se você não sabe onde ela fica. E as tarefas para segunda e quarta-feira, essas duas primeiras tarefas são do livro de Peter Brown O Mundo da Antiguidade Tardia² e o de A.H.M Jones Constantino e a Conversão da Europa Ocidental³. Alguma questão? Muito bem. Ok. As exigências que vocês vêem no syllabus são uma pequena avaliação que está marcada para 10 de outubro. Uma avaliação mediana, que data a 17 de outubro. E uma longa, que será em 5 de dezembro. A avaliação longa é uma pesquisa. Estaremos felizes em lhe ajudar na escolha de um tópico, lhe dar sugestões, e apoio para iniciar a pesquisa. Ela deve ter de 15 a 20 páginas, e representa 40% de sua nota. A mediana representa 30%; e a pequena 20%, e a sua nota de presença 10%. Bem, este curso não possui requisitos pesados. Mas espero que vocês atendam aos requisitos que temos. Não há avaliação final. Peço a vocês que tirem de suas cabeças a tentação de não ler por não existir avaliação final, ou a leitura da segunda parte do curso. E se isso for considerado um problema, tomando como base o funcionamento das aulas, preparamos a possibilidade de lhes dar quizzes de aula na aula metade deste curso. Horários das avaliações, nestes eu serei firme. Não posso dizer que não haverá tolerância com atrasos, pois sei que podem existir certas emergências importantes. Mas quero lhes dar um exemplo de justificativa que não irá ser aceita: "eu tenho três outras provas em tal semana." Ok? Planejam com antecedência. Estamos à sua disposição. Se quiser planejar sua pesquisa amanhã, ou, que seja, esta tarde, fale comigo. Quero ouvir o que vocês tem a dizer sobre isso. Durante as aulas, não queremos laptops. E o motivo por isso não é que achamos que vocês possam ficar mexendo no Facebook ou respondendo emails, pois sabemos que vocês nunca fariam isso. Os laptops, em nossa experiência, interferem com o propósito da aula, que é em parte falar uns com os outros. Focando então em uma tela, e assim, em um certo sentido, sendo uma série; um arquipélago de pequenas ilhas, ao invés de uma aula, no senso de dar, pegar e compartilhar. Se você acha que isso impõe alguma dificuldade você, Penso que você vai, na verdade, achar agradável. E se houver alguma dificuldade técnica, me informe. Questões logísticas? Questões sobre a organização do curso, ou qualquer outro aspecto do tipo? Bom, significa que fui mais claro do que em algumas ocasiões. Portanto, se alguém quiser sair agora, esta é a oportunidade. Mas, parecendo que tenho sua atenção, deixem-me introduzir o curso em termos de conteúdo em si. Estamos a começar examinando a crise do Império Romano. E então sondar seu legado peculiar. No ano 1000, onde paramos, ainda estaremos tratando da herança do Império Romano, o título do livro de Christ Wickham, um dos que vamos usar bastante. O legado é peculiar porque, enquanto a memória do Império Romano permanece intacta durante o período, e além-- Quer dizer, até hoje, o chefe da Igreja Católica reside em Roma. Até 1960, as transações do papado eram em latim: os serviços da Igreja eram em latim, a Igreja Católica era em latim. E latim continua sendo a linguagem oficial da Igreja Católica em seu corpo administrativo. Portanto o preservador mais fiél de Roma e seu legado, histo ricamente, é a Igreja Católica. E este é um paradoxo porque a Igreja começa sua história, e, de fato, seus primeiros 250 anos, como ilegal no Império Romano. E, de fato, existiam perseguições periódicas onde pessoas eram punidas, incluindo mortas, por serem cristãs. O mais fiél preservador de Roma, entretanto, após o colapso do Império no Ocidente no século V, é o dito Império Bizantino-- O Império Bizantino com sua capital em Constantinopla. Mesmo tendo abandonado o latim pelo grego no século VI e transformado-se em um tipo muito diferente de entidade política e cultural, o Império Bizantino foi derrubado em chamas pelos turcos ainda em 1453 ainda como Império Romano. Esse foi seu nome oficial até o fim. Outro herdeiro do Império Romano, em certo sentido, é o Islão, que começa no século VII, durante a metade do nosso período. Não preciso enfatizar a importância histórica do Islão. Mas nossa tarefa é entender sua origem e sua expansão impressionante durante esta era, 250 a 1000. Para entende-lo nos termos de sua época, e portanto como ele ascende e interage com os impérios Romano e Bizantino assim como, nos bastidores, com o Império Persa, destruindo ou enfraquecendo os três nos séculos VII e VIII. Maomé era originado da Arábia, fora da Pérsia, e pode-se dizer que representava um tipo muito diferente de idéias. Mas o poder do Islão estaria, por séculos, concentrado nas áreas do antigo Império Romano: o Mediterrâneo, os Balcãs, o Egito, a Síria e o Norte Africano. É claro, neste último, ele ainda é a religião principal por uma maioria esmagadora. O Islão trás então um tipo de questão que não vou tratar muito diretamente, mas que estará em nossas cabeças, sendo de relevância. Este é um curso pré-industrial; ele está própria categoria pré-industrial em termos de requisitos. Está longe; distante. É parte de sua atração, eu penso, como já disse, sua estranheza. Mas as lições do conteúdo abordado neste curso talvez sejam essas-- vale a pena refletir. Como o talvez mais bem sucedido império multicultural da história ocidental conseguiu tal façanha; como conseguiu durar tanto tempo. O sucesso do Império Romano e o porquê ele eventualmente caiu. E dentro desta queda, como uma rica, alfabetizada e bem desenvolvida sociedade veio a ser destruída por uma mais primitiva? Primitiva, pelo menos, no senso de cultura material, complexidade econômica, urbanização e alfabetização. Outra lição importante é o poder das idéias religiosas, não só intrinsecamente como parte da vida do povo e sua aparência, mas socialmente e historicamente: como a religião afeta o curso político da história. Tendo dito isso, como acho que já mencionei, eu ia lhes explicar o que há de divertido neste curso. O que eu acho divertido é o seguinte, penso que já aludi a isso. Começamos com um mundo familiar, no sentido de que o Império Romano, mesmo não sendo, óbviamente, tecnologicamente a mesma que vivemos hoje, era uma sociedade muito avançada e também uma muito complexa. Avançada? Bem, vá à Europa e dê uma olhada, observe as proezas de engenharia dos romanos. Vejam a vida pública dos banheiros, estádios, templos, cortes de justiça, mercados, cujas ruínas ainda, em muitos casos, rebaixam as cidades que cresceram ao seu redor. Percebam o quão grande feito este é. Era um enorme império, um império burocrático, um com massas alfabetizadas, um grande exército, um grande serviço civil, intenso comércio interno e externo, todas as coisas que são conhecidas por nós. Mas como ele se enfraquece e entra em colapso, temos um tipo de experiência, senão pós-apocalíptica, no mínimo transformadora. Fica cada vez mais estranho, mais e mais desorganizado, difícil de entender à primeira vista. Basicamente começamos na civilização e então defrontámo-nos com territórios mais perigosos. É difícil descrever o território em que chegamos, mas isso é que penso ser intrigante sobre este curso. Você começa em um mundo familiar, e então ele se transforma em algo forâneo, mas atraente, penso eu. Atraente, mas tenho um aviso a vocês. Ou uma coisa que tenho visto estudantes ficarem surpresos com, e algumas vezes até mesmo aborrecidos. E isto é, temos que falar sobre religião: tanto o cristianismo quanto o islão, e, mais ligeiramente, judaísmo, e também o paganismo, dentro do tema. Mas aquela que normalmente aborrece as pessoas é o cristianismo. Algumas vezes dirão, pensei estar em um curso de História e ele se transformou em um de Estudos Religiosos diante de meus olhos. Teremos de falar sobre algumas heresias. Vocês terão de entender, na verdade, pelo que lutaram e mataram uns aos outros, quando falam da natureza de Cristo, ou da relação das três entidades da Trindade. Isto não é familiar, mas, de novo, acho que esse sentimento é bom para nós. A infamiliaridade tem um jeito divertido de se tornar em algo familiar. Quando comecei a lecionar-- bem, dinossauros não caminhavam pela terra, mas eles tinham apenas sido extintos, pássaros e mamíferos primitivos-- o pressuposto de que a religião estava seguramente-- religião como um movimento político, não como uma crença pessoal, mas religião como algo que tinha um impacto na política já estava bastante acabada, e que ela era uma característica da história medieval. Obviamente os últimos anos tem nos mostrado, de muitos jeitos, o poder da idéias religiosas. O poder das idéias religiosas, não apenas pessoalmente, mas coletivamente; não apenas sentimentos, mas como movimentos políticos. E assim começamos a crise do Império, a primeira crise do Império no século III DC. Se formos só um pouquinho antes disso-- o que não é oficialmente parte deste curso, mas como quando o mestre-cuca te oferece um pequeno amuse bouche; um salgadinho antes da refeição. O período dos Bons Imperadores, o segundo século DC-- o termo Bom Imperador foi popularizado pelo grande historiador de O Declínio e Queda do Império Romano, Edward Gibbon, que escreveu no século XVIII. E é um daqueles trabalhos que, seja qual for seu número de imprecisões factuais e interpretativas, ainda estabelece o programa de como analisaremos a decadência e colapso do Império Romano. Gibbon afirma, "se alguém tivesse de apontar o momento da história mundial onde a condição da raça humana era a mais feliz e próspera, iria responder, sem hesitação, aquele que decorreu da ascensão de Nerva à morte de Marco Aurélio", ou seja, de 96 a 180 DC. Ele continua, "seus sucessivos reinados foram talvez o único período em que a felicidade de um grande povo era a única preocupação do governo". Pois é em contraste com esse período dos ditos Bons Imperadores que o subsequente declínio sondado na obra monumental de Gibbon tomaria lugar. Agora, em discordância com Gibbon, não acreditamos tão veementemente que o Império Romano era tão maravilhoso para todos os envolvidos. Temos uma visão um tanto mais equilibrada que Gibbon. Gibbon nunca diz, por exemplo, e os escravos? Ou o campesinato? Ou, mesmo, a posição das mulheres na sociedade? Mas mais do que isso, acredito que temos mais dúvida e hesitação ao fato de que qualquer estado, particularmente qualquer estado poderoso, necessariamente representa um padrão de virtude ou felicidade. Para os pobres, o eficiente funcionamente do governo romano era menos importante do que para as classes abastadas. Porque o estado romano, como a maioria de seus iguais, na medida em que ele aplicava o império da lei, ele foi criado para proteger a propriedade, e não direitos. E vocês verão Wickham, quando chegarmos a lê-lo, que enfatiza, no capítulo sobre o peso das leis no Império Romano-- isto é para 19 de Setembro-- O Império Romano não foi organizado para beneficiar o povo miúdo. Em graus diferentes, e em tempos variáveis, ele recorreu ao trabalho escravo. Isso é fácil de exagerar. Ele não é uma sociedade escravista. Não é uma sociedade maciçamente escravista, mas certamente muitos de seus empreendimentos envolviam a escravidão. Suas leis eram elaboradas para proteger a propriedade dos afortunados, ao invés de aplicar uma justiça igual para todos. Roma era uma potência imperial, e, como direi em certo momento, uma extraordinariamente tolerante. Mas tolerante conquanto você se conformasse com a visão dela de civilização. Como muitos outros grandes impérios, Roma presumia que certos aspectos da vida eram opcionais. Eles eram muito tolerantes em relação à religião, por exemplo. Mas sua definição de civilização era ser como nós. Eles eram muito generosos em relação a isto. Eles transformariam em cidadãos os povos desde a Grã-Bretanha celta até o Egito. Mas isso significava conformar-se com um certo conjunto de normas, crenças, premissas, e um modo de vida. Outra coisa que vamos divergir de Gibbon é sobre a eficiência do Império Romano. Para Gibbon, no século XVIII, o Império Romano era uma maravilha de eficiência. Mas, na realidade, como ele poderia ser eficiente? As distâncias eram tão longas, e as viagens tão lentas. Esse é um Império no qual se levava semanas e semanas para transcorrer no quadro das comunicações. Como sabemos, de tempos atuais até, mesmo com grandes comunicações, sem dúvida, com comunicações instantâneas, é muito dificil manutenir estados unidos. E, aliás, uma das coisas que aconteceram nos últimos 50 anos foi o enfraquecimento do estado, estranhamente. Estranhamente, porque o que se achava que ia acontecer é o que geralmente acontecia no século XX. Estados ficavam cada vez mais e mais poderosos, mais e mais ditatatoriais, mais e mais tirânicos. E, de fato, 1984 de George Orwerll, escrito na era do pós guerra durante os anos quarenta, pressupõe que o totalitarismo era o que iria se generalizar. De fato, acontece que o problema não é precisamente o estado-- vejam os grandes estados da metade do século passado: nenhum existe mais, a União Soviética, e o outro, os Estados Unidos-- sejam quais forem nossas forças-- não parecem ser o poder exacerbado do governo central, o qual, na verdade, é muito reduzido do que era em, diga-se, 1950, por qualquer medida. Então temos uma idéia diferente de estado. Estamos mais conscientes das limitações do poder estatal em tempos passados. Estamos mais conscientes da discrepância entre a retórica de poder-- e nenhuma política se iguala ao Império Romano em suas cerimônias de poder, sua arquitetura de poder, sua cultura de poder. Mas o imperador, na verdade, mesmo glorioso, mesmo sendo sendo cultuado como um deus no século III, seu poder era limitado. Seu poder era limitado em termos práticos, se não teóricos. E isso será importante pois, logo no início, vamos avaliar as realizações do imperador Diocleciano, no final do terceiro século, e do imperador Constantino, começando no quarto século, o qual pode-se dizer ter salvo o Império do colapso. O que é inquestionável sobre o Império Romano, e que não tem um juízo de valor acrescentado, é que ele foi duradouro. O Império Romano perdurou por um período incrívelmente longo; ele era estável. No ano 410 os visigodos saquearam e pilharam Roma. Eles entraram na cidade de Roma, essa dita tribo bárbara, e a saquearam. Eles saquearam de forma ordeira, mas, ainda assim, a saquearam. Esta foi a primeira vez que isso ocorreu na cidade de Roma em um período de cerca de 800 anos. O Império em si, por esse tempo, tinha quase 400 anos. A outra realização inquestionável do Império Romano é que ele controlava o Mediterrâneo. O Mediterrâneo era o seu centro, por vezes chamado de Mare Nostrum, ou seja, nosso mar. Nosso mar porque eles controlavam todo o litoral do Mediterrâneo-- o único estado que chegou a fazê-lo. Existiram três grandes impérios: o Império Otomano, o Império Bizantino e o Califado, mas nenhum desses controlou mais do que cerca de 40% do Mediterrâneo em um particular momento. Então mesmo se divergirmos da calma certeza de Gibbon que o melhor período da história humana foi a era dos Bons Imperadores no século segundo DC, não devemos minimizar as realizações do Império e sua época. Viver em segurança, em relação tanto aos inimigos externos quanto à desordem interna, essencialmente paz com o império da lei, era incomum. E, infelizmente, continua sendo. Roma era um império imenso. Ele abrangia desde Inglaterra até o Saara, da Espanha à Armênia. Ele tinha uma linguagem comum de administração, o latim. E duas linguagens culturais, grego e latim, compreendidas pela elite de uma ponta do Império à outra. As cidades não eram muradas até o século terceiro. Gibbon, em particular, enfatiza a tolerância de Roma, o que era agradável ao seu inato anti-clericalismo. E, como muitos de vocês sabem, sua explicação para a queda do Império era o cristianismo. Foi o cristianismo que enfraqueceu o Império, enfraqueceu sua elite, desviou sua atenção para controvérsias tolas sobre questões trinitárias e cristológicas, quando eles deveriam se focar nos bárbaros. Isto não é mais aceito, por razões que ficarão mais claras nas semanas que se seguirem. E sua prática, sua idéia de tolerância, é muito importante para Gibbon, escrevendo no século XVIII, quando a Europa recém tinha emergido de séculos de guerras religiosas. Tendo visto as guerras da Reforma, não literalmente, por não ter vivido-as, mas sendo filho dessas guerras, a Guerra dos Trinta Anos na Alemanha no século XVIII, das questões religiosas na Grã-Bretanha, Gibbon, como muitos membros da geração iluminista da qual ele era parte, pensava que o mundo seria muito melhor se a religião fosse um assunto exclusivamente privado ou simplesmente desaparecesse. Portanto, para ele, a vilã da história, e em particular, a vilã da história romana é a religião. Mas, mesmo tolerante, Roma limitou o cristianismo, por razões que discutiremos. Mas ainda é, históricamente, bem incomum que o Império tenha permitido todas essas outras religiões. De fato, ao invés de considerar, diga-se, as religiões egipcias como inferiores, eles simplesmente absorviam esses deuses. Segunda, você pode cultuar Zeus. E na terça, hey, se você quiser pedir ajuda a Isis em relação a um negócio mercantil pendente, porque não ir visitar um templo egípcio? Ele era eclético. É mais ou menos o jeito que os americanos comem. Não faz sentido para a maior parte das pessoas, no mundo, dizer algo do tipo, "Ah, não quero comida japonesa. Eu já comi ela no almoço". Se você está no Japão, se espera que você coma comida japonesa tanto no almoço quanto no jantar, e o mesmo com a comida italiana. O mesmo é verdade sobre religião, pois as pessoas não dizem, "Ah, não quero ir na Igreja Presbiteriana nesse fim de semana, estou indo a um templo budista, só pra fazer algo diferente". Isto está mais próximo da natureza da religião romana. Esse tipo de tolerância é incomum. Então tolerância, ela é a virtude real do Império, mesmo limitada. Virtude real por ser incomum, historicamente. Paz-- O Império Romano investia metade de sua receita no exército. Por outro lado, um império desse tamanho não poderia ser mantido unificado somente por meios militares. Ele era conservado por uma elite que compartilhava noções de civilização, que fizesse certos sacríficios pelo bem público. Os jogos, os circos, as competições e as cerimônias eram normalmente bancadas por capital privado, não pelo estado, por exemplo. É uma civilização urbana, com uma elite urbana. As cidades tinham seus deuses locais. Elas tinham sua administração local. Elas construíam aquedutos, templos, cortes, todos esses edifícios que mencionei antes. Era um estilo de vida cosmopolita. Então ele é diverso no sentido de existirem muitos povos diferentes, mas unido, no sentido de uma elite que compartilha uma lingua comum, onde até mesmo o planejamento urbano é o mesmo. Se você for a Londres ou Timgad, no que hoje é o deserto algeriano, você saberia os caminhos certos. Você saberia onde achar o mercado. Você saberia que ele foi construído de forma ortagonal. Você saberia onde estariam as cortes em relação aos templos. Você saberia por onde caminhar, da mesma forma que você sai da inter-estadual sabendo que terá uma loja de hamburgueres ou um posto próximo. E seria algo incomum se você não encontrasse esses lugares. Se você não encontrasse uma loja de construção, mesmo sem ajuda técnica, ou sair de uma rodovia inter-estadual comum, então você não vive nos EUA, ou vive aqui há pouco tempo. Então a mesma coisa, existe algo como um retrato mental de como uma cidade se parece, de uma ponto do Império à outra. Mas este é um império centrado ao redor do Mediterrâneo, não só logisticamente ou políticamente, mas culturalmente. Para os romanos, seu império incluía terras onde árvores olivas não cresciam, e onde uvas de vinho não floresciam, mas esses lugares não eram lugares onde quisessem viver. Queriam controla-los, mas estes estavam fora da civilização. Um oficial público no Danúbio, no que hoje é a Hungria, lograva a seu lar a reclamação de que, "Os habitantes tem a mais miserável das vidas pois eles não cultivam olivas nem bebem vinho", fim. Acredita, existia um tipo de hábito da Costa Leste* como, "eles tem biscoitos de mirtilo aqui, não posso viver nesse lugar". Ou, sabem, a loja de café mais próxima fica a 30 milhas, e não tem substituto. Este é, portanto, um império impressionante. Seus defeitos-- Ele possui um desequilíbrio entre o urbano e o rural, não tão grande quanto se pensava, mas dominado por cidades dependentes do campesinato, mas que tendiam a drenar a vitalidade da terra. Também o desequilíbrio leste-oeste. Irônicamente, para um império que nasceu no oeste, no tempo que discutimos, o leste é mais próspero. É mais urbano. Tem mais comércio. É melhor organizado; mais comercial. Outro problema do império é seu tamanho. Funciona por um longo tempo, porém, quando não mais funciona, isso se torna um grave problema. Então o exército-- O exército no século terceiro descobre que pode fazer e desfazer imperadores. A crise do século III, que se estende de 235 à ascensão de Diocleciano em 284, se dá pelas dezenas e dezenas de imperadores. A maioria reinou por menos de três anos. Com uma exceção, todos assassinados. Duas coisas estão relacionadas, o poder do exército para proclamar um imperador; a inabilidade do imperador em manter seu poder antes que um exército aqui ou ali, em uma província ou outra, proclame um novo imperador e mate o anterior. Então é um império durável, mas instável, e em certos aspectos, exausto. Na primeira parte do curso, vamos analisar como este império funcionava. E examinar suas duas grandes crises. A primeira, no século terceiro, que envolve todos esses imperadores, também incluí invasões da Pérsia e os primeiros indícios de invasões bárbaras pela fronteira dos rios Danúbio e Reno, mas ele sobrevive a essa primeira. E essa é a vitória de Diocleciano, sobre quem vocês irão estudar. A segunda crise, no século quinto, é similar, em muitos aspectos, mas terminal em seus resultados. A crise do século quinto trás o colapso do Império Romano no Ocidente, a queda do Império Romano de Gibbon, que o fez famoso, e que continua a inspirar certa fascinação e medo hoje. Aqui estão algumas questões que vocês devem ter em mente, pelo menos, enquanto vocês lêem nas primeiras semanas. Quando falamos do enfraquecimento ou colapso do Império Romano, isso aconteceu por ameaças externas ou fraqueza interna? O costume retórico, que é comumente usado em relação a impérios no mundo moderno, é fraqueza interna. Isso porque os oponentes não parecem muito selvagens ou ameaçadores. Isso não é, entretanto, uma norma. Como disse antes, inimigos externos, mesmo os que não parecem imponentes, podem, sob certas circunstâncias, fazer valer sua vontade sobre o que seria um império superior. Até certo grau, isso ocorre, de fato, pela fraqueza interna. Mas só ela não irá possibilitar. Ela é um dos problemas. Outro problema é continuídade versus mudança. O Oriente sobrevive. O Oriente até floresce por algum tempo. E por algum tempo parece estar a ponto de reconquistar o Ocidente dos bárbaros. Pois como podemos falar da queda do Império Romano quando, sabe, só parte dele cai? Outra questão é, como a ascensão cristã afetou o destino político e cultural do Império? Como eu disse, Gibbon afirma que ela afetou seu destino destruíndo-o. Mas além dessa, penso eu, explicação diminutiva, como o cristianismo mudou o Império? Foi essa mudança uma catástrofe ou uma transformação? E também, como o cristianismo triunfou? Ele parece tão estranho a tudo que seja romano. Como tornou-se a religião oficial do Império? E, como se torna, de fato, identificado com o Império? Todas essas questões são hoje muito debatidas por historiadores. Não terei resposta definitiva para vocês. Mas tenho certas opiniões. Apresentarei a informação basicamente de acordo com elas, mas não é algo que tenha sido científicamente provado ou reconhecido universalmente. Pois começamos nosso curso no reinado do imperador Diocleciano, 284 a 305. E o fazemos por ele ter resolvido uma série de problemas que ameaçavam a existência do Império no século terceiro. Esses problemas, já ditos, são a instabilidade política, invasões persas, invasões bárbaras, e uma, que não mencionei, a inflação, tremenda luxação econômica. Todas essas são manifestações das falhas duradouras que mencionei. Sobre essas falhas prolongadas-- Quer dizer, pode-se apontar a falhas duradouras na União Soviética ou falhas duradouras no Império Britânico. Mas porque elas manifestam-se em tal momento? Ou, sob outro ponto de vista, porque o Império prospera por centenas de anos, ou algumas décadas, e então dissolve-se? Questões? Questões sobre isso, ou problemas? Sabem como me contatar, paul.freedman@yale.edu. Coloco minha sala, 327 HGS, e horários. Por favor, venham me ver. E espero falar mais com vocês na segunda. Obrigado..

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