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Daemen College, Amherst - O HUMANO SUPERIOR? Homem, a mais alta forma animal. Apresentando (em ordem de aparição) Quantos são com esse? Narração (Então Deus criou o homem à sua imagem) Produção: Dr Jenia Meng (Os Alemães são uma raça nobre e única para a qual a terra foi dada pela graça de Deus. Hitler. Mein Kampf. Pág. 827) Escrito e dirigido por (...enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar) O mundo é um lugar impressionante, com bilhões de formas de vida de variados tamanhos e formas. Segundo alguns, a forma de vida mais impressionante deve ser a humana. Eles acreditam que os humanos revelam tremenda superioridade sobre todas as outras formas de vida, com suas muitas características e abilidades especiais. Neste filme, viajaremos por uma lista de pontos frequentemente mencionados, por variados indivíduos e fontes que suportam a ideia de superioridade humana inerente. Razão número 18: Ter uma população grande Humanos têm uma população razoavelmente grande… para mamíferos, ao menos. Outras formas de vida superam o homem em trilhões, mas talvez nossa população seja do tamanho exato para os que acreditam na superioridade humana. População não é um fator tão importante para alguns supremacistas, contudo. Eles acreditam que os humanos compensam isso por: Razão número 17: Ter vidas longas Mas não tão longas. Algumas espécies de planta podem viver milhares de anos. Animais como as esponjas também. Mas essas espécies vivem suas vidas lentamente por um longo tempo, ao invés de viver vidas rápidas em um período curto, como os humanos, então é difícil para alguns humanos ter empatia com esses estilos de vida. E animais com estilos de vida mais acelerados, como humanos? Quanto tempo vivem? Há as tuataras, que vivem mais de 200 anos, baleias-da-groenlândia – cerca de 200 anos, Tubarões-da-groenlândia – estimados 200 anos, jabutis – 188 anos, e outros. Suas vidas devem ser longas demais, talvez, porque são mais longas que a vida humana. Humanos vivem o tempo ideal aos olhos dos supremacistas humanos o mesmo que alguns papagaios, que nós vamos deixar de lado por enquanto. Razão número 16: Criar arte Humanos conseguem criar arte. Outras formas de vida conseguem criar arte também, inclusive arte ao estilo humano. Mas outras formas de vida não conseguem criar arte ao estilo humano tão bem como humanos. Alguns vêm isso como prova da superioridade humana. Razão número 15: Construção Outras formas de vida também constroem coisas. Castores escavam árvores e as usam para construir lares com entradas subaquáticas. A maior represa feita por castores no mundo mede cerca de 850 metros. Abelhas constroem colmeias nas quais criam grande número de filhotes e estocam comida. Alguns isópteros constroem cidades em complexos arranha-céus. Os prédios podem medir até 9 metros. O arranha-céus humano Burj Khalifa, em Dubai, mede 828 metros. Cerca de 531 vezes o tamanho de um humano médio. Como se sai o arranha-céus isóptero na competição? Grandes arranha-céus isópteros medem cerca de 914 vezes o tamanho do isóptero médio. É como se humanos construíssem um prédio de 1,424 metros. Seus prédios têm paredes de pedra sólida, ventilação, aquecimento e resfriamento, câmaras reais, e até áreas nas quais eles podem literalmente plantar comida. Suas cidades podem abrigar milhões e eles as constroem há eras. Mas seguramente as civilizações isópteras não podem ser mais antigas que as humanas …podem? Isópteros vêm construindo suas gigantescas cidades pelos últimos 50 milhões de anos. Compare isso a alguns milhares de anos de civiliação humana. Humanos fazem algo diferente, contudo, de acordo com os supremacistas. Outras formas de vida podem ter construído duas vezes mais alto, plantado, vivido em interiores, tido grandes sociedades antes que humanos existissem, mas aparentemente humanos ainta têm um aspecto em sua construção que é mais especial e inerentemente superior aos outros: Razão número 14: Viver em casas Não casas complexas como colmeias e outras mencionadas, casas como as que vivem os humanos. Mas o que faz uma casa humana tão especial? Bem, materiais de construção, tamanho, forma e localização variam drasticamente, entretanto todas têm uma coisa em comum: são adequadas à vida humana. Se formigas, isópteros, pássaros e outros construíssem casas para humanos e não para si, talvez os supremacistas os valorizassem mais. Também é importante questionar a ideia de que viver em uma casa torna uma forma de vida superior, antes de mais nada. Ser incapaz de viver adequadamente em um ambiente natural é uma qualidade? De acordo com alguns, sim. Razão número 13: Ter polegares opositores Outras formas de vidas possuem cascos, chifres, asas, etc, com seus respectivos usos, embora as tarefas que nossos dedos opositores desempenham pareçam mais especiais. Alguns podem dizer que outros primatas, como os macacos do velho mundo e os hominídeos também possuem polegares opositores e se perguntam por que os humanos são melhores? Parece que alguns macacos têm dedos opositores nos pés também, serão eles duas vezes mais impressionantes que os humanos? A resposta do supremacista é que os polegares opositores humanos são superiores porque são usados para construir coisas úteis para os humanos. Humanos não usam só seus polegares para construir. Às vezes precisam de ajuda extra. É aqui que as ferramentas vêm em nosso socorro. Razão número 12: Uso de ferramentas Humanos são facilmente identificados pelo uso universal de ferramentas. É verdade que chimpanzés, alguns macacos, pássaros e outros são conhecidos por isso, (Betty, o corvo, inventa um gancho - Universidade de Oxford) mas a frequência com que as usam é bem menor. Eles raramente precisam de utensílios e vivem até a velhice em paz com a natureza. Alguns humanos modernos, por outro lado, parecem tentar reconstruir a natureza em escala massiva, em moldes adequados ao seu estilo de vida. Lixo, escapamentos de carro, plásticos, pesticidas, fumaça de fábricas e dejetos nucleares são indícios imediatos da superior civilização humana moderna. A maioria dessas coisas não é necessária, mas são parte da cultura humana superior que valoriza ganhos virtuais e bens materiais simbólicos sobre coisas como a saúde das gerações futuras e comida limpa. Nossas ferramentas não servem apenas para construir e expandir, contudo. Para alguns, os mais preciosos utensílios humanos são as armas. Países humanos gastaram cerca de 1,63 trilhões de dólares em defesa em 2010. Se você gastar um milhão de dólares por dia, da data do nascimento de Jesus até hoje, você ainda estará longe de gastar 1,63 trilhões. Para os que não sabem quem é Jesus Cristo, ele é o ícone da mais popular religião humana, que ensinava a paz aos seus seguidores. De volta ao ponto, países humanos gastaram cerca de 1,63 trilhões em defesa em 2010. O que é “defesa”, você pergunta? “Defesa” é a palavra que muitos humanos usam para descrever os armamentos, o pessoal e as ações militares. Interessantemente, a maioria dos países têm orçamentos para “defesa”, mas parece impossível localizar países com orçamentos de “ofensiva”. Pareceria que militares humanos existem apenas para propósitos defensivos. Essa defesa parece muito significativa às vezes. O Japão “defendeu” a China durante a Segunda Guerra Mundial e conduziu uma “defesa” surpresa em Pearl Harbor. A Alemanha sistematicamente “defendeu” Judeus pela Europa. EUA e União Soviética ameaçaram se “defender” mutuamente para fora da face da Terra durante a Guerra Fria. Alguns humanos podem inclusive usar certos tipos de arma para caçar comida Mas isso ainda é bastante raro - as armas ainda são mais usadas para o seu propósito original: matar humanos … em defesa, é claro. Outras espécies deveriam começar a se industrializar, explorar recursos até o limite, construir complexos industriais militares, e reduzir garantias de necessidades futuras, como comida, água e ar limpos se quiserem elevar seu status ao nível humano moderno. Tókio anunciou planos para jogar quase 12 mil toneladas de água radioativa da usina nuclear de Fukushima no oceano. Razão número 11: Uso da razão Esquilos e outras formas de vida demonstraram impressionante habilidade de raciocínio, mesmo em situações com obstáculos muito complexos Mas supremacistas humanos acreditam que o tipo humano de raciocínio é melhor. A razão humana ajuda humanos a completarem tarefas benéficas para os humanos. Razão número 10: Caminhar ereto Alguns vêem caminhar sobre duas pernas como sinal seguro da superioridade humana. Se concordarmos que animais como os pássaros não existem, talvez seja. Caminhar ereto é visto por alguns como uma habilidade impressionante, um comportamento claramente civilizado, o que nos traz ao próximo ponto: Razão número 9: Viver em sociedades Outras formas de vida têm sociedades maiores e menores que as humanas e elas são estruturadas das mais diversas formas. Isópteros são de longe a espécie social mais antiga, criando sociedades complexas desde antes das formigas. Podem viver nos mesmos edifícios por gerações e isópteros de gerações avançadas ajudam a criar as gerações novas. Mas sociedades humanas são superiores a estas, e a todas as outras aos olhos dos supremacistas humanos embora ela esteja por aqui há muito pouco tempo em comparação com as dezenas de milhões de anos nos quais muitos bilhões de insetos vêm vivendo em suas movimentadas sociedades. Talvez para ser considerada bem-sucedida, uma sociedade precise ser relativamente nova e aumentar seu número em uma rápida explosão populacional. Essa é uma hipótese interessante que eu gostaria de ver testada. Neste interim, continuemos nossa jornada em busca de outras evidências fundamentais da superioridade humana. Razão número 8: A habilidade de matar todas as outras formas de vida Agora, disso sim podemos falar. Tirar vidas é algo em que somos definitivamente excelentes. Recentemente, a espécie humana se tornou incrivelmente destrutiva. Somos tão destrutivos; podemos eliminar toda a vida na Terra. Bem, nem toda vida, mas uma grande quantidade. Deixe-me refrasear: humanos podem matar a quantidade exata de formas de vida. Então, qual o valor dessa habilidade? Imagine um grupo de humanos escondido em um bunker antes de deflagar a explosão de bombas nucleares espalhadas pelo planeta. Que aparência teria a vitória uma vez que eles emergissem do bunker? Para eles, a vitória seria um vasto descampado sem nada comestível nem água imediatamente bebível. Sabe que eu não entendo esse cara, animais são humanos, ele parece gostar de matar. Há algo mais aí, Joe, algo por trás disso. Algo que não entendemos. Razão número 7: Ensino e aprendizagem Outras formas de vida também aprendem e ensinam, mas supremacistas humanos acreditam que os humanos usam um equilíbrio perfeito entre linguagem verbal, escrita e corporal para ensinar e aprender, o que nos leva a: Razão número 6: Linguagem Não utilizando odores, hormônios, linguagem corporal animal, ou linguagem verbal animal, mas uma certa combinação específica de linguagem corporal, verbal e escrita humanas. A gorila Koko e a chimpanzé Washoe aprenderam a linguagem dos sinais americana e a utilizaram para comunicar-se com humanos. Um bonobo macho chamado Kanzi compreende cerca de 3,000 palavras humanas, e também frases simples. Bonobos também demonstram usar da razão, supostamente única aos humanos, para criar novas frases com as palavras que aprenderam. Alguns argumentam que as habilidades dos macacos não são similares às humanas considerando que estão apenas aprendendo linguagem dos sinais humana e inventando novas palavras com base nela. Então parece que supremacistas precisam estudar os bonobos em liberdade para observar seu uso da comunicação que eles mesmos inventaram. Alguns cientistas têm estudado como os bonobos originalmente se comunicam e explicaram um pouco do assunto em linguagem humana. Mas eles não falam nenhum dos nossos idiomas modernos mais populares, então é improvável que certas pessoas se interessem. E os golfinhos? Golfinhos se comunicam de diversas maneiras e podem mesmo conduzir scans ultrassônicos usando sua habilidade de ecolocalização. Eles conseguiram mesmo encontrar anormalidades, como tumores, em pessoas que não sabiam que os tinham. Cães-de-pradaria possuem uma linguagem verbal complexa inventada por eles e usada para sua comunicação. Eles têm palavras para descrever tamanho, velocidade, cor, direção e mais. Se eles vêm uma pessoa caminhando, eles podem contar uns aos outros que há uma pessoa caminhando, a que velocidade, qual o tamanho, o que está vestindo, e até o que ele carrega. Eles também têm palavras para formas abstratas, Como triângulos e ovais. Um exemplo de frase que um cão-de-pradaria pode dizer é: “O homem baixo de camisa azul está vindo e está segurando uma arma”. Cães-de-pradaria não apenas têm linguagem verbal complexa, com adjetivos e substantivos, como a humana: eles podem ter algo significativamente único. Em um experimento, seis cães-de-pradaria eram isolados uns dos outros em salas à prova de som e apresentados a um furão Europeu – algo que nenhum deles tinha visto antes – todos usaram uma nova, idêntica palavra para descrever o furão. O experimento foi repetido diversas vezes mostrando novos animais aos cães-de-pradaria produzindo resultados similares. Como um cão-de-pradaria que nunca viu algo antes, chamá-lo com a mesma palavra que outro cão-de-pradaria isolado usará para chamá-lo? Algumas pessoas tentando desvendar o fenômeno dizem que é como se uma vez que um cão-de-pradaria inventa uma palavra nova, todos os outros instantaneamente a aprendessem sem nenhum contato direto com o inventor. Con Slobodchikoff, o cientista que fez os experimentos, pondera se cães-de-pradaria possuem algum template neural com certos sons descrevendo certas características. Desta forma, os cães-de-pradaria usariam palavras iguais diante de objetos com as mesmas características. Certamente há uma explicação lógica por trás disso, mas ainda estamos por descobri-la. Mas não fique tão animado ainda. Alguns linguistas ainda não sabem se cães-de-pradaria têm palavras para descrever tempo, e podem usar isso como desculpa para dizer que eles não têm linguagem alguma. Então, para ter linguagem, uma espécie aparentemente precisa de palavras para o tempo. Mas isso apresenta um problema menor para alguns humanos. A tribo Amondowa na Amazônia também não tem palavras para descrever tempo. Lamento, tribo Amondawa; vocês não são mais pessoas de acordo com estes linguistas. Além dos cães-de-pradaria, cães e gatos também utilizam linguagem. Eles também têm olfatos tão refinados que podem saber até se uma pessoa está morrendo captando traços de químicas específicas no seu corpo. Mais, cães e gatos podem aprender linguagem humana. Alguns cães aprendem mais de 1000 palavras humanas diferentes para seus brinquedos. Conseguirá um humano aprender 1000 formas de comunicação canina? Pode o humano captar odores sutis e medir seus componentes químicos para saber o que se passa com outra forma de vida sem ter que perguntar-lhe nada? Então por que alguns pensam que a comunicação verbal e escrita humana é especial? De que forma ela difere de outras formas de comunicação mencionadas? Bem, isso é simples. Humanos vibram seus pescoços e batem suas línguas úmidas e movem os lábios. Os variados padões de batida e movimentos labiais são atribuídos a significados com os quais a maioria presumivelmente concorda. Batidas de língua e movimentos labiais podem consumir muito tempo, com diversas manobras complexas para convencionar uma palavra. Humanos inventaram até mesmo aparatos que transmitem nossas batidas de língua à distância, para que tempo e espaço tragam menos detrimento a este ritual estranho e lento. Tais aparatos requerem considerável energia e partes manufaturadas, mas valem a pena em nome da humanidade. Por que dependemos tanto de comunicação? É possível que, por dependermos tanto de utensílios e cooperação social, necessitemos de uma vasta gama de referências apenas para manejar nossa forma de viver. Pode não ser a melhor estratégia para todas as formas de vida, mas parece funcionar para humanos. Vejamos quão bem nossa comunicação funciona no seguinte cenário: Imagine-se indo visitar seu melhor amigo, que não se sente bem e tirou o dia de folga. Você faz ruídos com sua boca comunicando que quer saber o que há com ele. Ele reconhece os sons que você faz, sorri, e diz que apenas não se sente bem e precisa ficar em casa hoje. Você sorri de volta e lhe diz que fica feliz que não seja nada sério, e vai para a sua casa relaxar. O que você não percebe é que o cão de estimação que você trouxe com você não está relaxado. Enquanto seu amigo sorria e te convencia de que está bem, seu cão sentia grande medo e tensão nele. Seu cão também soube rapidamente que ele não estava apenas doente… ele tinha câncer. Seu amigo foi diagnosticado com câncer há algum tempo e estava tentando tratá-lo sozinho. É hora de ele abandonar seu orgulho, contudo. Seu cão sabe algo que seu amigo não sabe: Seu câncer é mais sério do que ele pensa. Ele se aproxima da morte rapidamente e precisa de atenção médica urgente. Como muitos cães, seu cachorro tem um olfato tão incrível que enquanto você observava o corpo do seu amigo e perguntava se ele estava bem, seu cão já estava avançado no processo de estudar a bioquímica fundamental dele no ar. Por improvável que essa estória soe, ela é tecnicamente possível. Esse é uma habilidade muito real que muitos cães possuem. Cães podem ser usados para detectar câncer, prever convulsões e mais após apenas um par de semanas de treinamento básico. Mas será que o treinamento é sequer necessário? Em 2007, o Jornal de Medicina da Nova Inglaterra reportou sobre um gato chamado Oscar, mantido em uma enfermaria para fazer companhia aos residentes. Sempre que Oscar se aninhava ao lado de um paciente, ele morria pouco depois. (Não, Oscar não os matava) Os funcionários por fim concluíram que o gato tinha alguma forma de saber que certos pacientes de aproximavam da morte, e ia confortá-los. Os funcionários descobriram que Oscar era tão preciso que passaram a usá-lo como alerta de que um paciente estava por morrer. Oscar acertou pelo menos 25 vezes até hoje. É uma pena que cães e gatos não possam trocar sua habilidade olfativa quase telepática pelas vocalizacões simbólicas que os humanos usam. Até que possam, estão destinados a ser vistos como inferiores por alguns e parece improvável que as pessoas deixem de usar milhares deles anualmente em experimentos adequados a formas de vida inferiores. Razão número 5: Outras formas de vida dependem do instinto O instinto leva criaturas a comer, beber, a conectar-se a alguns de seus companheiros e a competir com outros, encontrar um parceiro, iniciar uma família, proteger a prole. De acordo com alguns, humanos aparentemente não fazem nada disso por instinto, mas aprendem tudo com a geração anterior. Talvez eles pensem que o DNA humano e a sua constituição biológica são decorativos e não determinam como uma pessoa funciona. É realmente possível que nossos instintos de sobreviver, comer, sentir sede e até apaixonar-se sejam comportamentos aprendidos? Você precisa que te ensinem a ter sede? Parece que os supremacistas têm algumas perguntas a responder. Razão número 4: Cultura Há casos históricos de crianças ferais encontradas na selva. Algumas foram de fato criadas por outros animais. Os resultados foram bastante interessantes. Elas tinham problemas em comunicar-se, não podiam manter uma interação social normal e tinham dificuldades de aprendizado. Em um caso relativamente recente de uma garota selvagem criada por cães, ela sequer caminhava ereta. Seria esta garota-cão desprovida de cultura? Teria sua vida sido prejudicada por ter sido criada por cães? Mais precisamente, não é que ela não tivesse cultura; ela tinha a cultura dos cães. De fato, consta que outras criaturas possuem cultura. Ao contrário da mãe da garota, cães não sofrem de alcoolismo em sua cultura e não negligenciaram a menina. A garotinha abandonada que provavelmente morreria sozinha foi assimilada com sucesso na cultura de um grupo de cães e sobreviveu para contar sua história. Outros animais criados entre humanos também podem ter sérios problemas quando postos de volta em seu ambiente cultural natural. Chimpanzés criados por humanos não têm habilidades de sobrevivência e se arriscam ao ostracismo, podendo até ser mortos por sua forma peculiar de comunicação. Parece que a cultura humana não é útil a todas as espécies sendo de fato adequada apenas a humanos. Razão número 3: Estar no topo da cadeia alimentar Alguns tópicos comuns no currículo de crianças ocidentais são as cadeias e teias alimentares. Muitas crianças aprendem que existe uma hierarquia para as formas de vida, e recebem diagramas revelando seus vários níveis. Plantas estão com frequência no extremo mais baixo, herbívoros figuram acima das plantas e os predadores estão no topo. Ao aprender sobre essas cadeias, que são frequentemente simplificadas e chamadas "a cadeia alimentar", alguns estudantes perguntam “e os humanos?” Uma conclusão comum é a de que nada come humanos e que eles estão no topo da cadeia alimentar. Isso é bastante satisfatório, e é aparentemente verdade, não? Bem... Há seres que vivem em cerca de 85% dos humanos e lentamente furtam nutrientes ou sangue Algumas podem viver por décadas enquanto outras matam seu hospedeiro bastante rápido Mas alguns humanos classificam estas criaturas como parasitas, então eles aparentemente não importam tanto quanto os humanos. Embora o parasitismo seja o estilo de vida animal mais comum, ele não recebe muita atenção. Humanos se preocupam mais em serem comidos por coisas como leões, que não podem mais comer humanos… normalmente. Assim, se convenientmente excluirmos os seres com o estilo de vida mais popular do planeta, nada realmente come humanos. A mídia tende a assumir quando a escola sai de cena e apresenta para adultos e crianças um mundo onde peixes grandes e pequenos lutam pelo topo da cadeia alimentar. O peixe grande sempre vence. O mais interessante é que os mesmos meios que dizem que peixes grandes levam vantagem também demonstram preocupação com o meio ambiente de vez em quando. Mas, se ser capaz de comer outras formas de vida é ideal, o pequeno não importa. Mas será possível que as espécies consumidoras não apenas dominem e devorem suas presas, mas sejam dependentes delas? Afinal, como um lobo sobrevive sem caça e o que faria uma vaca sem vida vegetal? Parece que cadeias e teias alimentares não são transações de mão única com um vencedor no topo. São mais como redes interdependentes. De fato, o ponto principal das teias é mostrar interdependência, mas a mídia acha a ideia simplificada, hierárquica de cadeia alimentar mais atrativa. Até Darwin descreveu a natureza como "uma rede de relações complexas". O que alguns não percebem é que para que um consumidor sobreviva de uma espécie de presa, a biomassa total dessa presa precisa ser pelo menos dez vezes maior que a de seus consumidores. Então, se um peixe grande se alimenta de um peixe pequeno, a população de peixes pequenos será ao menos dez vezes maior em biomassa do que a população de peixes grandes. E se os peixes pequenos sobrevivem comendo algas, a população de algas terá tipicamente pelo menos dez vezes mais biomassa que a população de peixes pequenos. Consumidores são muito dependentes de suas presas e requerem que elas sejam altamente populosas e bem-sucedidas para sobreviver a partir delas. Se a presa tiver problemas, é muito provável que as criaturas que as consomem compartilhem desses problemas. O exemplo a seguir claramente demonstra essa relação: A carne de uma truta pescada em um lago de água fresca pode ter dez mil vezes mais bifenilpoliclorados do que a água na qual ela nada. Como é possível? Formas de vida baixas na cadeia alimentar absorvem o químico tóxico, confundindo-o com um similar do qual necessitam. Depois disso, as pequenas formas de vida são consumidas por um predador e as toxinas de várias pequenas formas de vida são concentradas em um único corpo. Outro predador come várias unidades do predador anterior, concentrando ainda mais as toxinas. A tendência continua cadeia alimentar acima até chegar à truta. Quando chega aos humanos, que estão no topo desta cadeia em particular, a truta é dez mil vezes mais tóxica que a água do lago. Este é apenas um exemplo de como poluentes jogados na natureza por humanos irresponsáveis terminam concentrados no seu próprio suprimento de comida. Já que consumidores precisam que suas presas tenham populações grandes, saudáveis pareceria natural que alguns deles lutassem para proteger suas presas. Alguns, de fato, fazem isso. Considere por exemplo as pimentas chili, frutos de plantas do gênero capsicum. Essas plantas são nativas das Américas, uma área relativamente pequena comparada com a área total da Terra. O chili desenvolveu um sabor picante que evita que muitos mamíferos a comam. Este sabor não parece deter os humanos, contudo… – pelo contrário. O chili se tornou um tempero muito requisitado entre nós, então as plantas capsicum teriam tido seu terrível destino selado quando entramos em contato. Elas se extinguiriam e os humanos seriam vencedores… não foi o que aconteceu. De fato, os humanos gostaram tanto de comer chili que espalharam a planta pelo planeta, rapidamente expandindo sua população e elevando-a a um status global proeminente. Humanos fizeram substanciais esforços para adquirir terras para plantas capsicum, removendo outras plantas para que elas pudessem crescer, e adubando-as para maximizar sua saúde. Preciso perguntar: Quem está trabalhando para quem aqui? Essa estória se repete com inúmeras outras espécies ao redor do mundo. Então por que alguns tendem a posicionar aqueles que comem acima dos que são comidos? Por que a complexa teia alimentar que todos percebemos é ignorada em favor de cadeias alimentares simplistas e hierárquicas, com humanos no topo? Poderia ser que, uma vez que supremacistas humanos se vêem no topo do aspecto consumidor de muitas teias e cadeias, eles tendam a focar em uma cadeia na qual os consumidores tenham mais valor? O que pensariam se as plantas criassem algo chamado "cadeia de produção" com elas no topo e as insignificantes criaturas que dependem delas abaixo? Todos os argumentos a favor da superioridade humana foram altamente debatíveis até agora, mas ainda nos falta confrontar a grande razão pela qual alguns crêem que os humanos estão no topo de uma hierarquia de formas de vida. O fator a seguir parece ser a maior razão pela qual humanos seriam superiores a outras espécies: Razão número 2: Inteligência A inteligência parece ser o talento mais prezado da humanidade. Ter um cérebro altamente desenvolvido em lugar de outras partes do corpo, como músculos, narizes, ouvidos, olhos, etc. parece fazer humanos melhores na mente de alguns. Cientistas podem citar chimpanzés mais espertos que humanos em certos testes de inteligência. Eles também podem mencionar os grandes cérebros dos golfinhos, ou o fato de que mosquitos processam informação visual a velocidades tão incríveis, que se pudéssemos enxergar como eles, veríamos a realidade como um slideshow passando quadro a quadro, ao contrário da visão humana, que é tão lenta que pensamos estar recebendo um fluxo contínuo de vídeo. A boa notícia é que esses detalhes não importam para os que crêem na supremacia humana Porque o cérebro humano é melhor em executar pensamentos de “alta” complexidade. Mas o que faz a “alta” complexidade alta? Será que outras formas de vida seriam mais bem-sucedidas se suas refinadas capacidades mentais ou físicas fossem substituídas por cérebros humanos? Imagine um guepardo trocando sua habilidade de correr por um cérebro grande e pesado. Ou um esquilo cinza trocando sua incrível capacidade de lembrar-se onde escondeu cada uma das suas centenas de nozes por uma alguma habilidade mental humana, como não lembrar-se onde pôs as chaves do carro? Veja o que alguém tido por muitos como altamente inteligente tem a dizer sobre o tema: “Eu acredito que a inteligência humana é provavelmente superestimada. Não é necessariamente algo bom para a sobrevivência de uma espécie.” - Stephen Hawking Por outro lado, alguns não acham que a inteligência seja superestimada. Eles acreditam que a inteligência é o mais importante atributo de uma forma de vida, e que ela pode ser usada para medir seu valor. Isso quer dizer que um bombeiro heroico, com grande bravura e força física vale menos que um contador cujo QI é um ponto mais alto. Para os que não sabem o que é QI e como é testado, é um sistema que pergunta uma série bem restrita de questões culturamente tendenciosas para descobrir o valor mental de um ser humano. O psicólogo francês Alfred Binet foi possivelmente o primeiro a criar esse tipo de teste e alertou que ele não servia para medir a inteligência humana. E quais foram os resultados do seu alerta? Os testes foram chamados de “testes de quociente de inteligência” e começaram a ser usados para medir inteligência humana. Há algum problema em medir o valor de todas as outras criaturas com base na maior das habilidades humanas? Usando lógica similar, poderiam os cães considerar-se superiores sob seu próprio ponto de vista? Afinal, o senso olfativo humano é uma fração do olfato canino médio. Isso quer dizer que é preciso vários humanos para chegar ao valor de um cão. Alguns argumentam “mas espere, por que o olfato seria valorizado como a habilidade mais importante?” Será que os cães, impiedosamente submetidos a experimentos em laboratórios com tanta frequência, perguntariam o mesmo sobre a inteligência humana? Eu já sabia uma coisa sobre essa atitude. Esse tipo de atitude permite que as pessoas tratem outros de forma diferente, simplesmente por serem diferentes. Não importa que eles tenham suas próprias habilidades únicas. Não importa que eles sejam iguais de alguma forma. Serem diferentes é razão suficiente para tratá-los terrivelmente. Esse é o rosto feio da discriminação. Muitos humanos são mestres da discriminação e demonstram seu ódio com guerra, genocídio e subversão. Quando certos humanos encontram razões de sua superioridade diante de outras formas de vida, torna-se fácil encontrar razões pelas quais certos humanos são superiores a outros humanos. Há uma última razão comumente usada em favor da superioridade humana. Essa razão é bastante difícil de entender, até para humanos. Por mística que seja, é extremamente importante para o assunto da superioridade humana. Razão número 1: Consciência e autonomia Comecemos com um pouco de história. O Dualismo Cartesiano é a crença de que corpo e mente são de alguma forma entidades separadas. A ideia foi criada por um filósofo francês do século 17 chamado René Descartes. Ele formulou que consciência e auto-consciência vieram de algum tipo de espírito não-físico. Ele acreditava que o corpo era uma máquina, enquanto a mente era algo mais espiritual. Descartes acreditava que formas de vida não-humanas não possuíam essa mente. Eles eram simplesmente a parte máquina de uma criatura, sem a mente não-física. Quando um humano sofria um ferimento, a mente espiritual percebia a dor e a pessoa sofria. Quando outra forma de vida sofria um ferimento, eles eram só máquinas, não sentiam dor real. Mesmo quando Decartes abria o corpo de animais vivos – um hobby seu que é praticado até hoje – ele racionalizava que os protestos e choros eram simplesmente uma reação maquinal e que o animal não estava sentindo dor real. Descartes foi por fim criticado e questionado sobre como uma mente mística e desconectada poderia interagir com um corpo físico, para começo de conversa. Muitos dos seus seguidores começaram a rejeitar suas ideias e o Dualismo Cartesiano é hoje amplamente rejeitado no mundo acadêmico. Mas poderia Descartes ter razão? Será que outros indivíduos proeminentes chegaram à mesma conclusão antes dele? Perguntemos ao professor Bernard Rollin, especialista em consciência animal. Até onde eu sei, na história do pensamento, desde tempos imemoriais até Descartes, ninguém negava que animais podiam pensar e sentir. Era tão próximo do bom senso, que não ocorria a ninguém questionar isso. Isso não quer dizer que as pessoas fossem éticas. Elas tratavam os animais em muitos casos como se eles fossem carrinhos de mão e não pessoas. Mas Descartes tinha um machado para afiar, e sendo católico praticante, ele queria provar que a mente, i.e, a alma, mesma coisa para ele, eram únicas aos humanos. Ele também foi o primeiro a dizer que a biologia deveria ser parte da física, que essencialmente tudo era feito de matéria, exceto humanos, que eram feitos de mente e matéria. Então se você quer que a física explique a biologia (antecipando a biologia molecular) você precisa dizer que animais não têm uma mente no sentido que os humanos têm. Seu comportamento é simplesmente resultado de interações mecânicas da matéria que os compõe. E pessoas que seguiam Descartes acreditavam que se você literalmente corta animais vivos – vivisecção – o que hoje significa pesquisa animal para muita gente, mas que naquele tempo queria dizer cortar vivos “vivi”: vivo, “secção”: corte. Eles não tinham anestesia, então usavam força bruta para imobilizar os animais enquanto eles eram cortados para ver como isso funciona, como aquilo funciona “o coração é uma bomba hidráulica, é mecânico”, blá, blá, blá. Sabemos de um lugar onde pessoas faziam experimentos segundo Descartes. Há relatos de viajantes que visitaram o local e viram animais acorrentados a mesas, a aneis presos às paredes sem poder se mover enquanto eram cortados. Esses seguidores diziam aos seus estudantes “embora pareça que sentem dor, não sentem porque se humanos podem construir um relógio cuco ou uma pessoa mecânica” - você conhece o famoso relógio alemão com uma mulher tirando leite de uma vaca - “certamente Deus pode criar organismos que parecem sentir dor mas não sentem”. Curiosamente, alguns na Europa da época pareciam estar sob o feitiço de Descartes. Se não havia grande oposição, ele deveria ter pontos de vista válidos, correto? David Hume, o fílósofo que foi o maior cético da história da humanidade - negava mente, corpo, Deus, causalidade, milagres, consistência, e tudo o mais - mas ele diz em algum lugar que se há algo que apenas um idiota pode negar, querendo dizer Descartes, é que animais têm pensamentos e sentimentos. A primeira ética de tratamento animal da era moderna veio dos filósofos utilitaristas que baseavam sua ética em prazer e dor e era óbvio para eles que animais sentem prazer e dor. Isso realmente virou uma crise no final do século 19, início do século 20, quando muitos filósofos e cientistas quiseram demarcar os limites da ciência em relação a tudo: religião, metafísica, etc., pois muito disso se misturava com ciência. Por exemplo, havia biólogos que diziam que o que tornava a matéria viva era - soa melhor em francês. Merda sempre soa melhor em francês: “élan vital”, “força vital” E daí havia um monte de filósofos do fim do século 19 dizendo “não, temos que nos ater ao que é observável, mensurável, quantificável cientificamente” e desenvolveram a posição chamada positivismo lógico, de que se você não pode experienciar algo, isso em essência não é real. Uma vez que não podemos ter a experiência do pensamento animal, podemos negar sua realidade. Se não pudermos provar que matar é errado por meio de dados, podemos negar sua realidade. E esses dois componentes do que eu chamo “ideologia científica” se reforçaram mutuamente: Ciência nada tem a ver com ética, então não vamos nos preocupar com dor animal e se você se preocupar tem a opção de dizer que não é dor realmente; é mecânico. Assim, fosse Descartes um idiota ou não, alguns humanos continuaram acreditando que são os únicos capazes de pensar e sentir. E o que pensam as pessoas de hoje sobre este tópico? Eu escrevi e publiquei um livro em 1989 provando que animais sentem dor saiu um artigo num jornal local, e eu fui numa loja da Harley e esses motoqueiros disseram “parabéns pelo livro, sobre o que é?” E eu disse “eu quero provar aos cientistas que animais sentem dor” e eles me olharam como se eu estivesse louco, Tipo, “quem precisa fazer isso?” Você precisa ter aquele condicionamento ideológico para alimentar seu ceticismo; do contrário nada é mais óbvio do que que animais sentem dor. Você pisa na pata do cão; ele uiva. Uma vez, telefonei para um veterinário. Veterinários eram bem ruins em controle de dor até que a lei federal de 1985 tornou obrigatório o controle de dor em pesquisas com bichos. Antes disso, eu fiz uma busca para o Congresso por estudos veterinários sobre analgesia, ou seja, controle de dor. Não havia estudos sobre o assunto para animais de laboratório. Para animais em geral, havia dois estudos publicados, um dos quais dizia que deveria haver estudos. Então mesmo os veterinários, que lidam com sofrimento animal, não estavam prestando atenção ao sofrimento e à dor. Então, como eu disse, quando eu olhei em 82, havia dois estudos. Olhei novamente alguns meses atrás… Havia 11.664, provavelmente 12.000 agora. Então, o que esperávamos que ocorresse - lei federal demandando o controle da dor - parece ter feito os cientistas recuperarem o bom senso. (Filmado em setembro de 2011) Talvez a história seja menos importante que pesquisas e experimentos modernos. Se animais realmente podem pensar e sentir dor, deve haver algum tipo de experimento que possa prová-lo. Ah, sim, eu telefonei para um dos poucos veterinários que diziam que animais sentem dor e tentei falar sobre o que fazer a respeito, e ele era um cara do Bronx ou Brooklyn, eu acho - um cara italiano – eu liguei e disse “olha, eu estou trabalhando nessa questão e tem muita gente no seu ramo que nega que animais sintam dor”. Ele diz “é, eu sei”. Eu disse “o que você faz quando encontra essas pessoas?” Ele era um cara bem vivaz. Ele diz “bom, te conto. Eu encontro um desses veterinários que dizem que eles não sentem dor e digo, escuta, tem um experimento que você precisa fazer. (ALERTA: Não faça isso) Ponha um cão na mesa de exames, grande, macho, um Doberman intacto… Grande, tá? Ponha ele na mesa de exame. Pegue um alicate de pressão, ajuste aos testículos dele, e aperte, e ele te mostrará que sente dor, ele vai arrancar seu maltito rosto”. O que é, claro, uma resposta vinda do bom senso. Mas será que os testículos do cão de fato confirmam que outras criaturas sentem e pensam? Como saber se o cachorro está reagindo à agitação física em razão de dor consciente, ou se simplesmente é uma máquina programada para reagir de certo modo e que não “sente” realmente nada no sentido humano da palavra? No meu texto eu digo “o comportamento é o mesmo em animais e pessoas quando sentem dor” Eles guardam os membros, vocalizam, isso, aquilo. O substrato físiológico também é o mesmo, o que acontece com os nervos e com os químicos biologicamente ativos. Anestesia e analgesia funcionam em animais. Você pode treinar animais com dor e prazer – reforço negativo e positivo. Então, de fato, todas as evidências que militam a favor de você sentir dor, a despeito de Descartes, militam a favor de animais sentirem dor. Gary Yourofsky: Essa forma cartesiana de ver animais como máquinas está obsoleta e é francamente 100% insana. Porque se todos entendemos que animais usam seus olhos para ver, ouvidos para ouvir, narizes para cheirar, bocas para comer, pernas para caminhar, asas para voar, nadadeiras para nadar, genitália para procriar, intestinos para defecar, Fico sempre perplexo que a maioria das pessoas não acredite que eles também usem seus cérebros para pensar, sentir, ser racionais, ser alertas, ser auto-conscientes. Eu deveria acreditar que todas as partes de um animal funcionam como deveriam, menos o cérebro? Então como provar de fato que outras formas de vida, como os animais, têm consciência? Animais são conscientes? Bem, claro. Agora, pode-se provar conclusivamente que animais são conscientes? Não. Você pode provar conclusivamente que eu sou consciente? Posso provar conclusivamente que você é consciente? Ou, para usar o grande exemplo filosófico; podemos provar que aquela cadeira de fato existe independentemente da nossa percepção? Quando saímos deste quarto, como é a cadeira? Você dirá que é desta ou daquela cor, mas isso depende da interação dela com os bastonetes e os cones dos olhos, correto? Ou, como disse Bertrand Russel, como sabemos que o mundo inteiro não foi criado há dez segundos, e nós com todas as nossas memórias, e os fósseis, e tudo o mais? Você não pode saber isso. A ciência não é cética sobre podermos confiar nas percepções uns dos outros, embora devesse ser, ou pelo menos poderia ser. Portanto, não deveria ser cética sobre animais sentirem dor quando vêem um animal mostrar todos os sinais de dor. Isso é defender as causas que lhes interessam, deixando de lado os critérios usados para evidenciar a existência do mundo exterior como indícios de que a mente animal existe. Eu mencionei mais cedo o que Hume - o maior cético de todos os tempos - disse, não se pode negar que animais pensam e sentem. Darwin disse que se traços físicos seguem um contínuo genético e evoluem, assim como comportamentos metabólicos e fisiológicos, então o mesmo se dá com o pensar e o sentir. E ele, de fato, tem um livro chamado “A Expressão da Emoção em Homens e Animais” mostrando que isso é contínuo. Se você é um evolucionista, precisa crer que é contínuo. Estranhamente, embora a moderna biologia do século 20 seja evolucionista, o que Darwin diz sobre animais terem que ser conscientes e capazes de sentir e tudo o mais isso ficou de fora da ideologia. Vamos nos voltar para os experimentos para tornar isso mais claro. Alguns definem consciência como ter ciência de si. Então como podemos testar se uma forma de vida tem consciência de si? O melhor sentido humano talvez seja a visão, então humanos testam outros humanos colocando-os diante de um espelho para ver se eles reconhecem o próprio reflexo. Cães não enxergam muito bem, mas têm olfatos excepcionais. Naturalmente, eles demonstram auto-consciência por reconhecimento olfativo e podem distinguir entre suas marcas territoriais e as marcas de outros, incluindo seus companheiros de matilha. Cães e lobos selvagens sobrevivem utilizando esse tipo de auto-consciência, pois um erro pode significar confrontação violenta. Então, como alguns dos maiores cientistas humanos testam auto-consciência em cães? Eles os colocam diante de espelhos. Usando essa lógica, seria justo que um cão concluísse que humanos não têm auto-consciência por não reconhecerem o odor da própria urina, ou para alguns insetos concluírem o mesmo, já que humanos não reconhecem os próprios hormônios. É bom que alguns humanos sejam criaturas discriminatórias e possam se esconder de certos pontos de vista que possam ferir seu senso de conforto. Mas e se supremacistas tentassem usar a lógica para pôr sua superioridade em teste? Então, o que você diz de tentarmos para ver o que acontece? Podemos começar por onde se deve, por lógica, começar. Será que “superior”, “melhor” e “maior” são qualidades específicas, ou são fundamentalmente opiniões? Será que todas as espécies não se vêem como a melhor já que cada espécie naturalmente valoriza suas próprias caractetísticas? Imaginemos conversar com outra criatura que compartilhe do pensamento de certos humanos Chester - O Urso Preconceituoso Ursos cinzentos são superiores aos humanos. Humanos são superiores a ursos cinzentos. Por que? Ursos cinzentos têm um olfato impressionante. Humanos têm uma inteligência impressionante. O que faz essa característica superior a outras? Ursos cinzentos são incríveis e têm impressionante olfato. Humanos são incríveis e têm impressionante inteligência. Mas por que vocês são impressionantes? …Nós temos um olfato incrível. …Nós temos incrível inteligência. Vocês dois parecem ter boas características. Mas humanos caminham em duas pernas, têm dentes fracos, dependem de casas para sobreviver e de utensílios para compensar por seus corpos insuficientes. Mas ursos caminham em quatro patas, não vivem em casas, não sabem usar utensílios e dependem de força bruta para sobreviver. Mas será que seus talentos seriam úteis para o outro animal? Não, porque humanos são formas de vida inferiores. Não, porque ursos são formas de vida inferiores. O que quer dizer “inferior”? Você pode me dizer o que faz uma espécie maior tão superior? Eu vou lhe esclarecer: Nós temos coberturas de pele completas, unhas afiadas, somos muito grandes, podemos correr 56 km/h, vivemos cerca de 25 anos, comemos peixe, temos quatro patas, grandes orelhas, e há várias outras razões. Nós usamos roupas, caminhamos sobre duas pernas, vivemos em casas, não somos tão peludos, usamos utensílios, temos cérebros grandes, temos polegares opositores, e há muitas outras razões. Há criaturas com mais ou menos pêlo, unhas e dentes mais ou menos afiados, cérebros maiores ou menores comparados ao tamanho do corpo, que comem mais ou menos peixe, correm mais ou menos rápido, e que moram e todos os tipos de casas, ou em nenhuma. O que eleva suas características à perfeição? Somos formas de vida superiores e este foi o necessário para nos fazer assim. Somos formas de vida superiores e este foi o necessário para nos fazer assim. Por que você é superior? Bem… nós temos um incrível olfato… Bem… nós temos incrível inteligência… Se as pessoas baseiam o sucesso de uma espécie em sua similaridade com os humanos, os humanos sempre parecerão melhor sucedidos. Basear o conceito de sucesso nas características da nossa espécie pode prover conforto ocasional, mas com efeitos colaterais graves. Um efeito imediatamente reconhecível desta crença é uma moral pesadamente enviesada. Em 1970, eu inventei o termo "especismo" para descrever o preconceito contra outras espécies e para fazer analogia com outros preconceitos como racismo e sexismo. Meu ponto era de que somos todos relacionados. Todas as espécies são biologicamente relacionadas via evolução, e ao invés de tratar outras espécies como objetos, deveríamos tratá-los como primos evolutivos, como nossa família. Devemos parar de explorá-los em laboratórios, fazendas industriais, na selva ou onde seja. Eu sentia que o especismo era um preconceito burro e datado. Mesmo depois que Darwin nos disse que somos todos animais e estamos todos relacionados, nós ainda não chegamos às devidas conclusões morais. É como se levasse cem anos pra uma ficha cair. Nós estamos todos no mesmo barco, moralmente falando. Darwin mesmo disse isso. Ele se preocupava com o animal humano tratando os outros animais como escravos. E, de fato, há uma similaridade moral entre especismo e escravidão. A questão importante a respeito da outra espécie é que eles podem sentir dor, e há crescente evidência de que animais sentem dor. Eles têm sistemas nervosos similares ao nosso, e reações bioquímicas no cérebro que, em humanos, estão associadas à experiência da dor, então podemos estar bem seguros de que eles sentem dor e incômodo da mesma forma que nós – centenas de outras espécies animais. E eu estou dizendo que moralmente é importante que uma quantidade X de dor em um cão, elefante ou gato, tenha o mesmo valor que a mesma quantidade X de dor em humanos. Então, não importa a sua espécie, da mesma forma que não importam sua cor ou gênero. A dor é a mesma. Devemos todos ter o mesmo tipo de respeito, moralmente falando. Alguns argumentam que por serem mais inteligentes, ou religiosos, ou independentes, ou autônomos que outras espécies isso dá aos humanos alguma superioridade moral. Eu argumento que todas essas supostas diferenças, que provavelmente são exageradas, são ainda por cima moralmente irrelevantes. Não são pertinentes à situação moral exposta aqui. A questão é que todos sentimos dor. Jeremy Bentham, o famoso filósofo britânico, disse isso em 1789: “a questão não é se eles raciocinam, ou se falam, e sim se eles sofrem” O sofrimento é o principal critério para a moral, não a medida da inteligência de alguém. Quer dizer, nós não damos direitos especiais a professores porque eles são inteligentes, ou a padres porque eles são religiosos. Nós não gostaríamos que isso acontecesse na nossa sociedade, então por que fazemos isso com outras espécies, dando-nos privilégios morais e mais direitos simplesmente porque parecemos um pouco mais inteligentes? Não faz sentido. Alguns humanos precisam parar de definir palavras como “superior”, “sucesso” e “melhor” como antropomórficas, antes de mais nada e adotar uma visão mais objetiva. Do ponto de vista darwinista, “superior” poderia ser mais apto para viver e procriar. Vejamos como humanos se saem em comparação com outras formas de vida agora que temos uma medida mais objetiva. A resposta: Comparados a várias outras espécies, os humanos estão perdendo miseravelmente. Cianobactérias estão por aqui há bilhões de anos com uma dominação tão poderosa que transformou drasticamente a atmosfera da Terra. Caranguejos-ferradura existem há 445 milhões de anos – 200 milhões antes dos dinossauros. Camarões-girino existem há cerca de 220 milhões de anos sem sinais visíveis de mudança. Até mesmo o grande tubarão branco tem, presumivelmente, pelo menos 16 milhões de anos. Estes são apenas alguns tipos de formas de vida super bem-sucedidas. Em comparação, os humanos modernos têm entre 150 e 200 mil anos. Humanos não estão de forma alguma próximos de se proclamar uma espécie bem-sucedida. Mas só porque humanos estão aqui há pouco tempo, não quer dizer que eles vão se extinguir antes de extinguir as outras espécies, correto? Certamente os humanos não seguirão “o caminho do dodô”. Na verdade, o Dr. David M. Raup estudou taxas de extinção e concluiu que o tempo médio de vida das espécies varia entre 2 e 4 milhões de anos. Então estima-se que os humanos tenham mais 1,8 a 3,8 milhões de anos, se tudo for bem. Espécies bem dispersadas são menos suscetíveis à extrinção, mas algo que faz cair o tempo de vida das espécies é a questão do quão alta ela está na “cadeia alimentar”. Talvez viver entre 1,8 e 3,8 milhões de anos mais seja o melhor que a humanidade possa esperar porque as probabilidades parecem sugerir que humanos seguirão o caminho do dodô… com uma diferença menor: O pássado dodô, do qual alguns humanos zombam impiedosamente como uma espécie idiota, extinta por seu pouco conhecimento de sobrevivência, viveu estimadamente muitos milhões de anos. Isso quer dizer que se humanos viverem 1,8 ou mesmo 3,8 milhões de anos mais, ainda assim seremos menos bem-sucedidos que o dodô em termos de tempo de sobrevivência. Podemos inclusive durar menos que ele, um dos mais conhecidos exemplos de extinção. Mas espere, há mais... Presumir que a espécie humana pode viver pelo menos 1,8 milhões de anos mais seria levar apenas processos naturais em consideração. Temos que incluir o fato de que temos armas nucleares. Extra: Russos Explodem Bomba H Existe alguma chance de que os humanos sejam suficientemente tolos para usá-las? De fato, há mais que uma chance. Pouco depois que as primeiras armas nucleares foram criadas, pessoas as usaram… contra sua própria espécie … duas vezes. Uma das poucas diferenças entre antes e agora é que agora, bombas nucleares são cerca de 3.800 vezes mais destrutivas e há muitas mais delas. Usar uma bomba nuclear hoje seria muito diferente do que foi no passado, uma vez que muitos países agora possuem armas nucleares. O uso de armas nucleares hoje pode facilmente escalar para uma guerra nuclear. Mesmo que os EUA e a União Soviética tenham mostrado que uma guerra nuclear é impraticável e pode levar à segura destruição mútua, alguns países ainda trabalham duro para adquirir armas nucleares, ou aperfeiçoar as que já têm. Será que os países que tentam adquirir e aperfeiçoar armas nucleares planejam usá-las, ou apenas estão dispostas a gastar milhões, ou mesmo bilhões por diversão? Não vamos esquecer de adicionar armas biológicas e também vírus novos, mais mortais, criados pelos experimentos de alguns cientistas. É interessante pensar que alguns humanos se vêem como a forma de vida definitiva, dominando o planeta como deuses mesmo que muitos tenham problemas em gerir a própria espécie e estejam trabalhando duro para acelerá-la para um fim iminente. Então, de onde emergiu essa crença de que humanos seriam superiores a outras espécies? Humanos sempre pensaram assim? Será que todos os humanos de hoje pensam assim? Algumas sociedades anteriores, baseadas no sistema de caça e coleta, se viam como parte da natureza, ou ao menos relativamente iguais a ela. Alguns estudiosos acreditam que na Austrália, “Aborígenes aprendiam que uma sociedade não deve ser humanocêntrica e sim centrada na terra, senão eles esquecem sua origem e propósito… Humanos tendem a comportamentos exploradores se não forem consistentemente lembrados de que estão interconectados com o resto da criação, que indivíduos são passageiros, e que gerações passadas e futuras devem estar incluídas no seu propósito de vida.” Não são apenas os aborígenes australianos, ou pessoas que viveram antes de René Descartes que não acreditam fortemente na superioridade humana. Pesquisas sugerem que culturas como os do extremo oriente, hindus, gregos e muitas culturas indígenas possuem uma reverência bem mais alta por outras formas de vida do que religiões abraâmicas como o Islã, o Judaísmo e o Cristianismo. Muitos dos recentes pensadores ocidentais também se posicionaram com clareza diante da ideia de superioridade humana, inclusive Darwin, que achava absurdo considerar certos animais superiores a outros. O homo sapiens é um animal considerado radicalmente único. Agora, isso é redundante pois por definição uma espécie é uma espécie por ser distinta de outras espécies, então dizer que humanos são únicos, como as pessoas gostam de dizer, é dizer nada. Claro que somos únicos. Um esquilo é único, um rato é único, um cão é único, por definição. Mas de algum modo, somos tão únicos, que somos diferentes de todos esses animais – radicalmente diferentes. E somos únicos por nos definirmos de certo modo pela nossa essência racional, e isso foi tão bem articulado na tradição filosófica ocidental de Platão a Aquino, de Aristóteles a Descartes, de Kant em diante que nós ainda pensamos que isso é bom senso: nós somos o animal racional. Se nós dissermos que a nossa essência como seres humanos é racional, e nós podemos identificar uma certa classe de seres humanos como menos que racional, eles são menos que humanos. Você estuda história ocidental e relê o que os grandes tinham a dizer e a maioria deles conclui que mulheres eram deficientes em racionalidade. Rousseau, por exemplo, dizia que mulheres tinham racionalidade prática, mas não racionalidade teórica, por isso não podiam ser filósofas. É sem sentido, mas era assim que os filósofos clássicos pensavam. Então se nós podemos dizer que mulheres não têm racionalidade, podemos dizer que são subhumanas, que pertencem à parte baixa da hierarquia. O mesmo para pessoas de cor, trazidas da África Europeus iam em missões coloniais e diziam que eles não eram pessoas racionais, eram selvagens, animais, bestas, subhumanos, de modo que podíamos colocá-los na categoria de animais, na qual eles não têm valor e podemos fazer o que quisermos com eles, sem questionamento moral. E sempre que há guerra, primeiro o inimigo precisa ser reduzido ao status de animal. Isso é parte da política da identidade humana: quem tem o direito de ser chamado de humano, e quais as consequências disso. Note que estamos falando de um erro, de um equívoco, uma ilusão, porque foi Nietzsche quem nos ensinou que assim que humanos começam a pensar, eles imediatamente cometem erros. Eles imediatamente cometem erros de causa e efeito, caindo em todas as diferentes falácias que você identifica em uma aula de lógica. Eles imediatamente pensam em postular um deus, ou antropomorfizam: deus sol, deusa lua. Eles imediatamente pensam que são de alguma forma privilegiados no universo. Eles têm medos irracionais, etc. Algumas dessas mentiras são corrigidas e desaparecem para sempre. Algumas ficam conosco. Essas que ficam, os erros que nós retemos, são aqueles que nos são úteis. Eles servem ao nosso patético propósito psicológico de ser semideuses nessa Terra. Onde isso nos deixa? Somos superiores a outras formas de vida em qualquer sentido geral e objetivo? Pelo que aprendemos nessa jornada, as evidências sugerem igualdade entre todas as formas de vida, que vantagens trazem desvantagens, e que toda a vida está interconectada. Habilidades especiais como vôo, velocidade, inteligência e transformação de matéria funcionam todas juntas, como componentes de uma máquina interdependente e interconectada. Na medida em que essa máquina vai mudando e certos componentes perdem valor, eles evoluem, ou se extinguem. O componente humano é muito novo nessa máquina… vamos ver por quanto tempo ele consegue permanecer útil..

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Taboão da Serra:

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