CUNY Graduate Center - No Resposta Católica de hoje, gostaríamos de responder à pergunta do José Eugenio que quer saber se é possível se masturbar para fazer doação de esperma. A resposta é não, não e não. Não três vezes, porque são três atos imorais condenados pela Igreja: o primeiro ato imoral, a masturbação, o segundo, a fecundação artificial e o terceiro, a fecundação heteróloga, ou seja, de um esperma que não pertence ao casal que pretende ser pai da criança. Vamos analisar essas três realidades e aqueles que quiserem ler e aprofundar, nós temos dois documentos específicos da Congregação para a Doutrina da Fé a respeito disto tudo, um mais antigo, ainda do pontificado do Papa João Paulo II, chamado "Donum vitae", de 22 de fevereiro de 1987 e assinado pelo próprio Cardeal Ratzinger e um mais recente, do pontificado de Bento XVI chamado "Dignitatis personae", do dia 08 de setembro de 2008, assinado pelo Cardeal Willian Levada. Pois bem, vamos responder aos três nãos, começamos aqui pelo mais grave: a fecundidade chamada heteróloga, o que é a fecundação artificial heteróloga? É a fecundação na qual os gametas não pertecem ao casal que pretende ser pai da criança, ou seja, suponhamos um homem que não produz esperma suficiente e então ele vai banco de esperma, para ali escolher na ficha dos doadores de esperma aquele perfil genético que ele gostaria de ver no suposto filho que ele irá produzir, pois bem, pega-se então o esperma no banco de esperma e se fecunda a mulher, isto é absolutamente ilícito, imoral e inaceitável, a Igreja coloca isso com toda clareza no documento Donum vitae, de 22 de fevereiro de 87, por várias razões, a primeira delas: porque fere a unidade do casamento, sim, porque trata-se de um adultério, um adultério produzido em laboratório, mas um adultério, porque o gameta não pertence ao casal que terá a criança; número dois, porque isso fere a dignidade dos esposos, claro, um adultério sempre fere a dignidade dos esposos; em terceiro lugar, porque isto fere a vocação dos pais, sim, aquele que doou o esperma é o pai, o pai verdadeiro daquela criança e deveria assumir a sua vocação de pai, portanto, não é possível aqui ser tratado simplesmente como um reprodutor, como se fosse um macho reprodutor de uma espécie animal, isso é possível entre os animais, mas não entre os seres humanos; e a quarta razão: porque isso fere os direitos dos filhos: o filho tem o direito de ser educado pelo próprio pai e enquanto esse direito pode ser respeitado nós devemos respeita-lo. Então esse é o primeiro não, o não definitivo com relação à fecundação artificial heteróloga, ou seja, de doadores que não pertencem ao casal. O segundo não é com relação à própria fecundação artificial. A fecundação artificial não é aceita pela Igreja por várias razões, mas vamos ficar com a principal: é que na fecundação artificial, os métodos que os cientistas usam para fecundar sempre tratam o embrião como se fosse um punhado de células e não como um ser humano que merece respeito e dignidade e é por isso que eles tratam aqueles punhados de células como algo descartável, como algo que pode ser manipulado, dá-se uma droga para a mulher para que ela ovule e com aqueles óvulos, retirados do organismo da mulher, se faz a fecundação fora do seu organismo, pois bem, essa fecundação de vários óvulos produzem vários seres humanos e os seres humanos não podem ser tratados como material descartável em laboratório, não podemos congelar embriões, não podemos implanta-los dentro do corpo da mulher como numa roleta russa esperando a sorte para ver quem vai sobreviver, isto não é algo que respeite a dignidade da pessoa humana, isto é verdadeiro assassinato, assassinato feito por irresponsabilidade, sim, porque é assassinato você ficar brincando, você põe lá o seu revólver com cinco balas e uma vazia e fica atirando na cabeça do seu filho para ver se ele vai ter a sorte de sobreviver, é absolutamente inaceitável, portanto, este é o segundo não: não é possível a fecundação artificial. A Igreja compreende a dor do casal que quer ter filhos, mas esta dor faz parte da cruz que todos nós devemos carregar na nossa vida, cada um de nós tem a sua cruz, a cruz deste casal será esta, é sempre possível a adoção, é sempre possível você abrir-se para à paternidade de forma espiritual. O terceiro não diz respeito à realidade da masturbação, existe uma resposta do Santo Ofício de 1929, onde se pergunta se é possível alguém pode se masturbar para fazer o diagnóstico de gonorréia e a resposta do Santo Ofício é não. Essa resposta pode parecer muito severa, no entanto, a razão está na própria natureza da masturbação. Se você for ler no Catecismo da Igreja Católica, no número 2352, você lerá a seguinte expressão que tudo esclarece: "O ato da masturbação é um ato intrínseca e gravemente desordenada", se é um ato intrínseca e gravemente desordenada, a ciência, esses homens e essas mulheres, tão inteligentes, que sabem encontrar meios para tudo, encontrará outros meios de fazer exames e diagnósticos sem precisar que as pessoas realizem o ato masturbatório. Por isso, a Igreja é contrária a masturbação, seja qual for a finalidade, não é conforme a dignidade da pessoa humana, por isso, a Resposta para a pergunta se é possível doar esperma para um banco de esperma, se é possível fazer a masturbação para isto, é um triplo não, muito claro. Esta é a doutrina da Igreja..
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