Houghton College, Houghton - Quem obedece mais a seu governo: Huawei ou Google? A imprensa corporativa noticia as 18 acusações que serão apresentadas pelo governo dos EUA contra Julian Assange. Sem escândalos. Nem condenações à "violação da liberdade de imprensa" que decorrem da perseguição e caça ao jornalista que informou ao mundo os crimes do exército norte-americano. Mas é um "ato de hostilidade ao jornalismo" se, em Havana, a polícia interrogar, e não detiver ou prender, uma jornalista paga pelo governo dos EUA. O que diria a mídia se o governo cubano enviasse sua polícia para ocupar a embaixada dos EUA em Havana? Pois quando o governo dos EUA, violando a Convenção de Viena, ocupa a embaixada da Venezuela em Washington, não há o menor escândalo. Para deter a vantagem irrefreável da China em tecnologia 5G, o valentão ianque decidiu vetar a empresa Huawei. Alega, com a cumplicidade da imprensa ocidental, sua vinculação com o governo chinês. E sobre o vínculo do Google e outras empresas com a Casa Branca, de quem obedeceram a ordem direta para boicotar a Huawei? Vocês leram alguma palavra? O enviado da ONU Ghassan Salamé disse que a "Líbia está à beira de uma guerra civil". É um estado falido, com dois governos que lutam pelo controle do petróleo. Vocês leram algum artigo na grande imprensa que nos recorde que a Líbia, antes da intervenção da Otan em 2011, era o país da África com o maior índice de desenvolvimento humano e a maior renda per cápita? Nem vão ler. Já faleceram nos EUA, sob custódia policial, seis menores imigrantes da América Central, depois da deportação de seus pais. Imaginem se isso ocorresse em Cuba, Venezuela ou Rússia. Não é verdade que então teríamos um escândalo midiático internacional? Aos congressos da Associação de Estudos Latino-Americanos (Lasa) sempre viaja uma numerosa delegação de intelectuais de Cuba: cerca de 400 foram a Barcelona em 2018. Mas neste ano o evento foi celebrado em Boston e os EUA concederam apenas 15 vistos para personalidades de Cuba, previamente interrogadas sobre sua filiação ao Partido Comunista. Nada que tenha sido notícia na imprensa que tanto nos fala de "controle ideológico" e "falta de liberdade" em Cuba. Ao menos três crianças venezuelanas morreram à espera de um transplante de medula óssea, devido ao bloqueio financeiro dos EUA a seu país. Em fevereiro, uma transferência de quase US$ 5 milhões de Caracas à Associação para o Transplante de Medula Óssea, na Itália, foi cancelada pelo Novo Banco, banco português que pertence ao fundo norte-americano Lone Star, e que, por sua vez, retém US$ 1,6 bilhão do Estado venezuelano. Mas jornais como El Mundo nos dizem que o culpado por essas mortes é Nicolás Maduro, por "suspender" o programa de transplantes. A reportagem é assinada pelo correspondente Daniel Lozano. Que não é um jornalista, mas um criminoso de guerra. A guerra pelo petróleo que hoje sofre a Venezuela. Legendas originais em espanhol: Antonio García Moreno Tradução: Antonio Gabriel Haddad.
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Rio Grande:
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