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State University of New York at Oneonta - Tradutor: Claudia Sander Revisor: Custodio Marcelino "Aqui não tem nada do seu tamanho!" "Olá, estranha que eu nunca vi na vida, já pensou em fazer uma bariátrica hoje?" "Eu tenho aqui um produtinho milagroso pra fazer você perder peso!" "Você está a ponto de ter um ataque cardíaco." "Você merecia ser processada!" "Você deveria morrer!" Essas são apenas algumas das coisas que pessoas gordas como eu ouvem nas ruas e leem na internet o tempo todo. Numa sociedade movida pela perfeição, pessoas gordas são as últimas na fila da empatia. A gente atrai ódio e preconceito até de grupos minorizados. A gente carrega estigmas independente de nossas personalidades individuais. Pessoas gordas são vistas como doentes, incapazes, preguiçosas, relaxadas. A gente é excluída pelo mercado da moda. No consultório médico, o médico fala pra você emagrecer, mesmo se você for lá pra tratar de uma unha encravada, antes de dar um "boa tarde". Nossa acessibilidade também é restrita. Quem é gordo aqui, ou quem já foi gordo sabe muito bem que a gente pensa até três vezes antes de sentar em uma cadeira com medo de quebrar e passar vergonha na frente de todo mundo, ou de entalar em uma catraca, como já aconteceu algumas vezes comigo. E olha que eu ainda visto 52, 54, ali, estou no meio termo, mas imagina gente maior. Então, o mundo não foi feito e nem pensado pra pessoas como nós. Na mídia e na cultura pop, só nos restam três papéis: o da gordinha sexy, o da gorda "virjona", amiga da mocinha, e o do gordinho engraçado. E a nossa existência só é validada se a gente aceitar que é doente ou se quiser emagrecer o tempo todo. E foi um universo que eu rejeitava, que eu achava superficial, a moda, que acabou abrindo a minha cabeça e mostrando a realidade de outras mulheres gordas como eu. E foi a minha identificação com a história de uma menina de 13 anos de idade que se tornou o marco definitivo na minha vida na transição da minha carreira como jornalista pra empreendedora social. Bom, eu nunca imaginei que eu ia mostrar meu bumbum aqui no TEDx pra todo mundo, mas vou passar rapidinho... (Risos) Em 2012, pra fazer uma renda extra no final do ano, como todo brasileiro sabe como é, eu decidi revender biquínis GG pras minhas amigas. E eu fui criada na praia, sou de Santos, eu moro em São Paulo há 20 anos, mas sou de Santos, né, do Charlie Brown, e, mesmo sem saber, eu já inspirava minhas amigas com os modelitos que eu usava. Mesmo as amigas mais magras que eu, que às vezes tinham vergonha do próprio corpo. Fio dental, tomara que caia, asa delta, todas aquelas modas mais bisonhas dos anos 80, 90, eu usava todas, adorava. E sem pudor algum de exibir o meu corpo na praia e de curtir cada momento do verão. Depois que comecei a vender os biquínis, tive a ideia de fazer um bazar. Porque, até então, depois que eu comecei a engordar, que eu comecei a ter essa dificuldade de encontrar roupas pro meu estilo e pra minha personalidade. Porque eu nunca fui uma pessoa muito discreta, né? Só que aí eu me deparei com um universo todo me excluindo. Até encontrava roupas, mas eram aquelas lojas com nomes pouco convidativos, aquelas coisas: "A Porta Larga", "A Gorda Elegante". Você tinha até vergonha de entrar na loja, muito menos sair com a sacola daquela loja, carregando aquilo. E eram aquelas roupas sem graça, sem modelagem bacana, feitas pra mulher gorda esconder suas curvas e até mesmo esconder sua existência. Eu lembro muito bem que eu tinha três opções de consumo: o departamento de gestantes, sendo que eu nunca tive filhos; a seção masculina das lojas, sendo que eu não sou homem; e as lojas de senhoras, que eu ia junto com a minha mãe, a gente comprava as mesmas roupas, sendo que mesmo hoje aos 41 anos, estou bem longe de me sentir uma senhora. Mas, por mais que a minha autoestima fosse fortalecida, não há autoestima que resista a tantos anos sendo maltratada e ignorada por lojas, pela sociedade, pelos amigos e pelo mercado de trabalho, quando tudo que você mais quer é apenas vestir uma blusinha, comprar um vestido... Existir, né? Somente existir, você não quer ser mais nem menos que ninguém. E logo de cara esse meu bazar foi um sucesso e cresceu sem parar! Aí eu entendi que não era da moda que eu não gostava; era de não ser inserida, de ser excluída desse mercado. Mas até então, eu levava esse bazar apenas como renda extra, ainda, e como apenas mais uma de minhas atividades como jornalista, DJ, produtora de balada; eu sempre gostei de fazer muita coisa ao mesmo tempo, e até pra sobreviver em São Paulo, você precisa fazer muita coisa, se não você não consegue tomar nem um sorvete no final de semana. Mas, por volta de 2014 que eu tive o grande estalo e vi que esse evento estava se tornando muito mais do que só um centro de compras de roupas plus size. Eu lembro como se fosse ontem, foi uma cena bem corriqueira, uma adolescente comprando roupas. E o meu fotógrafo maravilhoso, o Robson, beijo pro Robson, fotografou exatamente aquela cena: uma menina de 13 anos experimentando um vestido que ficou perfeito nela; mas ela não encontrou apenas um vestido que coubesse nela, mas um ambiente de empatia, de acolhimento, em que ninguém olhou ela de cima a baixo: "Aqui não tem nada do seu tamanho", "Aqui não foi feito pra você", "A moda não é pra você". Pelo contrário, né? Ela foi bem acolhida e teve acesso a um ambiente que ela nunca havia experimentado antes. Tudo serviria nela e em outras mulheres e meninas maiores e menores que ela. Mas, vendo essa cena, que me marcou muito, eu tive certeza do absurdo que era uma menina tão jovem estar sofrendo essa pressão estética tão cedo, né? Com 13, 14 anos, não era pra uma menina estar chorando porque encontrou um vestido. Era pra ser uma coisa normal pra todo mundo. Olhei essa cena e me caiu uma ficha! Não é possível que uma coisa tão simples se torne um martírio na vida de tantas... de homens e mulheres, mas mulheres principalmente, se torne um martírio cotidianamente, por conta dos padrões que alguém, que a gente nem sabe quem, criou. Eu me identifiquei imediatamente com essa menina e me lembrei de todas as vezes que ia, recebia meu salariozinho, ali, como jornalista, ia lá comprar um vestidinho pra sair na noite e ia em todas as lojas e ia pra casa frustrada e chorando arrasada: "Pô, não tinha nada do meu tamanho! E eu não estou errada por ser gorda". Eu nunca admiti que eu é que estava errada por não caber numa roupa, e sim, achava que o mercado de moda é que estava errado por não ter roupas para todos os tipos de pessoas. E aí eu tomei isso como uma briga pra mim, né? A partir desse momento, se tornou uma missão muito séria para mim. E eu decidi que homens e mulheres gordos seriam meu foco e que eu trabalharia pra ajudar pra que todos fossem vistos não só como consumidores, mas fossem vistos como possíveis influenciadores, como "fashionistas", mas, acima de tudo, como gente merecedora de respeito. E apesar de muita gente ainda achar a moda uma futilidade, a moda acabou sendo a porta de entrada pra eu despertar pra outras questões importantes, como a questão da gordofobia, a falta de acesso à moda não deixa de ser falta de acessibilidade, a representatividade e a visibilidade das pessoas gordas. Porque a moda é muito mais do que estar em dia com as tendências das passarelas. A moda é identidade, o acesso à moda te traz um sensação de pertencimento e te dá dignidade, afinal, infelizmente, no Brasil a gente não pode sair sem roupa por aí. Você tem que ter roupa pra todos os momentos, e a moda te dá dignidade. Quantos e-mails eu não recebo de mulheres gordas, que vestem 60 ou mais, que só têm uma peça de roupa, vestem uma toalha, um lençol, então a pessoa não tem nem a dignidade de ter uma roupa que ela possa usar no dia a dia pra ir trabalhar, pra estudar, coisas básicas. Então, a moda também é acessibilidade. Então a moda é uma forma de expressão que fala sobre quem somos, o que pretendemos ser e como queremos ser vistos na sociedade. Porém, pro mundo da moda, a magreza sempre foi sinônimo de elegância, e gente gorda, sinônimo de desleixo e cafonice. E poucos, apesar de muita gente estar falando de moda plus size, poucos ainda enxergaram esse segmento na indústria. Tanto que a gente tem só 17% do varejo produzindo moda plus size no Brasil, sendo que quase 60% da população brasileira veste moda plus size, que seria acima de 44. Então ainda tem muito a crescer aí. E por causa dessa minha paixão pela moda, pela inclusão, pela moda plus size, eu fui mais a fundo, tentando entender de onde veio esse ódio pelas pessoas gordas. E aí eu fui lá pra trás, né? Fui pesquisar... A gente é medido por um índice criado em 1832, que é o famigerado IMC, o Índice de Massa Corporal, que foi criado por um matemático e estatístico chamado Adolphe Quételet, um cientista belga. E foi encomendado pelo governo francês, em plena Revolução Industrial. Pra quê? Pra que os corpos fossem padronizados pra gerir força de trabalho. Ou seja, teoricamente, na cabeça deles ali, quem era muito gordo não poderia ser competente pra trabalhar. Você concorda com isso? Quantas horas você trabalha por dia? Julio Ritta: Todas. Flavia Durante: Então, exatamente. Esses são os preconceitos que a gente vai derrubando a cada momento. Aí a gente tem parte da explicação do ódio que a sociedade tem pelas pessoas gordas. A magreza não é só cultuada por estética e por questões morais, mas também por pressão dos modelos econômicos. Ou seja, um corpo francês do século 19 se tornou o padrão universal que mede até hoje os corpos de todas as pessoas. Nossa vida, saúde e competência são medidas por uma fórmula do século retrasado! Com tudo o que mudou na nossa sociedade nas últimas décadas, nos últimos anos, isso é mesmo justo? A gente tem que pensar e refletir, toda a ciência e medicina, pensar aí, repensar, né, nessa evolução aí. E, lógico que a gente respeita a ciência e a medicina, se não a gente não estaria aqui também, mas se a gente não pudesse questionar a ciência e a medicina, até hoje a homossexualidade, por exemplo, estaria no Código Internacional de Doenças. Então não é imutável, não está escrito na pedra, a sociedade também tem que questionar isso o tempo todo. E se houvesse mesmo preocupação com a saúde do gordo, como muitas pessoas falam, de uma forma até meio hipócrita às vezes, por que não equipar hospitais e as clínicas públicas e particulares com equipamento adequado pra todos os tipos de corpos? Quantas pessoas aqui pesam acima de 120 kg e não conseguiram fazer exames básicos, de pressão alta, ressonância magnética, algumas amigas minhas já foram encaminhadas até pra hípicas e clínicas veterinárias; ou seja, é desumanização total. Isso nem é discutido na sociedade, diariamente. E nos consultórios médicos, uma amiga minha que estava fazendo tratamento pra engravidar, e ela nem era tão gorda, ela veste acho que 48, 50, ouviu do médico ginecologista dela: "Gorda desse jeito, seu marido nunca vai querer fazer filho em você". Ou seja, está faltando humanidade aí, cadê a Júlia Rocha aí, por todo o Brasil? Somos patologizados e desumanizados o tempo todo. De forma alguma estou fazendo apologia à obesidade, estou simplesmente defendendo a liberdade individual das diferenças, pra que todas as pessoas sejam tratadas da mesma forma e possam conviver dignamente em sociedade. A demanda pela moda plus size é tão reprimida aqui no Brasil que esse pequeno bazar que criei em 2012, entre amigas, pra que cada vez mais mulheres perdessem o medo de usar um simples biquíni, virou o Pop Plus, uma grande feira que atrai uma média de público de 12 mil pessoas por edição e uma média de 70 marcas a cada feira. São quatro vezes por ano, ou seja, é uma demanda que está crescente, a cada edição vão mais e mais pessoas e marcas. E a cada feira eu ouço várias histórias de "primeiras vezes" e me emociono até hoje, quase seis anos depois. A primeira vez que uma mulher de 30, 40, 50 anos usou um biquíni, usou uma blusinha de alcinha, mesmo naquele calor de 30, 40 graus que faz em São Paulo, usou um vestido curto, são inúmeras histórias de redescoberta do amor-próprio. E isso faz com que a vida delas mude em vários ângulos, não só no pessoal, como no mercado de trabalho e na vida amorosa também; porque a gente mostra o tempo todo que elas não estão sozinhas no mundo, e tem muita gente passando pelas mesmas coisas. E o nosso fotógrafo, ele lembra bem do início do evento Pop Plus, em 2012, quando ele chegava pra fotografar o evento, elas se escondiam dele: "Ah, não tira foto minha, pelo amor de Deus", e hoje elas pulam na frente dele: "Ai, você não vai tirar foto minha hoje?" Então você vê como a autoestima dessas mulheres... ali do nosso núcleo, mas cada vez mais essa corrente do bem está se espalhando, de as mulheres se amarem cada vez mais. Mesmo com esse crescimento, se eu precisar de um vestido maravilhoso pra usar hoje, eu não posso simplesmente entrar em qualquer shopping e comprar um vestido. E pra quem veste acima do 54, então, é ainda mais difícil. Hoje eu até sou uma pessoa que consegue ter mais opções, até porque eu trabalho com isso, não preciso mais recorrer àquelas opções de grávidas, homens e . Agora eu me olho no espelho e me sinto satisfeita com o que eu visto e com quem eu sou, mas a moda plus size ainda precisa se popularizar mais, pra todos os bolsos e tamanhos. A gente vive uma era na qual os profissionais estão repensando a moda em termos de sustentabilidade, de consumo consciente e de gênero. Só que é preciso também incluir pessoas de diferentes tamanhos, necessidades e corpos. E não só como potenciais consumidores e modelos, mas também como possíveis criadores e gestores pra mudança da cadeia em geral, pra que essa mentalidade de inclusão real não fique só no discurso vazio e fique no dia a dia, não só no marketing furado. Revisitando essa minha trajetória pra construir essa palestra, vi que a minha luta, na verdade, não era só sobre moda e autoestima e sim sobre respeito, autonomia e liberdade, porque não tem melhor coisa do que exercitar a liberdade de ser quem a gente é. Esta é a Vanessa, minha professora de ioga, que me dá aula. E, só pra finalizar, a minha vontade não é criar um novo padrão de beleza e falar que só o gordo é bonito, não é nada disso. Até porque beleza nem é o que é mais importante na minha luta. Eu quero mostrar que ser gordo é normal e que não é nem de longe a pior coisa que pode acontecer na vida de uma pessoa, pra que as mulheres não fiquem se mutilando em cirurgias às vezes desnecessárias; pra que elas não destruam sua saúde emocional e mental com remédios e dietas malucas; pra que ela não mutile o seu corpo, que não chore ao sair de uma loja, e que não deixe de viver sua vida por ter um corpo que não é o padrão. Porque a vida pode dar mesmo o maior praião quando a gente aprende a conviver com as diferenças e aprende a se amar. E quero que vocês me prometam que nunca vão perder um dia de sol lá fora, quando estiver verão, porque estão acima do peso ou fora do padrão, nem nada disso. Então quero ver todo mundo na praia, de fio dental, igual ao meu. Muito obrigada. (Vivas) (Aplausos).

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