Estudo De Caso Tcc Como Fazer

Fashion Institute of Technology, Chelsea, Manhattan - A água é um recurso vital que, muitas vezes, tomamos erradamente como garantido. Apenas 3% da água de toda a Terra corresponde à água doce e, desses só 1% corresponde à água superficial. Se, para muitos, ter acesso à água potável é algo perfeitamente natural, há neste momento, 663 milhões de pessoas sem acesso a uma fonte segura de água para consumo. A água é um dos principais fatores de desenvolvimento económico e social e é também um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento. Mas é precisamente este desenvolvimento, o desenvolvimento económico e social acentuado das últimas décadas e também o crescimento populacional que resultou num aumento sem precedentes da pressão exercida sobre os recursos de água. Por isso, não podemos olhar para a água como um recurso facilmente disponível, mas sim, como um bem que necessita urgentemente de proteção. A água é um investimento inteligente no futuro mas somos nós, que tanto dependemos dela, que acabamos por constituir uma ameaça constante. Os poluentes decorrentes da atividade humana acabam por ter um papel fundamental na qualidade dos recursos de água. Estou a falar de metais pesados, pesticidas, herbicidas, entre tantos outros exemplos. Um dos grupos de poluentes que tem causado uma preocupação crescente na última década são os fármacos. Eles são consumidos de forma global e generalizada. O consumo tem vindo a aumentar e é expetável que assim continue, essencialmente devido ao envelhecimento global da população e a um acesso cada vez mais fácil a cuidados de saúde. Por isso, só na União Europeia, temos que considerar que são disponíveis três mil fármacos para comercialização que correspondem a um consumo de 100 000 toneladas/ano. É inevitável que eles são um fator que afeta positivamente a nossa qualidade de vida, mas também temos de olhar para eles como um agente de pressão ambiental. A ocorrência de fármacos no meio ambiente é uma realidade já bem documentada. Não estou apenas a falar de ocorrências casuais. Eles aparecem nas ETARs, as estações de tratamento de águas residuais, em águas de subsolo, águas de superfície e, até mesmo em águas potáveis. o que se traduz num consumo involuntário destes compostos. Ainda assim, apesar de esta ocorrência ser generalizada é importante percebermos que eles aparecem em quantidades muito baixas uma parte por bilião ou mesmo uma parte por trilião. Mas a questão que importa responder é: Será que, mesmo nestas quantidades, a sua presença pode ser nefasta no meio ambiente? E, a resposta é inequivocamente: Sim, pode. Pode e é. O estabelecimento de uma relação entre os fármacos no ambiente e a saúde humana é uma matéria com inúmeras questões por responder, essencialmente devido à complexidade e à multidisciplinaridade envolvidas numa avaliação deste tipo. Mas gostava de vos transmitir que não podemos medir o impacto de algo apenas pelos efeitos da saúde humana. Há também a considerar os efeitos dos ecossistemas contaminados e aí sim, têm-se somado estudos que demonstram que, inequivocamente, e mesmo nas baixas quantidades que referi, a presença dos fármacos no ambiente é nefasta para os organismos que habitam os ecossistemas contaminados. Um dos exemplos mais mediáticos é a feminização dos peixes com consequências drásticas a níveis reprodutivos. Mas há um sem número de outros efeitos já bem documentados que vão desde a alterações comportamentais como a agitação ou a apatia, alterações de apetite, dificuldade em adaptação a alterações ambientais ou até mesmo efeitos terapêuticos, mas todos eles acabam por resultar numa mesma coisa: um desequilíbrio danoso para o ecossistema. Por isso, como é que nós podemos atuar de forma a mitigar a presença dos fármacos no ambiente? Naturalmente que a resposta não passará por deixarmos de os consumir, uma vez que retiramos um benefício demasiado evidente desse consumo. Importa então perceber: Qual é a principal forma de entrada dos fármacos no ambiente? Qual é o principal agente desta contaminação? Somos nós, o ser humano, através da ingestão. Ao ingerirmos os fármacos, eles não são totalmente metabolizados no nosso organismo. São excretados, chegando assim às ETARs. E nas ETARs resistem aos tratamentos convencionais lá aplicados. Isto resulta necessariamente na descarga de efluentes que, de facto, estão tratados, mas, na verdade, estão ainda contaminados. São estes efluentes, o canal de entrada dos fármacos no ambiente, que têm de ser abordados de forma eficaz. Porque é que isso não está a ser feito atualmente? Simples. Por falta de alternativas viáveis. É um facto que existem alguns tratamentos ditos avançados que são mais eficazes que os convencionais, mas eles não são aplicados por uma de duas razões: Ou são demasiado caros, ou eles próprios geram compostos tóxicos e são, portanto, automaticamente, contraproducentes. Isso leva-nos à necessidade óbvia de encontrarmos uma solução alternativa para este problema. Dentro dos métodos avançados que referi hoje gostava de vos chamar à atenção para um designado por adsorção. A adsorção consiste na utilização de um material que, quando em contacto com a água, é capaz de sequestrar os fármacos no ambiente. Um dos materiais mais populares de que, provavelmente, até já ouviram falar, são os carvões ativados que, no nosso dia-a-dia, até podemos encontrar em pequenos sistemas de filtração de água caseiros ou até mesmo em aquários. O mercado do carvão ativado é um mercado em claro crescimento. Envolve um milhão de toneladas por ano. A aplicação ao tratamento de águas residuais está claramente em ascensão mas. mais uma vez, temos o mesmo problema. Eles não são aplicados de forma convencional ao tratamentos de águas residuais porque o custo é proibitivo. E esse custo não está associado à infraestrutura utilizada no tratamento mas sim ao custo do carvão que pode variar entre dois a três euros por quilo. implicando até um euro de custo extra no tratamento de cada metro cúbico de água. Este custo é naturalmente afetado pela matéria-prima utilizada na produção destes carvões e mais comummente são usados os recursos naturais, como o carvão mineral betuminoso ou até mesmo cascas de coco. A ideia que venho aqui partilhar hoje, visa a total eliminação dos custos associados à matéria-prima usada na produção desses carvões. Para isso, proponho a utilização de resíduos sólidos industriais como novos recursos, ou seja, proponho a utilização de resíduos para tratar resíduos. E porquê resíduos sólidos industriais? Hoje em dia o mundo tenta caminhar no sentido de uma economia circular em detrimento de uma economia linear. E numa economia circular, os resíduos devem ser produzidos ao mínimo e não podem ser vistos como o fim da linha, mas sim, como um recomeço. Por isso, a utilização destes resíduos como novas matérias-primas acaba por transformar um produto que não tem qualquer valor num produto de valor acrescentado e ajuda simultaneamente a colocar um travão na exploração contínua dos nossos recursos naturais. Em particular, para a produção de carvões estou a usar resíduos sólidos da indústria da pasta do papel. Eles são naturalmente interessantes, do ponto de vista químico, para a produção dos carvões, mas simultaneamente e não menos importante, eles constituem um enorme desafio de gestão sustentável para estas empresas. São produzidos na ordem dos 11 milhões de toneladas por ano e tudo isto acaba por ser incinerado, depositado em terrenos ou em aterros, práticas que são cada vez mais desencorajadas, fruto de uma legislação muito exigente nesse sentido. Na prática, estas indústrias acabam por ter que pagar para eliminar estes resíduos e a sua utilização como matérias-primas acarreta não só os custos dessa eliminação como simultaneamente apresenta uma solução inovadora para a gestão dos resíduos. Mas, provavelmente, estão a perguntar-se: Como é que nós transformamos lixo em algo que pode ser aplicado no tratamento de águas? De forma muito simples. Quando chegam a um laboratório, os resíduos são secos, moídos e pirolisados. Ou seja, são sujeitos a um tratamento de altas temperaturas e, por fim sujeitos a uma lavagem química. E obtemos no final um material mesmo com o aspeto de um carvão em pó ou em grânulos. Claro que isto dito assim parece uma abordagem muito simples mas, na verdade, inclui a otimização de inúmeras variáveis que têm um impacto direto na qualidade do material produzido. Isto implica, naturalmente, que, para termos hoje em dia um material interessante em mãos, tenhamos passado os últimos anos a produzir muitos materiais que não serviam para nada. Mas, então, a questão é: O que é que faz destes carvões materiais interessantes? Durante o breve processo, durante o processo que vos descrevi, brevemente, o que acontece é que a estrutura química dos resíduos usados é destruída, mas serve de molde à formação de milhões de microporos que são a unidade essencial para sequestrar os fármacos da água. Estes microporos fazem com que cada grão de carvão seja uma estrutura cheia de pequenas perfurações, o que lhe confere uma enorme área superficial. Trago aqui comigo uma amostra de um dos carvões produzidos. Eu sei que, provavelmente, a maior parte de vocês nem consegue ver bem o que é que está aqui dentro, mas é precisamente aí que eu quero chegar. O carvão que está aqui dentro tem a área de um campo de futebol. Ou seja, se fosse possível percorrermos cada recanto, cada poro de cada grão de carvão que está dentro deste pequeno frasco teríamos de percorrer uma área equivalente a 7000 metros quadrados e é esta área que transforma este carvão em algo tão interessante. Porque é esta área que está disponível para remover os fármacos da água. Eu e o grupo envolvido neste projeto já provámos que este material é capaz de remover os fármacos da água à escala laboratorial. Temos agora pela frente a enorme tarefa de mostrar que ele também é capaz de o fazer à escala real. E aí, teremos dado mais um passo em frente para provar que podemos mesmo utilizar resíduos para tratar resíduos, que os resíduos são definitivamente parte da solução e não apenas do problema, que os resíduos são na verdade uma nova origem. É evidente que há ainda um longo caminho a percorrer na investigação ligada à remediação de águas contaminadas, nomeadamente com fármacos. O tratamento de águas residuais urbanas é um desafio de proporções avassaladoras, considerando que estamos a falar em 330 quilómetros cúbicos de águas residuais, a nível global. Não vos digo que haja uma solução perfeita que transforme toda esta água num recurso completamente limpo e seguro mas, temos de começar por algum lado. Aquilo que aqui vos propus hoje pretende conjugar de forma integrada dois dos problemas ambientais mais sonantes deste século. A qualidade da água e a gestão sustentável de resíduos. Cuidar do meio ambiente não é nem pode ser apenas um lugar comum. Cuidar do meio ambiente é uma necessidade urgente e real, não para o futuro distante mas para já, para o nosso presente. Obrigada. (Aplausos).

Estudo de caso tcc como fazer monografias brasilescola com u203a administracao e financas Niterói art 496 cc planalto. Jaú cursos de culinaria basica em salvador Resenha, curso grau tecnico valor Dissertação, art 155 a 159 cp comentado Redação, artigos com analise de conteudo TCC. Artigo de opiniao sobre racismo apostila do curso de bombeiro civil em pdf estudo de caso tcc como fazer Guarapuava laboratorio exames nh. Votacao reducao da maioridade penal hoje Trabalho Acadêmico Poá faculdades de medicina em minas gerais que aceitam enem, curso de jornalismo de moda sp.

Itumbiara:

Alanna Avery, Chautauqua: Columbia University. Timon: Elmira College; 2015.

Amber Salinas, Lewis. Cubatão: Medaille College, Buffalo; 2017.

Addison Thomson, W 211th Street zip 10034. Tucuruí: Fashion Institute of Technology; 2011.

inserted by FC2 system