Artigos Sobre Metodologia Do Ensino De Ciencias

City University of New York - Replay Eu comecei a trabalhar na Rádio Farroupilha de Porto Alegre em 1947. Eu tinha nove anos de idade e havia uma dificuldade em encontrar meninos que fossem atores, de rádio porque interpretar para rádio é diferente de interpretar para televisão, obviamente e de interpretar para teatro. Tinha que ter ator mirim, e era difícil de encontrar atores mirins principalmente em Porto Alegre em 1947. Era outro mundo, não é?! E eu tinha um amigo que era rádio ator e eu ia com ele assistir os trabalhos dele. Não tinha gravação, era ao vivo direto. E uma vez precisavam de dois atores mirins num rádio teatro. E aí, o Paulo Ricardo que era Diretor, era o galã do rádio teatro, me convidou pra fazer aquela fala Era uma fala só que eu tinha que dar. E eu topei. Com nove anos de idade você topa tudo né?! E a frase foi tão importante, eu li tantas vezes e terminei decorando a frase. Eu sei de cor hoje. 68 anos depois eu me lembro da frase. A frase era assim: “Não é bomba não, Doutor. Se não explodiu até agora, não explode mais”. Era isso que eu tinha que dizer e eu disse com perfeição. Adoraram, e o meu amigo que estava saindo já da rádio, que tava mudando de voz... Meninos tem esse problema, tem o problema da puberdade, né?! A voz começa a ficar, destoando e gaguejando e tal, e ele estava saindo, estava se afastando e eu fui convidado para assumir no lugar dele. Deu problemas, eu tive que ter uma autorização especial do juizado de menores pra trabalhar em rádio, pra entrar em estúdio de rádio, porque na época, rádio atrizes eram vistas como prostitutas. Participava de promoções, de eventos e tinha todo, todo um trabalho. As notícias que saíam a meu respeito, a minha mãe recortava tudo, guardava tudo. Tinha toda uma vivência com aquilo, um envolvimento com aquilo. Foi algo muito importante pra mim, me abriu um leque de vida. O meu período de puberdade não aconteceu praticamente isso de mudança de voz. A voz foi alterando, evidentemente, mas de uma forma gradativa. Eu não desafinei, nunca. Não me lembro de ter desafinado. Aos dezessete, dezoito anos eu fui ser locutor também, porque na rádio, na época, a gente fazia três, quatro, cinco coisas. Isso era extremamente importante. E eu fui ser locutor de notícias, locutor de comerciais e fui ser redator de notícias na Rádio Farroupilha. Em 1959 eu fui convidado a fazer parte do curso de televisão pra inauguração da TV Piratini em Porto Alegre Eu tinha 21 anos nessa época e foi uma surpresa pra mim. Eu não conhecia televisão, eu nunca tinha visto televisão. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, nunca tinha visto televisão. Foi fantástico pra mim ter trocado de área, ter partido para o lado da TV. Levei pra TV toda a experiência que eu tinha conquistado no rádio. Um grupo de profissionais sairia da Rádio Farroupilha, iria para o Rio de Janeiro e faria esse curso. Esse curso tinha professores de Publicidade, professores técnicos, operadores, pessoal de criatividade, de tudo. Tinha tudo, tudo que se faz numa televisão. Porque a Tupi era uma televisão e fazia programação, estamos falando de programas ao vivo. O que acontece é que Chateaubriand manda escolher 16 funcionários da Rádio Farroupilha para serem os operadores do novo canal que ia surgir aqui E eu fui escolhido para ser Suíte, Diretor de TV. Eu não tinha a menor ideia o que era isso que eu ia fazer. Estranho, pois nós saímos daqui de Porto Alegre com as funções já estabelecidas, com as funções marcadas, você vai ser Camera Man, você vai ser isso e aquilo. Eu lembro quando eu cheguei no Rio, nós fomos visitar emissoras, eu fui visitar a TV Rio, e aí eu vi... Entrei numa sala toda escura com um professor nosso acompanhando, obviamente, os colegas, e tinha um cara numa mesa. Uma mesa de suíte, que eu não sabia o que era, meu primeiro dia no Rio, e estava acontecendo um programa. O programa era num enorme de um estúdio na TV Rio, uma orquestra tocando, cantores, músicos, humoristas, apresentadores de comerciais, gente pra tudo que era lado, cenários sendo mudado enquanto uma cena acontecia do outro lado, e um cara num lugar assim, cheio de televisores na frente, que eram os monitores, e esse cara aos berros ali naquele “troço” “Câmera 1 vai pra tal lugar, fecha a lente, aproxima, não! Manda ele falar! Manda ele falar! Corta! Fecha o microfone dele”. E eu fiquei olhando aquele cara, eu disse: “Esse cara vai ter um infarto!”. E aí cheguei pro Alcino Diniz, que foi o meu grande professor no Rio de Janeiro e perguntei pra ele: “Que que é esse cara? Quem é esse cara? Que só ele fala, só ele grita, só ele manda. O que que é esse cara?” “Ah, esse cara é o Diretor de TV. É o que você vai ser.” “Em quatro meses. Você quer me dizer que eu vou aprender o que esse cara faz em quatro meses? Tá doido, Alcino! Vê a minha passagem de volta, eu vou pra Porto Alegre, nós ficamos de bem, foi ótimo e tal.” “Não, tu vai aprender, vai aprender!” E aprendi. Foi um curso fantástico de absoluta imersão. As vezes as pessoas olham assim... “Pô, mas só quatro meses, deu pra aprender a fazer televisão?” Deu, deu com sobra. Deu pra aprender e deu pra ensinar. Nós vivíamos televisão. Nós tínhamos a noção, eu tinha a noção, a completa noção da importância do que eu tava fazendo. Então foi uma experiência fantástica. Nós saímos de lá, viemos pra cá, tivemos pouco menos de um mês aqui, pra começar as experiências, a operar equipamento e a trazer gente de fora porque dezesseis pessoas pra operar uma emissora de televisão toda ao vivo. Não existiam nem filmes, filmes eram pouquíssimos. A qualidade do filme era ruim. Começou, claro, entrando no ar às seis horas, seis e meia da tarde, depois as cinco, depois as três e depois entramos de pé embaixo, depois de um ano de operação. Fazíamos Tele Teatro, fazíamos novelas aqui ao vivo. Isso aqui tinha dois estúdios, um de seiscentos metros quadrados, outro de quinhentos metros quadrados. Isso aqui tinha rouparia, tinha costureiras, tinha marcenaria pra fazer cenários, tinha dois cenógrafos. Nós vivíamos isso. A primeira imagem da TV Piratini, oficial, quem botou no ar fui eu. Foi o programa... Eu tive o privilégio de fazer muitas coisas em televisão. Eu me lembro quando eu botei a imagem no ar entrou a voz do Hélio Rochemback dizendo: “A partir desse instante entra a TV Piratini no ar...” Um texto adrede preparado, me deu uma crise de choro. Eu chorava que era um horror porque eu tava me dando conta que estava se começando alguma coisa absolutamente nova no Estado. E que nós íamos influir no Estado. Nós íamos mudar esse Estado. E uma televisão, uma rádio, quando entra no ar é pra não sair mais. E essa vivência toda, isso foi uma coisa absolutamente fantástica que mudou a minha vida, alterou inteiramente a minha vida trabalhar aqui na TV Piratini com a consciência do que se estava fazendo. A TV Piratini não era um emprego, a TV Piratini era um início de carreira. A TV Piratini era uma nova vida pra nós. Os programas ao vivo exigiam muito da gente E as pessoas “Ah, televisão ao vivo é improvisada”. Improvisada uma ova! Você não improvisa ao vivo! O ao vivo é ensaiado, o ao vivo não é improvisado. O Ao Vivo é trabalhado. E quando estava pra inaugurar Brasília, Brasília estava pra entrar em campo efetivamente, Juscelino resolveu que aquilo ia ser transmitido pro Brasil inteiro. Era uma parada ingrata porque não existia satélite e eram micro-ondas. Fez o diabo pra transmitir pra Rio, São Paulo, pra transmitir pro Nordeste e pra algumas regiões do Sul o que era a inauguração de Brasília. Foi uma coisa do governo, as emissoras de televisão praticamente não participaram. Ele fez isso ativamente. Mas receberam a imagem pra botar no ar. Foi uma, foi uma obra. Só Juscelino mesmo pra fazer isso em 1960, nós estamos falando de 55 anos pra trás. Era outro mundo, era outro tudo. Em 1963, eu saí da TV Piratini e vim trabalhar na RBS TV, na verdade, na época chamava-se TV Gaúcha, canal 12. O slogan era “A imagem viva do Rio Grande”. A experiência de sair da Piratini, onde eu já estava há três anos, com uma convivência, com uma amálgama entre os funcionários. A vinda para uma emissora nova, uma emissora com um pessoal ainda meio verde foi de certa forma um pouco problemática. Eu vim da Piratini pra Gaúcha com uma fama que me precedeu, injusta de certo caso, em outro caso não, que eu era muito perfeccionista, que eu era gritão, do trabalho de operadores de câmeras eu exigia demais. Talvez exigisse mesmo, não sei bem definir isso. Eu tinha vinte e três anos e com muito poder na mão, com muito poder decisório na mão. E esse aspecto de qualidade, de coisa melhor, sempre de fazer o melhor, isso mexeu comigo e eu mantive isso na minha forma de trabalhar. Trabalhar na Gaúcha foi bom. Tinha muito equipamento, eram coisas novas, em seguida fiz amizade com o pessoal da operação, com o pessoal técnico, enfim, e consegui realizar aqui um bom trabalho. A Gaúcha tinha ideias de integrar a sua TV na comunidade. A Piratini lutava frouxa, a Piratini 100% de audiência. Não tinha problema. Se quiser me ver, é isso que tá aí, é o que eu tenho pra te dar. No momento em que entra a Gaúcha, altera todo o processo e nós começamos a disputar um negócio sério chamado audiência. Quem tinha mais audiência, faturava mais. Então foi um período que nós éramos, eu particularmente, era muito cobrado. Eu trabalhei aqui até 1970, fiquei aqui, cheguei a Diretor de Programação. Comecei a me envolver com uma série de coisas, custos operacionais, comecei a perder um pouco de elã nisso aí, mas sempre reservava um que outro programa que eu pudesse dirigir, pudesse fazer a direção de TV, porque não podia largar a minha cachacinha de ir pro chão de estúdio pra dirigir atores, pra fazer esse tipo de trabalho. A Gaúcha cresceu. Foi vendida pro grupo Excelsior de Televisão. O Maurício e o Jayme não queriam vender, mas os outros acionistas decidiram que queriam vender porque a TV estava dando prejuízo. E terminaram o Jayme e o Maurício vendendo a TV Gaúcha. Fiquei aqui mais três anos trabalhando. Montei uma produtora de comerciais em videotape. Na época tava na moda produtora de comerciais. A primeira produtora de comerciais em videotape da América Latina eu montei na TV Difusora. Depois vim pra cá pra montar uma produtora de comerciais aqui, que dava um bom dinheiro, eram comerciais em videotape. E eu lanço os comerciais em videotape, com edição de videotape, substituindo o filme e substituindo o slide. Então o que acontece?! Passa a ter movimento, passa a ter animação dentro do processo a um custo 20% relativo ao custo que era o filme. Mas no segundo período meu aqui, a empresa crescera barbaramente enquanto eu estive fora, de 1970 a 1979, praticamente dez anos. Em 1979 quando eu vim eu montei uma produtora de comerciais em videotape, aqui nesse prédio, nesse mesmo lugar. A TV Guaíba tinha um caminhão de externas espetacular, era uma unidade móvel, pra época, evidentemente, enorme de grande, era um trem praticamente. E isso nos ajudava muito para uma série de outros trabalhos externos. Pra mim, particularmente, foi muito bom. Eu gostei muito do que eu fiz, eu adorava fazer aquele tipo de televisão, e nós tínhamos liberdade de fazer aquilo. Lancei diversos programas locais. Alguns tiveram uma boa repercussão, sem dúvida nenhuma. Eu não tinha como montar um esquema de noticiário internacional, por exemplo. Não tinha, não tinha contatos no exterior. Ninguém, ninguém vendia espaço. Eles não vendiam pra uma emissora só, eles queriam vender pro Brasil, né?! Vender pelo menos metade do país. Uma rede de emissoras, por pequena que fosse. Mas enfim, a convivência aqui até 1983 quando eu senti que não ia dar certo. A TV estava entrando em um processo falimentar. Pedi demissão, saí da TV Guaíba e fui partir pra outras iniciativas particulares. Fiquei 4 anos sem fazer, 5 anos sem fazer televisão. Os Freis Capuchinhos ganharam a concessão de um canal de televisão aqui em Porto Alegre. Montaram essa televisão com o apoio do Vaticano, o apoio de empresários. Eram quatro Freis diretores, Mattiello, Panho, Guizardi e Borghetti. Os quatro Freis estavam com tudo pronto. A TV ficou pronta, pronta, pronta, tudo, pinturas, tudo, tudo e eles não sabiam o que botar no ar. Eles tinham um problema, eles não tinham ideia de como operar a programação de uma televisão. E o Salimen e o Walmor se unem. O Walmor sai da Gaúcha, da RBS, fazem um acordo com os Freis Capuchinhos de operar a TV Difusora. O Walmor decide fazer uma programação de filmes, o que seria completamente diferente de tudo aquilo que os outros tinham. A Difusora não tinha caminhão de externas, por exemplo, não podia fazer futebol não podia fazer eventos esportivos. Com uma programação de filmes ela pegava um público desassistido pelos dois outros canais. Botaram um telejornal no ar, o “Câmera 10”. Foi um sucesso a Difusora. A Difusora bateu em audiência a Gaúcha e a Piratini. Em 1970, vim pra área de programação. E em seguida pros Estados Unidos, fiquei três meses nos Estados Unidos, onde eu vi os telecentros de produções comerciais. Como a Difusora tinha duas máquinas de videotape com editor eletrônico, que era uma novidade. A edição até então cortava fita, emendava fita, era uma mão de obra e eu vi nos Estados Unidos produtoras de comerciais em videotape. Juntei a fome com a vontade de comer. Então dentro desse esquema, a Difusora se consolida. Fiz o Telecentro. Montei o Telecentro aqui. Deixei o Telecentro operando, fui mandado para os Estados Unidos onde eu fiquei dois anos fazendo um trabalho de contatos comerciais, de contatos sobre equipamentos. Aí Walmor e Salimen decidem aceitar o pedido do Governo Federal que era de implantar cores no Brasil. A famosa transmissão de TV a cores no Brasil em 1972. 19 de fevereiro de 72. Ninguém queria botar cor. Globo não queria, Bandeirantes não queria, Associados da Tupi não queria, ninguém queria pôr porque ia aumentar o custo e não ia dar retorno nenhum tão cedo. E mais, não existiam receptores a cores, seriam importados. Então ia ser uma venda muito pequena de televisores a cores. Mas como a TV Difusora só passava filmes e fazia Tele Jornal, dava tranquilamente pra botar TV a cores. No dia 19 de fevereiro, num sábado, direto de Caxias do Sul, o desfile de carros alegóricos da Festa da Uva. Nós importamos equipamento da Inglaterra abaixo de urgência, o Governo facilitou a importação de equipamento. Quando eu vim pra cá e dirigi a primeira transmissão, que foi um caso único. Penso que foi um privilégio ter sido escalado pra isso. Todos os problemas que aconteceram, no dia inaugural choveu que foi uma praga. Nós perdemos a primeira transmissão da manhã porque molhou todo o equipamento de links, ficou tudo encharcado. Nós tivemos que comprar e roubar secador de cabelo pra secar equipamento e a transmissão saiu de tarde, de manhã não saiu que era mostrar a Feira. A transmissão da Festa da Uva foi um peitaço. Foi um peitaço. Nós não tínhamos certeza se aquilo ia dar certo ou não. Não tinha como testar. Hoje, se alguém me diz “Vamos fazer isso de novo?”. Ah, não vai dar. Teve um período no início que as agências de publicidade não sabiam fazer propaganda Não sabiam fazer publicidade. Não sabiam. Era um veículo novo. “Como é que eu faço um roteiro?” “O que é que eu faço?” “Como é que eu escrevo pra isso?” Então foi o grande momento nosso, suíters e diretores de TV, de criar comerciais para as agências. Ganhávamos um dinheiro fabuloso porque nós cobrávamos por vez que o comercial fosse ao ar. O comercial era feito ao vivo. E eu fui convidado uma vez para criar um comercial para uma revenda de carros e caminhões, chamava-se Apiavama. E vendia caminhões Feneme (FNM) e vendia os carros Alfa Romeu JK. E aí me pediram pra criar um comercial que vendesse o carro e o caminhão. Eu digo “Putz! O caminhão não tem nada a ver com o carro. O carro era um carro de luxo, banco de couro e o diabo, mas tinha que juntar os dois. Aí pensei, pensei um ou dois dias, tá feito o comercial! O comercial era com o Ayrton Fagundes que era um locutor que tinha sido motorista de caminhão inclusive. Eu digo “Tu vai entrar no estúdio", que era o estúdio grande, digo, estúdio menor da Piratini, mas que era enorme. Ele entraria dirigindo o caminhão nesse estúdio, no meio de um mato, umas folhagens, e pararia o caminhão. Descia do caminhão e saía caminhando em direção a um cenário lindo com uma casa de colunas na entrada, com um carro Alfa Romeu parado na frente. Uma mulher loira de vestido branco, linda de morrer, na porta do carro esperando ele abrir a porta, e ele chegava e abria a porta do carro. Ele descia do caminhão com um casacão de couro, saia caminhando tirando o casaco e mudando o sotaque italiano. Ele dizia “Esse caminhão se encontra na Apiavama, onde você encontra também o carro de luxo Alfa Romeu JK, não sei o quê” e chegava na mulher, abria a porta, a mulher entrava no carro, ele entrava na direção e arrancava com o carro. O comercial durava uns três minutos. Fizemos o comercial. O comercial foi um sucesso. O cliente ficou enlouquecido, assistiu em casa, ligou pra TV, mandou botar o comercial mais três vezes no ar. Não queria saber quanto custava. Queria aquilo no ar o tempo todo. E aí foi feito um contrato. Durante um mês aquele comercial iria ao ar duas vezes por noite. Seriam sessenta comerciais. E nós ficamos encantados e fomos comemorar no Cafofo, que era um bar que tinha de fronte à TV, onde vendia bebida alcoólica. E nós voltamos pra dentro da TV na hora de fazer o comercial, o Ayrton e eu, certamente já passando da conta dos goles de chachaça que não devíamos ter tomado e estávamos embriagados com o dinheiro que íamos ganhar e embriagados da cachaça que tínhamos tomado. E disse pro Ayrton: “Ayrton, manda bala! Entra rachando com o caminhão e dá-lhe uma freada com toda a força.” E ele disse: “Deixa comigo que não tem problema!” Entrou no caminhão, acelera na hora e eu disse: “Vai, vai, vai, vai!” Abri o comercial, ele acelera lá no fundo do estúdio e vem com tudo pela frente acelerando o caminhão. A câmera acompanhando, a loira olhando, ele foi frear e escorregou o pé no pedal do freio, escorregou o pé e pisou no acelerador e o caminhão acelerou mais e ele deu uma porrada no JK no estúdio, jogou o carro pro lado, a loira levantou o vestido e saiu correndo aos gritos apavorada e eu com a câmera parada, não sabia o que fazia e ele olhando na janela, bêbado, olhava pra câmera como quem diz: “O que que aconteceu?” Foi um horror porque o cliente não fez mais comercial, evidentemente. Queria que nós pagássemos o conserto do carro e do caminhão. Foi um pavor! Então, televisão ao vivo, a recomendação que se faz, a lição que tiramos daí: se for dirigir programa ao vivo, não beba. Parei de fazer televisão conscientemente. Eu senti que era o momento de dar um ‘break’ em televisão. Eu tinha feito televisão na Piratini, tinha feito televisão na TV Gaúcha, tinha feito televisão na TV Difusora, tinha feito televisão na TV Rio do Rio de Janeiro e na TV Rio de Brasília, tinha feito televisão voltando pra TV Gaúcha, virando RBS TV e tinha feito televisão na TV Guaíba. Eu não tinha muitas alternativas aqui. Eu ia voltar pra onde? Tudo o que tinha de espaço pra fazer em televisão eu tinha feito. Eu tinha ocupado os espaços todos. Tinha sido Diretor, tinha sido tudo. Mas na verdade, a minha vida deu uma mudança muito grande porque eu fui pro Rio de Janeiro. Eu comecei a fazer feiras, exposições. Depois me mudei pra São Paulo aí a minha vida mudou completamente. Casei com a Vera, ela já vivia em São Paulo. Fomos ser donos de emissora de rádio, montamos uma emissora de rádio. Então foi todo um trabalho diferenciado e eu me afastei da televisão porque aqui eu não tinha espaço, aqui eu não tinha o que fazer. Até que depois de seis anos em São Paulo, decidimos voltar pra Porto Alegre, decidimos vir morar em Porto Alegre novamente. E aí foi de certa forma um recomeço. Eu fui trabalhar em rádio em Porto Alegre, fui fazer programa na Rádio Pampa de Televisão, depois fui trabalhar em televisão na TV Guaíba. Fui fazer O Caminho de Santiago que foi uma experiência única também na minha vida. Escrevi o livro “O Caminho de Santiago”, escrevi o livro “Making Off”, um livro com histórias do rádio e da televisão, das minhas experiências e experiências de colegas meus dentro disso escrevi o livro “Emoções do Caminho de Santiago”, são experiências de outras pessoas no Caminho de Santiago. Enfim, foi uma mudança geral na minha vida e aí voltei pra televisão. Quando voltei, não queria mais administrar televisão, eu queria fazer estúdio, queria fazer entrevistas e queria conviver com as pessoas. Fiquei um período na TV Guaíba, fiz programas na Rádio Bandeirantes também. Fui trabalhar na Rede Vida de Televisão e apresentava... Durante dez anos fiquei na Rede Vida de Televisão apresentando um programa em rede Nacional, entrevistando personalidades aqui do Rio Grande do Sul, governadores, políticos, enfim... E foi muito bom durante o período que isso existiu. Fiz Mestrado na PUCRS. Fiz Mestrado em um ano e meio, fiz a minha dissertação de Mestrado. Saí a distribuir currículos pra todas as faculdades da área de Comunicação Social. Era o momento de eu entrar na Academia. Era o momento de eu passar pros jovens, pros estudantes, todo o meu conhecimento, toda a minha prática de mercado, toda a minha vivência de mercado, não teoria, mas vivência. Fazer televisão, fazer rádio, viver televisão, viver rádio. E tive a felicidade, a grata surpresa de ser convidado pela Univates pra dar aula lá, onde estou até hoje dando aula com imensa alegria, com imensa satisfação. Eu penso que eu tinha que participar disso e tinha que passar as bases do conhecimento que eu adquiri. Hoje eu estou naquilo que é uma etapa extremamente importante da minha vida que é dividir esse meu conhecimento, que é passar essas minhas informações pra jovens. Trocar informações e, mais do que tudo, trocar energia. A volta às emissoras foi um retorno a todo um processo. Foi um reviver, foi um ressentir De tudo aquilo, de memórias que vieram de coisas que eu me lembrava. Eu penso que eu fui privilegiado. Eu fui privilegiado no rádio, eu fui privilegiado na TV, eu fui privilegiado na minha vida pessoal, eu fui privilegiado em saúde. Como era e como eu sou? Na essência, a mesma pessoa. Se eu tivesse que definir em uma palavra o que mudou do Sérgio de 20 anos pro Sérgio de 77, eu te digo que essa palavra é segurança. O Sérgio de 20 anos era agressivo, era exigente, era cáustico, era irônico, mas o que mudou é porque eu não tinha segurança. Eu sabia fazer as coisas, mas eu precisava estar me provando, me comprovando tudo isso. Ainda tem algumas coisas que eu poderia melhorar e espero viver para melhorá-las, mas a mudança foi muito forte, foi muito radical. Por outro lado, penso que se eu não tivesse sido profissionalmente como eu fui, eu não teria chegado aonde cheguei, eu seria mais um. Não me arrependo de nada. Se você disser: “Ah, você era um garoto bobo!” É. Qual é o guri que aos 20 anos de idade aparece em televisão com 100% de audiência? Um cara que aos 20 anos de idade dizia coisas na televisão, influenciava pessoas? As pessoas queriam ser como você. Até hoje elas querem. Não comigo, evidentemente, elas querem ser como o William Bonner, elas querem ser como o Pedro Bial. Num determinado período, num determinado momento eu fui uma delas. E isso é ser privilegiado. Pobre, chegar aonde eu cheguei, passar por onde eu passei. Tem sorte nisso? Tem. Tem capacidade? Penso que tem. E privilégio. Muito privilégio. Ser objeto de um documentário é extremamente elogioso. Eu fico envaidecido com isso e tenho que me segurar um pouco em relação a isso. Eu quero agradecer a vocês por terem lembrado o meu nome. Não teria como recusar isso e é uma coisa que eu vou botar no meu currículo. Eu fui, eu fui biografado num trabalho acadêmico. Valeu a pena..

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Açailândia:

Aria Vaughan, Niagara: Manhattan campus. Iguatu: Columbia-Greene Community College; 2013.

Susana Lara, Rockland County. Caruaru: European School of Economics; 2016.

Brielle Hanna, W 206th Street zip 10034. Cariacica: Sisters of Mercy; 2006.

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