Art 130 Cp Sujeito Ativo

Fashion Institute of Technology, Chelsea, Manhattan - V: Hoje é dia 15 de Setembro de 2012, estamos à frente da Embaixada de Portugal em Berlim . Porque é que estão aqui? B: Eu estou aqui porque vim para a Alemanha em maio à procura de trabalho porque Portugal está uma catástrofe. Atualmente não se encontra trabalho, não se ganha mais do que 500€, 600€ e é impossível, hoje em dia, viver em Portugal sem o apoio da família. V: Podem-me explicar o que significa para vocês „catástrofe“? O que é que se passa efetivamente em Portugal? C: Catástrofe significa por exemplo ter um ordenado mínimo de 480€, ter uma renda de 300€ a 400€, ter crianças que têm de ir para a escola, crianças que não podem tomar o pequeno-almoço antes de ir e comem na escola quando esta tem cantina. Chegámos a um ponto em Portugal, no qual cantinas chegaram a abrir nos feriados e férias para que as crianças tivessem o que comer. Existem vários estudantes que abandonam a universidade porque não podem pagar o curso, porque não recebem bolsas do estado. Porque é que eu estou aqui hoje? Sou português, vivo na Alemanha há muito tempo – há 35 anos em Berlim. Não é que não tire proveito do sistema alemão, o sistema conómico alemão é bom, mas eu quero mostrar a minha solidariedade para com os meus portugueses. Tenho família em Portugal, tenho amigos com dificuldades e não tenho de estar de acordo com o governo de Portugal. Estas medidas de contenção não ajudam em nada. Está provado por vários economistas e muitas outras pessoas que o sistema económico atual vai fazer com que o euro não tenha futuro. Não sou contra projetos europeus mas sou contra estes projetos dirigidos por Berlim e Paris. Eu apoio uma Europa dos cidadãos e cidadãs, uma Europa que tenha como objetivos a educação, justiça e solidariedade, não esta Europa. Por isso estou aqui hoje. V: Falaste sobre crianças e estudantes. Como é a situação das pessoas idosas ou doentes. Sabem alguma coisa acerca disto? C: Existe um grupo, não menos importante, que são os reformados afetados por uma medida mencionada pelo Primeiro Ministro de Portugal há uns dias, nomeadamente a redução das reformas, reformas que já são miseráveis, de 200€, 300€ euros que ainda vão ser mais baixas, como é que estas pessoas podem viver? Nem chega para os medicamentos das pessoas idosas e isso é um problema. Um de vários. Hoje há pessoas em Portugal e em Espanha, em várias cidades, milhões de pessoas nas ruas que querem protestar contra estas medidas económicas. O facto de estarmos hoje aqui mostra a solidariedade que temos para com estas pessoas. V: Podem contar-nos alguma história que se tenha passado em hospitais? Por exemplo na Grécia há pessoas que já não podem ser operadas. Ouviram alguma coisa? A: Não, infelizmente não tenho histórias para contar. Apenas vejo cada vez mais pessoas abandonadas e cada vez mais pessoas a ficar doentes porque estão descontentes, porque são exploradas. Por exemplo, a situação dos professores é catastrófica, não apenas dentro de Portugal, mas também os professores de português no estrangeiro que estão a sentir pressão. Alguns recebem horários incompletos para eles mesmos terem de decidir voltar para Portugal, porque não têm meios de sobreviver no país estrangeiro com um horário incompleto, o qual os obriga a lecionar desde a 4ª classe ao 12º ano com 190 crianças. É simplesmente inacreditável que estas medidas sejam apoiadas. O problema é que as pessoas ficam mais velhas, têm de trabalhar mais tempo. Uma pessoa que tenha começado a trabalhar aos 22 tem de trabalhar até aos 65 anos. Já não têm paciência para os alunos e os alunos não têm paciência para eles. Não recebem apoio, pelo contrário, recebem cada vez mais alunos na sala. Tinhamos conseguido obter um limite de alunos por sala e agora voltam a ser 28, 30 alunos por sala. Isto não é uma boa educação, não é um exemplo para os alunos. Há cada vez mais competição entre os alunos e isto não leva a um mundo social no qual as pessoas se ajudam entre si e não umas contra as outras. V: Existem vários níveis escolares dentro da mesma sala de aula, por exemplo da 1ª à 4ª classe ou os alunos estão agrupados consoante o nível? A: Segundo sei não é prática comum, quanto muito em jardins de infância. Aquilo que eu contei refere-se a um caso específico, um entre muitos, de pessoas que trabalham no estrangeiro como professores de português, que são distribuídos por várias escolas. Às vezes viajam mais de 60 km para dar aulas às crianças e aí sim, há turmas heterogéneas. E quando uma professora recebe um horário incompleto e mesmo assim tem de preparar aulas para tantos níveis escolares é... bom, qualidade não é! Nem para os professores, nem para os alunos. V: Disseste que as pessoas se sentem sob pressão, por exemplo professores que trabalham no estrangeiro, podes explicar melhor o que queres dizer com pressão? A: Pressão como no exemplo que apresentei. A minha mãe foi uma das pessoas afetadas. Ela trabalhou durante anos na Suiça e de repente tudo se desmoronou. Já não existe representante dos professores de português em Genebra. A pressão revela-se por exemplo, quando sabemos que a partir de agora os pais terão de pagar para ter os seus filhos no ensino de português. Se isto é justo ou não é outra questão, que deixo ao vosso critério. A inscrição nestes cursos não é facilitada, uma vez que tem de ser feita online, o que não é propriamente fácil para alguns pais, que não estão atualizados. Para eles é complicado e em vez de se darem ao trabalho ainda são capazes de desistir. Muitos professores usaram o seu tempo livre para fazer estas inscrições pelos pais – é o caso da minha mãe – no entanto, como recompensa, recebe um horário incompleto mais os níveis todos de escolaridade, o que a deixou sem escolha – ela teve de voltar para Portugal. Este „ter de“ é triste, por exemplo no caso dele, ele também teve de procurar trabalho na Alemanha, que é muito diferente, por exemplo, do meu caso. Eu escolhi vir para cá, mas este „ter de“... Há tantos casais a separar-se para conseguir trabalho seja onde for. O nosso governo apoia esta ideia, o nosso Ministro disse „Vão para fora e vendam pastéis de nata“, como se isto fosse uma novidade, isso já se faz há decadas, séculos talvez. Dizer tal coisa é uma vergonha! Antigamente as pessoas saíam para escapar da ditadura ou em busca de novas perspetivas e hoje em dia é todo o tipo de pessoas: por exemplo pessoas com curso superior. 5 colegas minhas estão todas cá porque não tinham perspetivas em Portugal. Esta inexistência de escolha é impossível. B: As pessoas precisam de dinheiro. Para vir para o estrangeiro é preciso muito dinheiro. É um investimento. O nosso governo diz-nos para irmos para o estrangeiro, o nosso Primeiro Ministro - ou pseudo Primeiro Ministro de Portugal - disse-nos para irmos para fora para encontrar trabalho mas ele esqueceu-se de que é preciso dinheiro, se eu vou para o estrangeiro preciso de uma casa, preciso de dormir, de comer, de um voo. Para vir para cá pedi dinheiro à minha mãe. Tinha trabalhado 3 anos e não tinha muito dinheiro para viver aqui. Burocracias, é muito difícil, uma nova língua, pagar um curso de línguas. È uma estupidez o que estas pessoas dizem, como se fosse assim tão fácil, por isso andei aí com „Emigração não é Erasmus“, não é diversão, não é „Fixe, vou viajar“, tenho de dizer „Merda“! C: Vamos pensar agora na Alemanha: aqui também há desempregados, 6,7% ou 6,6% na Alemanha mas em Berlim já são 14%. As pessoas que vêm para cá e não são especializadas em áreas como e Informática e a Engenharia, não têm trabalho. Há muitos desempregados. Outro problema é que as pessoas formadas vão para o estrangeiro e daqui a uns anos, Portugal vai precisar destas pessoas. Vamos ter apenas desempregados, reformados e jovens nas escolas e universidades? Vamos deixar de ter pessoas formadas, o que é que podemos produzir quando não temos especialistas no país? Estão na Alemanha, na Suiça, na Inglaterra. Angola ou Brasil. Nós precisamos destas pessoas, temos de reconstruir o país. A economia tem de crescer, nenhuma economia cresce com estas medidas de contenção. Quando as pessoas poupam, não gastam dinheiro. As lojas em Portugal fecham diariamente. Hoje li um número: diariamente há casos de insolvência na indústria da construção civil que chegam a 22 empresas por dia. Que exista insolvência é absurdo! Há pessoas que pensam que Portugal vive apenas do Turismo. Gasta-se algum dinheiro no Algarve e está bem assim, quando as pessoas não sabem o que fazer daqui a um mês. A indústria têxtil, que era uma das maiores indústrias em Portugal, morreu! E hoje li na internet que muitas lojas no centro de cidades como Lisboa e Porto estão à espera do próximo Natal – daqui a 3 meses – para fechar. A: Vamos ver se conseguem vender, porque as pessoas estão em contenção. Para completar aquilo que eles disseram anteriormente, se o Governo sugere – criticar é fácil, afinal o que é que se pode fazer? – já que eles sugerem, então deviam oferecer certas condições. Por exemplo, a Embaixada podia inserir na sua página Web – não é nada do outro mundo – uma plataforma onde as pessoas pudessem anunciar trabalhos. Uma vez trouxe para cá um anúncio de trabalho porque estavamos à procura de tradutores e eu fiquei com a sensação „Ah, sim, pois, já vamos afixar o anúncio“ e eu disse „Mas então agora“ porque era um dia de eleições e eu pensei „Se vierem portugueses veem o anúncio e talvez haja alguém que tenha interesse“ e continuava a ouvir „Sim, sim, já afixamos“. Quando se mandam portugueses para o estrangeiro, é importante criar meios de apoio para os mesmos. A página da Embaixada podia oferecer este serviço. C: Temos um grupo em Berlim, aberto a todos, „Portugueses em Berlim“, do qual eu faço parte. Não é um grupo fechado, são portugueses que querem organizar algo. Encontrámo-nos por acaso, há coisa de um ano, no verão de 2011 e começámos a pensar „O que fazem os portugueses em Berlim? Onde estão?“ A cidade é demasiado grande e nós estamos dispersos, então pensámos, „O que é que podemos fazer para conhecer estas pessoas? Que dificuldades têm?“ Criámos este grupo e para o inaugurar, organizámos uma festa de Natal. Eram cerca de 400 pessoas na Werkstatt der Kultur em Neukölln. Talvez organizemos uma festa este ano, ainda não sabemos ao certo. Estamos registados no facebook e já há muitos portugueses em Portugal que descobriram a nossa página e perguntam „Vou para Berlim, o que é que eu vou encontrar? Preciso de um apartamento, disto e daquilo“ e isso funciona. Vocês também conhecem, não é? Este serviço podia ser oferecido pela Embaixada como instituição de representaçãoo de Portugal em Berlim. Nós sabemos que eles não podem fazer tudo, mas seria uma medida. Se há tanta gente a vir para cá que precisa de saber como as coisas funcionam aqui, poderia ser um serviço da Embaixada. Mas infelizmente isso não acontece. A: No entanto vemos isto como crítica construtiva, não queremos apenas criticar, queremos também dar sugestões. É muito fácil apontar o dedo. E não se aponta, que é feio! V: Como é que se chama a vossa página? C: Não é propriamente uma página Web, é uma página no facebook „Portugueses em Berlim“. Houve muita gente que viu na página que este evento ia ter lugar hoje e aqui e por isso vieram. A parte informativa funciona muito bem. Há já muita gente em Portugal que nos coloca questões, é muito interessante. Nós não queremos competir com a Embaixada, é algo aberto e simples. Não é uma organização enorme, mas sim um movimento, uma plataforma. Encontramo-nos regularmente e toda a gente pode vir. A: Acho que devemos ver isto como uma tendência geral, que as pessoas se ajudam mutuamente cada vez mais e não tanto pôr o voto na urna(!) e depois não fazer nada, „Não tenho nada a ver com isso“. Confesso que, pessoalmente também não faço assim tanto pela política, mas essa tendência está lá, de entreajuda, em vez de estar sempre à espera que a Embaixada ou outros políticos se ocupem de tudo. Nós também temos de fazer algo e esta tendência está presente no mundo porque as pessoas não estão satisfeitas. Acho que na Alemanha ainda não se nota tanto porque ainda vivemos relativamente bem, pelo menos na superfície. Mas em Espanha – coisa que não se vê tanto nos meios de comunicação comuns – há manifestações todos os dias, em especial em Madrid. Em Valladolid também já se fazem muitas e Barcelona. Não páram de se manifestar. A situação é esta: quando se sente na pele, as pessoas mais depressa lutam contra a situação... ou por um mundo melhor. V: Com certeza. Queria ainda perguntar-vos se há alguma coisa que o governo esteja a fazer pelas pessoas em vez de dizer às pessoas para emigrarem, procurarem trabalho porque nós não temos mais nada para vocês. Fazem alguma coisa pelas pessoas? C: Para ser sincero, acho que o governo português neste momento só faz o que lhe é mandado. A Troika aparece de vez em quando e diz que assim e assado está bem, estão no bom caminho. Portanto: mais medidas de contenção. As pessoas protestam mas acabam por aceitar e portanto, de momento, o governo pouco faz pelas pessoas. B: O governo tem agora uma desculpa para não fazer nada. O governo não faz nada. Estamos em crise há anos e isso é a desculpa para não fazer nada e para destruir o nosso Welfare State e agora já não temos Welfare State. A: Em nome da economia europeia B: Exato, temos de poupar dinheiro A: Apertar o cinto... sem grandes esperanças, especialmente para quem vive em Portugal. A situação está má B: As pessoas em Portugal têm de saber que não temos apenas 3 partidos políticos, temos mais. Podemos decidir-nos por um sistema, outro caminho. Os meios de comunicação dizem que temos apenas 3 partidos, nada mais. O Português normal que se mantém informado acha que não há opções, que não se pode fazer mais nada. C Por outro lado, quando vemos a situação daqui, dos países onde estamos, os cidadãos alemães comuns pensam que os portugueses recebem dinheiro e mesmo assim estão insatisfeitos, ou seja, os gregos, os portugueses e os espanhóis. „Meu Deus, que pessoas são estas? Recebem o nosso dinheiro e mesmo assim...„. Nos jornais lê-se que a Alemanha nos quer governar porque as pessoas não sabem efetivamente o que se passa. E por isso se lê nos jornais franceses e alemães que as pessoas não pagam impostos, são preguiçosas, que gastaram mais do que podiam e por isso têm de se comportar, de esperar pelo que se lhes manda. É uma injustiça porque não é verdade. Seria interessante se os meios de comunicação – claro que há meios e meios – mas se a imprensa alemã propagasse a verdade, como o senhor que aqui esteve a falar há pouco sobre a situação real, para que se entenda melhor o movimento que está a crescer em Portugal, na Grécia e em Espanha. Ele disse, e com razão, que não existem apenas 3 partidos em Portugal. Há mais partidos, mais organizações, mas impera um Status Quo, no qual as pessoas votam sempre nos mesmos. Reina um ambiente de medo, „Se não concordam com o Euro, vamos ter ainda mais dívidas, ainda mais dificuldades, estamos feitos!“ Se eles continuarem a agir assim, as pessoas vão ficar frustradas. As pessoas podem procurar outros caminhos, votar em outros partidos. Quando os Verdes foram eleitos aqui na Alemanha, quando o partido nasceu nos anos 70, ninguém acreditava que eles viessem a ter uma Ministra dos Negócios Estrangeiros no governo. É assim. É preciso revelar alguns sucessos para mostar às pessoas que existem outros caminhos para criar uma situação melhor. V: Eu acho que há muita gente que pesquisa na internet e que existem outras notícias que mostram o contrário do que ouvimos: de que os portugueses são preguiçosos, os espanhóis são preguiçosos, os italianos são preguiçosos, os gregos são preguiçosos, são todos preguiçosos. A mim parece-me uma barbaridade porque não corresponde à realidade e vocês também me mostraram isso. A: Em primeiro lugar, eu não diria que os europeus do Sul são preguiçosos. É preciso ver que há diferentes condições climatéricas, e quando estão 35 graus não se é tão produtivo como a economia espera. Mas a questão não está em avaliar se são eles que estão a cometer um erro porque é impossível, porque está calor; temos de fazer assim tanto quanto se espera? Porque é que tem de haver sempre este crescimento económico, sempre a crescer? Não podemos comparar países como a Alemanha e Portugal nestes moldes por quastões climatéricas, de mentalidade e linguísticas. Não se pode juntar tudo no mesmo saco económico. A Europa em si não está errada. A ideia da entreajuda, de uma Europa sem fronteiras, de eu poder trabalhar aqui, isso para mim é ótimo! O que eu não acho bem é esta comparação entre as economias e que têm de estar todas ao mesmo nível. Não pode ser! V: OK, acho que vocês disseram muita coisa, queria agradecer-vos terem tido coragem para se exporem na televisão. Até correu muito melhor do que vocês estavam à espera. Estou a torcer por vocês aqui em Berlim mas também em Portugal. Muito obrigada!.

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Campos dos Goytacazes:

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