School of General Studies - Jonathan Berezovsky: O Brasil tem hoje em dia 8 mil refugiados e outros 28 mil que estão aguardando receber o status de refúgio. ♪ ♫ ♪ ♫ Jonathan Berezovsky: Eu sou Jonathan Berezovsky, sou diretor do Migraflix. Migraflix é um projeto social sem fins lucrativos e um projeto que o empondera imigrantes de baixa renda que mora no Brasil, promovendo as culturas desses imigrantes. Então a gente dá oportunidade para cada imigrante de ensinar sua cultura para os brasileiros numa aula de culinária, de música, de arte ou dança. Então, temos pessoas como Talal Al-Tinawi que ele dá aula de culinária síria e ele ensina as pessoas a fazer homus, falafel, ou café da manhã sírio. Temos uma mulher do Marroccos que ensina a comida marroquina, um cara do Peru que ensina a fazer ceviche, outra pessoa da síria que ensina caligrafia árabe, um casal argentino que ensina tango. Cada um deles ensina sua cultura para os brasileiros num workshop de 3 horas. ♪ ♫ ♪ ♫ Eu sempre me identifiquei com os imigrantes porque na minha família eu tenho histórias muito similares às historias dos imigrantes que eu estou conhecendo hoje em dia. Eu vejo hoje em dia, que muitos milhões de pessoas,milhões de imigrantes, pessoas que teve que fugir dos seus países estão passando por uma situação muito similar então eu sempre me identifiquei muito com a causa dos imigrantes e foi por causa disso que surgiu a ideia do Migraflix. A gente coloca o imigrante em uma posição de poder, onde é ele que tem o conhecimento para compartilhar com os brasileiros, e os brasileiros se aproximam dos imigrantes não para ajudar, não se aproxima enxergando ele como um coitado. E sim, ele se aproxima do imigrante para aprender do imigrante e estão dispostos a pagar. 80% do lucro gerado pelo workshop é repassado para o imigrante, e 20% fica com o Mmigraflix para cobrir os custos da plataforma. Então ali, tem o primeiro objetivo do projeto que é justamente empoderar o imigrante economicamente. O segundo objetivo do Migraflix é integrar o imigrante na sociedade brasileira. O palestrante ele vai apresentando a sua história, então Talal Al ele fala como era sua vida na Síria antes da guerra. O que ele fazia no dia a dia, o que gostava de fazer no fim de semana, quais os pratos mais típicos que as pessoas comem na Síria, que são bem diferentes do que o que a gente conhece aqui no Brasil. Por que ele teve que sair da Síria? Como foi chegar até o Brasil? Quais são os principais desafios que ele tem hoje aqui no Brasil recomeçando a sua vida. Então a partir dessa apresentação do palestrante a gente vai criando um diálogo entre o imigrante, que é o professor, e os alunos, que são os brasileiros e esse diálogo é uma ponte que tem tudo a ver com a integração que a gente tenta trabalhar. ♪ ♫ ♪ ♫ O que a gente vê é que aqui no Brasil, como em qualquer outro país, existe muito preconceito para com os imigrantes infelizmente. É engraçado porque no caso do Brasil é um país que foi construído com uma população bem grande de imigrantes, né? A maioria das pessoas que moram aqui no Brasil tem algum tipo de descendência de imigrantes. Mas, as vezes o que acontece é que as pessoas esquecem disso. Então, enxergam nos novos imigrantes como ameaça, no lugar de algumas pessoas que podem contribuir com a sociedade. Uma das coisas do Migraflix que me faz sentir muito feliz e que vai além do emponderamento econômico, vai além da renda que te dá a cada atividade que a gente faz, seja o workshop, seja uma feira cultural ou seja uma cozinha colaborativa onde o imigrante tá vendendo comida durante o dia. Acho que a gente se conecta muito mais emocionalmente com a pessoa quando você consegue ver o imigrante se sentir valorizado, sentir que as pessoas se importam com o trabalho dele, pela cultura dele. Então aconteceu uma história que eu já contei várias vezes, é uma refugiada síria, a gente estava aguardando os participantes chegarem e já era o horário de começar o workshop e só tinha alguns participantes, era um curso para dez pessoas e só tinham chegado quatro. Então eu falei pra Muna: "Muna vamos começar" e ela me falou: "Não, vamos aguardar mais um pouquinho." Então, a gente aguardou mais um pouquinho e dez minutos depois eu falei para Muna, "olha Muna, vamos começar, poxa, já tem pessoas aqui, sabe, essas pessoas talvez não cheguem, mas, fica tranquila, porque eles já pagaram pelo workshop através do site, então você vai receber o dinheiro igualmente." E ela me falou: Eu sei disso, mas eu quero que eles cheguem, eu quero que eles façam minha aula, né, eu quero que eles conheçam minha cultura. Então pra ela o fato de se sentir valorizada, sentir que os brasileiros se importam pela cultura dela, era ainda mais importante que a renda que esse workshop iria te dar. Essa troca, esse diálogo que acontece durante o workshop, é o mais lindo, é o que me faz me sentir mais feliz na verdade. ♪ ♫ ♪ ♫ O que mais me inspira no Migraflix? É, a oportunidade que a gente tem de continuar gerando esse impacto que a gente tem hoje em dia aqui no Brasil, fora do Brasil. A gente vê o mundo, a gente mora hoje em dia em o mundo onde tem milhões de pessoas fugindo dos seus países por causa da guerra ou por causa de outro tipo de tragédia. Então, a gente tem certeza que o projeto que já está funcionando muito bem no Brasil pode funcionar muito bem fora país e ter um impacto social tanto na população de imigrantes como na população local. ♪ ♫ ♪ ♫.
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Nossa Senhora do Socorro:
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