Direito Penal Comentado Greco

New York State School of Industrial and Labor Relations (ILR) - O DIVINO AMIGO TERCEIRA PARTE O AMOR ILUMINA QUINTO DIA PRIMEIRA MEDITAÇÃO JESUS É BOM Eu sou o bom Pastor (Jo 10,11). — Minha alma, já é tempo de te aproximares mais intimamente de Jesus. Vais entrar mais a fundo no coração do Mestre, no seu espírito, nos seus sentimentos. Vais ajudá-lo a tomar posse de ti, não somente pela graça santificante, mas por uma semelhança desejada e consciente de pensamentos e aspirações entre a tua alma e a de Jesus. É a via iluminativa que começa para ti. Teu espírito esforçou-se por desvencilhar-se de todo pensamento ou ocupação supérflua, teu coração é livre de toda afeição desordenada. Jesus pode, agora, revelar-se a ti, introduzir-te no conhecimento de sua Pessoa divina, revelar-te os segredos de sua vida terrestre, de sua vida eucarística, de sua vida mística nas almas. Quanto mais conheceres a Jesus, tanto mais o amarás, tanto mais te abandonarás a ele. Quanto mais te entregares a ele, tanto mais tomará posse de ti; substituir-se-á a ti e transformar-te-á nele mesmo. — Medita, pois, com amor e demoradamente as divinas amabilidades de Jesus e começa por ler no santo Evangelho o que constitui o traço característico de sua fisionomia, o que o torna tão divinamente atraente: sua bondade. Jesus era ontem, é hoje, será também em todos os séculos (Hb 13,8). ele é o princípio e o fim de todas as coisas (Ap 1,8). Ele é o Verbo de Deus, o Infinito, o Justo, o Santo. Como Deus, ele existe desde a eternidade, e os anjos o adoram abismados em santo respeito. Mas Jesus também é homem. ele tem um corpo como nós. É o mais belo e o mais formoso dos filhos dos homens. É o Filho único de uma Virgem resplandecente de pureza e arrebatadora de graças. Ele tem um coração, um coração humano, humilde, paciente, suave, delicado, que a ninguém jamais soube fazer sofrer, a ninguém jamais soube desprezar e repelir, que não soube senão amar, fazer o bem, perdoar e suportar em silêncio a ingratidão e a indiferença. — Jesus é bom. Quando ele vivia no mundo, "percorria a Galileia, a Samaria, a Judeia, ensinando nas sinagogas, anunciando o Evangelho, e curava o povo de suas moléstias e enfermidades" (Mt 4,23). "E numerosa multidão acorria pressurosa, depositando-lhe aos pés os surdos, cegos, paralíticos, doentes de todos os males, e ele os curava a todos" (Mt 15,30). Quando Jesus entrava numa casa para repousar, era ela imediatamente invadida pelo povo. Quando começava sua pregação, comprimiam-no de todos os lados, obrigando-o, por vezes, a subir à barca, e de lá anunciar o Evangelho. E terminado o sermão, retirava-se ao deserto, aonde o povo o acompanhava, esquecendo-se de comer e de dormir, e Jesus, então, alimentava-os milagrosamente. — Oh! que fascinação exercia sobre o povo a inalterável bondade de Jesus! Um dia ele passa em frente à casa de um publicano e vê o usurário diante de sua banca coberta de dinheiro. "Segue-me!" diz-lhe simplesmente, e Mateus esquece seu dinheiro, sua casa, sua família e segue Jesus, torna-se seu apóstolo, seu evangelista, e mártir de sua doutrina. Em outro dia, lança um olhar de bondade a Madalena, absorvida nas suas desordens e possuída por sete demônios; e a pobre pecadora se desfaz em pranto, lança-se aos pés do Mestre, lava-os com suas lágrimas e ergue-se purificada e para sempre unida a Jesus. Assim, ainda, o Mestre converte o avarento Zaqueu, a mulher adúltera, a samaritana e o próprio discípulo São Pedro. — Ó Jesus! apresentai-vos à minha alma tal qual éreis neste mundo, quando as multidões se comprimiam em torno de vós. Como eu desejaria ouvir de vossos lábios as consoladoras palavras que vós lhes dirigíeis um dia: "Eu sou o bom Pastor. O bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas. O mercenário, ao contrário, é aquele que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê chegar o lobo; abandona-as e foge, e o lobo arrebata-as e dispersa o rebanho. O mercenário foge porque é mercenário; pouco se lhe dá a vida das ovelhas. Eu sou o bom Pastor, conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem. Como meu Pai me conhece, assim eu conheço meu Pai e eu dou minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não pertencem a este aprisco: essas também eu devo conduzi-las e elas atenderão à minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor" (Jo 10,11-16). — Tu, que isso lês, alma cristã, nem sempre foste do aprisco de Jesus. Um dia houve em que viveste emaranhada nas sarças e nos espinhos. Quem, então, veio buscar-te? Quem, suavemente, sem te magoar, desembaraçou teu coração de todas essas peias? Quem, depois, te apertou ao coração e te carregou nos ombros? Oh! bem o sabes! Foi o Mestre boníssimo, o mesmo que há vinte séculos narrava essa parábola e, narrando-a, pensava em ti. — Pois Jesus teve por ti preferências, teve atenções especiais, que só tu podes conhecer: toques interiores, solicitudes discretas de sua graça apelos reiterados, a divina ternura com a qual por vezes ele te envolve e, depois, este ambiente sobrenatural no qual ele te faz viver e donde não te deixará mais sair. E que pretende ele obter, por tantas provas de bondade? Deseja tão somente, o coração, a vontade sincera, o amor ardente e generoso. Esta gotinha de amor, que podes espremer de teu coração com o auxílio da graça, possui, aos olhos de um Deus onipotente, mais valor que mundos inumeráveis. — Quando Jesus consegue fazer-se amar sem reservas, ainda que de um único coração, julga-se indenizado de todos os seus sacrifícios. Quando ele pode excitar num só pecador um arrependimento sincero, consola-se de todas as tristezas do jardim das Oliveiras, esquece-se das ingratidões passadas, abre bem largas as portas do céu e transborda essa alma de delícias durante a eternidade. Ó Jesus! vós o sabeis, não é um ato desse amor que tanto prezais que eu vos quero dar; são milhões, milhares de atos semelhante que espero apresentar-vos um dia. Não é uma hora de minha vida, a última, que vos quero consagrar: é toda a minha vida, são todos os instantes do dia e da noite que eu quero aproveitar com santa avidez. Não é um amor qualquer que desejo oferecer-vos: é um amor terno, delicado, generoso, tão perfeito quanto é possível ao meu pobre coração. — Ó Deus de amor! como é preciosa minha curta existência terrestre, já que me é dado causar-vos tanto prazer por tão pouco! Como eu quisera consumir-me de amor por vós, esquecer-me de tudo e esquecer-me de mim mesmo! Jesus! vivei em mim cada vez mais; fazei-me semelhante a vós, amai-vos a vós mesmo em mim e purificai constantemente o meu amor. SEGUNDA MEDITAÇÃO JESUS É ACOLHEDOR Jesus chama a si uma criança (Mt 18,2). — O sinal de um bom coração é ser delicado para com todos. Semblante sempre assim sereno, sempre franco, sempre afável trai a bondade da alma. Assim é Jesus. Durante a sua vida terrestre, acolhia a todos com o mesmo carinho bondoso. Sua fronte era sempre calma e seus olhos sorriam. Todos podiam aproximar-se dele sem temor e, com efeito, assim o faziam. Os fariseus e os saduceus expõem-lhe dificuldades, armam-lhe ciladas. Jesus desfaz sua" intrigas com uma palavra cheia de luz, com uma diversão inesperada, com um milagre, nunca, porém, os repele. Os ricos convidam-no à mesa, ora com admiração sincera, ora por vã ostentação. Jesus aceita o convite e, por vezes, não convidado, se convida. Tanto frequenta a casa dos grandes como a choupana do pobre; vai repousar na vila de Lázaro, em Magdala, e na cabana da sogra de Pedro, o pescador. Acolhe, com a mesma bondade, o jovem rico, o sábio José de Arimateia e o mendigo cego sentado à beira da estrada, e o infeliz coberto de lepra que de longe implorava sua clemência. Distribui seus favores a todo o mundo. Ressuscita Lázaro, seu amigo, e restitui a orelha a Malco, seu perseguidor. Dá a vida à filha de Jairo e ao filho único da viúva de Naim. Jesus é sempre bom, sempre acolhedor. — Contudo tem suas preferências, e estas são pelas crianças, pelos pobres, pelos humildes, pelos infelizes deste mundo. E é nisso que se mostra a singular delicadeza do coração de Jesus. O bom Mestre ama as crianças; e disso não faz mistério. Sente-se feliz cercado por elas; acaricia-as, toma-as em seus joelhos e as abençoa; e quando Pedro, julgando que a precipitação das mães e o atropelo das crianças incomodam o Mestre, quer despedi-las, Jesus toma-lhes a defesa! — No tempo em que vivia o Salvador, a criança não era suportada nem amada. Em muitos povos, decidia-se, no seu nascimento, se ela devia viver ou perecer: Mas, desde que Jesus reuniu em volta de si as criancinhas, espalham-se por toda parte creches, orfanatos, institutos de toda espécie, e virgens consagradas a Deus, espôsas do Rei dos reis, fizeram-se servas, educadoras e mães desses pobres seres abandonados, sem proteção, sem lar e sem amor. — E esta compaixão de Jesus estende-se a tudo que é pobre, humilde e infeliz. Bem sabia ele quão dura era para os pequenos a vida neste mundo. Infelizes, estão à mercê dos caprichos dos senhores. Para eles ninguém tem coração, ninguém tem uma atenção delicada. Quando solicitam uma coisa que lhes é devida, parece que, concedendo-a, se lhes faz um favor; contra a violência e a injustiça dos grandes eles não têm recurso. Oh! como essa condição é dura para o pobre! Jesus comoveu-se à vista dessa desgraça e baixou à terra sobre-tudo para salvar e consolar os humildes, os abandonados. — E para vir mais eficazmente em seu socorro e levantá-los com mais amor, o bom Jesus se fez um deles: tomou, diz São Paulo, a semelhança de um escravo (Fl 2,7). Nasce de pais pobres. Sua mãe e seu pai adotivo não gozam de nenhuma consideração. Para eles estão fechadas todas as portas e o Criador do mundo vê-se constrangido a nascer numa estrebaria, a deitar-se num presepe e ser aquecido pelo hálito de animais. Pouco depois os poderosos do mundo o perseguem. Vê-se obrigado ao exílio no Egito. Lá a vida é penosa, sem teto onde abrigar-se, pouco trabalho para José, pouco pão para Jesus. Oh! como é amável esse caro menino Deus, reduzido voluntariamente a uma negra miséria, porque quis ser efetivamente um pobre, mais necessitado que os mais pobres. Como Jesus é bom! De volta para Nazaré, faz-se aprendiz de José, o carpinteiro. Com o pai adotivo, vai trabalhar todos os dias; à tarde, voltam juntos a casa, trazendo aos ombros as ferramentas. E o criador do mundo leva esta vida de humilde operário, até a idade de trinta anos. — Chega o tempo da vida pública. Jesus, em "um sábado, vai à sinagoga com outros judeus e pede que lhe passem o livro das santas Escrituras. Abre-o ao acaso sobre a passagem de Isaías: O Espírito do Senhor esta sobre mim, e por isso ungiu-me e enviou-me a pregar o Evangelho aos pobres e curar os que têm o coração contrito. Fechando o livro, deu-o ao servidor e sentou-se. E na sinagoga os olhos de todos os assistentes fixaram-se nele. E começou por dizer-lhes: Cumpriu-se hoje a escritura que acaba de ferir vossos ouvidos" (Lc 4,18-21). — Pregar aos pobres, ajudar os humildes, consolar aos aflitos, resgatar os prisioneiros, libertar os escravos, eis a missão desse divino Mestre. Assim manifesta-se êle desde a primeira vez que faz sua aparição em público. Daí em diante, Jesus não cessará de ser rodeado de pobres e doentes, mutilados, cegos, surdos, mudos, infelizes de toda sorte que virão pedir-lhe cura, conselho, consolação, defesa contra inimigos e caluniadores. O bom Mestre a todos acolhe com a mesma clemência, cura, absolve, defende. ele é o homem do povo e o povo bem o sente e quer fazer dele seu rei. — E vós não mudastes, bom Jesus! No decorrer dos séculos, eu vos vejo de preferência rodeado de humildes e pequenos e de todos que a eles se assemelham. Vós não amais o orgulhoso nem o rico que se apega aos seus bens. Vós não amais o coração confiante em si mesmo, em sua própria prudência; vós vos afastais daqueles que buscam o esplendor e o poder; vós preferis a humilde solidão do coração vazio de si mesmo e de afeições estranhas. — Jesus, vós amais as almas pequeninas que desconfiam de si mesmas, que não buscam outro recurso que vossa bondade, nem outro apoio que vosso Coração, nem outra ciência que não o vosso amor. Oh! com que satisfação vedes estes filhos que se comprimem em redor de vós para vos tomar a mão e acariciar-vos. Como preferis sua simplicidade e ignorância à ciência das almas que têm consciência de seu valor e olham com piedade, senão com desprezo, essa devoção infantil! Eles não compreenderam, esses sábios, a inefável bondade e a grande indulgência de vosso Coração. Ó Jesus! como me faz bem sabê-lo acessível aos ignorantes, aos humildes e aos pequenos! Eu quero ser também um deles. Não conheço e nem quero conhecer outra coisa que não seja vós e o vosso amor. Acolhei-me sempre. TERCEIRA MEDITAÇÃO JESUS É MISERICORDIOSO Ele devia ser em tudo semelhante a seus irmãos para tornar-se misericordioso (Hb 2,18). — Somos todos pecadores e temos tanta necessidade de um coração amigo que se compadeça de nossas misérias, compreenda nossas fraquezas, nos auxilie, nos encoraje e não se canse de nos perdoar. Mas onde encontrar esse coração? O mundo é tão cheio de egoísmo e de crueldade. Meus melhores amigos nem sempre me valem, e, aliás, nada compreendem de minhas fraquezas. É para vós que me volvo, ó Jesus! Vós sois cheio de compaixão e de misericórdia. — É a compaixão pelos pobres pecadores que faz baixar do céu o Verbo de Deus. Quando o homem, depois de sua queda, jazia no abismo do pecado, sem esperança de sair de lá, reuniu-se a santíssima Trindade em augusto conselho: abandonar-se-ia à sua sorte a pobre humanidade, entregando-a sem recursos, como os anjos rebeldes, aos castigos eternos? O Coração do Verbo de Deus moveu-se de compaixão diante desta terrível perspectiva. Ofereceu-se então a seu Pai e disse: Eis-me aqui; enviai-me (Is 6,8) à terra. Repararei, com a minha morte, a culpa de Adão, e oferecerei a todos os homens a possibilidade de reconquistar o céu. E ele encarnou-se, apareceu entre nós como uma graciosa criança, submeteu-se a todas as fraquezas da primeira idade, e, depois, chegado à sua vida pública, revelou o mistério da redenção. — Eis toda a história da humanidade regenerada; ela tem seu princípio, seu meio e seu fim na compaixão do Coração de Deus pelos nossos infortúnios. Esta bondade misericordiosa manifestou-se a cada instante da vida tão curta de Jesus. ele não pode ver um infortúnio sem se compadecer. Vinde a mim, diz ele, vós todos que sofreis e estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Se alguém tem sede que venha a mim e beba. Ele tem compaixão da miséria do povo que anda errante como um rebanho sem pastor. ele mesmo vai esperar a samaritana e a induz suavemente a reconhecer as suas faltas. Vai à piscina milagrosa para curar o paralítico que há trinta e oito anos padece. Vai de propósito, próximo à cidade de Naim, ao encontro do cortejo fúnebre que acompanha ao túmulo o filho da viúva. Chora sobre as desgraças que vão castigar a ingrata Jerusalém; chora, enfim, diante da dor de Marta e Maria. — Jesus é bom. Ele é tão bom que estaria pronto a perdoar Judas, o traidor; tão bom que morreria com prazer pelos condenados, se eles fossem suscetíveis de redenção. É uma revelação feita por ele mesmo a uma santa. É tão grande a sua compaixão que havia de sujeitar-se de bom grado a todos os suplícios da sua paixão, tantas vezes quantos fossem os pecadores sobre a terra, aos quais pudesse, assim, amolecer a dureza de seus corações. — E tu, alma cristã, se fosses sobre a terra a única pecadora, Jesus encarnar-se-ia por ti unicamente, e morreria para arrancar-te ao inferno e possuir teu coração. Como é possível, pois, que tantas vezes tenhas medo de Deus? Depois de tuas faltas, teu coração se aperta, concentra-se e fecha-se. Em vão Jesus bate à tua porta e convida-te para abri-la e pedir-lhe perdão: ocultas-te como Adão no paraíso terrestre. — A desconfiança na misericórdia de Deus, depois de tuas faltas, é um dos maiores obstáculos à perfeição. Provém de um íntimo apoio de si mesmo, é um despeito disfarçado de sentir-se miserável. Que há de extraordinário em ter a alma confiança em Jesus, quando ela não o ofendeu, quando tem consciência de merecer o seu auxílio? Mas esperar nele depois de ter pecado, quando, pela milésima vez, reincidiu no mesmo pecado, não obstante a resolução firme de se corrigir, eis o que agrada ao coração de Jesus, eis o que faz jus à sua inesgotável misericórdia, eis a confiança pela qual ele ansia. E Jesus não muda. — "Eis, sobretudo, o que tenho a dizer-te, minha Benigna (Irmã Benigna Consolata 1885-1915), é que a alma nunca deve ter medo de Deus, porque Deus é misericordiosíssimo: o maior prazer do Coração de teu Jesus é conduzir numerosos pecadores a seu Pai; eles são minha glória e minhas jóias... eu os amo tanto, pobres pecadores! Escuta, minha Benigna, minha alegria, escreve isso: O maior prazer que se me possa fazer é crer no meu amor; quanto maior for a confiança, tanto maior é o meu prazer, e, se querem que o meu prazer seja imenso, é preciso que não haja limites a essa fé em meu amor... Se eu sou bom para todos, sou mais ainda para os que confiam em mim. Sabes quais são as almas que mais se aproveitam de minha bondade?... As almas confiantes são as ladras de minhas graças... Escreve que é indizível o prazer que me causa a alma confiante... ". — Por que Jesus, nestes últimos tempos, precisa manifestar de novo o desejo que tem de esquecer, de perdoar, de enriquecer de graças as almas pecadoras mais confiantes? Sem dúvida, ó bom Mestre, porque nos esquecemos de reler o vosso Evangelho, de aplicar a nós mesmos as parábolas do filho pródigo, a conversão da samaritana, da mulher adúltera e tantas outras. Esquecemo-nos de reler vossa promessa de sempre atender-nos quando rezamos, de carregar-nos nos vossos ombros, quando, pobres ovelhas, somos desvencilhados pelas vossas mãos piedosas dos espinhos do pecado. — Ó Jesus, eu quero ser confiante, quero voltar aos vossos pés sem temor e sem despeito, quero sentir alegria na minha fraqueza, quero fazer de minha miséria um título a vossa perpétua bondade. Não sois o Salvador? a razão de vossa presença em mim não é perdoar-me, purificar-me com vosso contacto? Vós não viestes chamar os justos, mas os pecadores. Jesus, eu tenho confiança em vós, eu vos amo. QUARTA MEDITAÇÃO JESUS É FIEL E ninguém as arrancará de minhas mãos (Jo 10,15). — Nosso coração é assim feito, que busca sem descanso um amigo fiel e, quando o encontra, crê possuir um tesouro. O amigo fiel é, com efeito, preferível ao ouro e à prata. As riquezas de nada valem quando no coração não há amor. Ao contrário, a privação, o sofrimento perdem sua amargura quando um coração amigo vem compartilhá-las conosco. — Jesus conhece esta lei de nosso coração humano e quis ser nosso amigo fiel. Ainda mais, ele encheu nosso coração de exigências tão vastas e deixou-o exposto a fraquezas tais, que nenhum amigo terrestre pode satisfazê-las nem supri-las completamente. Oh! como isso é verdade. Ninguém seria bastante paciente conosco a não ser um Deus. Somos tão inconstantes, tão caprichosos, e com tudo isso exigentes, que é preciso a Jesus uma bondade infinita para não nos abandonar. Hoje estamos alegres, amanhã, tristes; hoje, atenciosos, amanhã, de mau humor, cheios de amor-próprio, incapazes de uma mortificação. E queremos que em redor de nós todos sejam sempre bons, pacientes e tolerantes, sempre cheios de atenções e amabilidades. Realmente, ninguém terá virtudes bastantes para nos ser sempre fiel. — Jesus, é a vós que me dirijo: vós sois o amigo fiel, aquele que não desampara, aquele que sempre me suportou, sempre me atendeu com paciência. Quando meu coração se perdia entre as criaturas e buscava nelas uma satisfação que me não podiam dar, vós me esperáveis silencioso e paciente, e quando, enfastiado de toda alegria humana, eu me dirigia a vós, acolhestes-me com ternura. Quando me descuidava de dirigir-me à vossa bondade em minhas necessidades, e ia haurir a felicidade em cisternas áridas, não cessastes de me chamar para o vosso Coração, fonte perene de toda a felicidade. — Ó Jesus! vós sois fiel, sois meu divino amigo para sempre. Fostes vós quem assim disse: Eu dou minha vida pelas minhas ovelhas; ninguém as roubará da mão de meu Pai (Jo 10,15-29). Cristão, meu irmão, se queres ser o amigo de Jesus, se queres amá-lo de todo o teu coração, o céu e a terra podem perecer, mas tua alma não perecerá. Lembra-te desta verdade nos momentos difíceis. — Bem o sei: por vezes a tristeza vem bater à tua porta. O exílio é bem longo, o caminho bem monótono e Jesus está tão longe! A alma tanto tem ouvido falar desse país de amor, dessa casa de seu Pai e continua a gemer aqui em terra estranha! Falaram-lhe tanto de Jesus, de seu terno amor, de suas delicadas atenções, dos cuidados paternais que tem para cada alma, e parece que diante dela ele se oculta! E os pensamentos sombrios se avolumam. Quem nos diz que Jesus se interessa pela sua pobre existência? Ela que têm sido tão infiel, tão covarde e tão ingrata! Quem nos diz que os seus projetos de santidade não são apenas sonhos que se dissipam ao aproximar-se o crepúsculo da sua vida? — Oh! certamente, alma querida, são bem tristes esses pensamentos. Mas eles não vêm de Jesus. Vêm de teu inimigo, que procura desanimar-te nas horas difíceis. Jesus não fugiu de teu coração. Oh! não. Teu coração é um agradável santuário onde ele se compraz, onde observa feliz o esfôrço que fazes para lhe ser agradável, de onde te oferece o auxílio necessário para que não sucumbas na luta. • Jesus não te abandonou. Quando muito, oculta-se à tua vista para mover-te a buscá-lo com mais fervor, a servi-lo com mais pureza e mais renúncia de ti mesma. — Certo dia, os apóstolos navegavam no lago de Genesaré. Jesus, fatigado, adormece na barca. Súbito, surge violenta tempestade. Amedrontam-se os apóstolos. Jesus dorme também, por vezes, em tua alma. Durante o seu sono, a aridez, a distração, o tédio, a tentação, a dúvida e as sombrias previsões do futuro sobem como vagas furiosas e ameaçam submergir tua frágil embarcação. Inquieta, apressas-te em acordar o Mestre que dorme. Lamentas-te repetindo que não amas a Deus, que Jesus dorme devido aos teus pecados, que tua barca vai soçobrar. Confias teus males a quem quiser ouvir-te. Enfim, tanto fazes que Jesus, de bom ou mau grado, acorda para ordenar aos ventos e à tempestade, mas também para dizer-te "Alma de pouca fé, por que duvidaste?" — É que Jesus quer que se creia em seu amor (Jo 4,16). Quando lhe apraz dormir, deve-se deixá-lo repousar e dizer com Santa Teresa do Menino Jesus: "Menino Deus, estás fatigado, porquanto poucos são os corações que te oferecem hospitalidade: repousa, pois, no meu. Dorme, meu Jesus; durante teu sono, cantarei um cântico de amor!" Saibas, pois, para tua consolação, que não existe e jamais existirá uma alma, por mais fervorosa que seja, que não sinta impressões semelhantes àquelas que fazem o teu tormento. Há almas boníssimas nas quais essas provações duram anos e anos, em outras dura toda a vida e em outras enfim desaparecem em pouco tempo. — Oh! como as almas conhecem pouco seus verdadeiros interesses! Se elas deixassem Jesus absolutamente livre de fazer nelas sua vontade, aliás sempre boa, avançariam a passos de gigante na perfeição. Elas querem, porém, controlar a ação do divino Artista. Querem ter suas garantias e, mais ainda, querem gozar de Jesus. Elas consentem em amá-lo, contanto que esse amor lhes proporcione, desde já, uma satisfação. Querem servir a Jesus; desejam, porém, que ele as sirva por sua vez. — Longe de ti, minha alma, semelhante pretensão! Jesus tem sido excessivamente bom para contigo: Não tem ele o direito de exigir de ti confiança na sua amizade? Vives aqui no mundo nas sombras da fé; podes, pois, exigir as claridades da visão? Que mérito há se amas a Jesus presente cumulando-te de carícias? Que glória lhe dás se te apegas a ele, atraída pelas suas bondades e suas doçuras? Assim, até os próprios pagãos são suscetíveis de amar. Sê forte e magnânimo. Não és um mercenário. Consagraste teu amor a Jesus porque ele é imensamente digno. É nas obscuridades, nas distrações, nas penas interiores, nas ausências aparentes de Jesus, que lhe podes dar provas de teu amor. Aviva, pois, a tua fé e lembra-te que ele disse que ninguém te arrancará de suas divinas mãos. Lembra-te que ele se interessa por ti mais que por todo o universo material; que ele tem os ouvidos atentos quando murmuras um ato de abandono, que seu Coração estremece de felicidade quando lhe fazes um sacrifício. — Oh! como és amada. És o filho da casa, exilado, porém. Lá em cima, um Pai e uma Mãe seguem todos os teus passos com solicitude, irmãos e irmãs contam já os dias que te separam ainda do doce e eterno encontro. Ó Jesus! será verdade que lá em cima, no céu, se interessam pela minha vida tão insignificante e monótona; que os anjos e os santos esqueçam, de algum modo, o amor tão puro que vos dedicam para não prestar atenção senão ao balbuciar do meu pobre coração esforçando-se por amar? Será verdade que eles invejam, por assim dizer, a minha sorte, esses santos que tanto quiseram sofrer por Jesus, o que agora não lhes é possível, enquanto que eu posso ainda trabalhar por Jesus e sofrer por ele? Pensa, pois, minha alma, como Jesus deve amar-te e como o céu há de inclinar-se para ti com respeito e reconhecimento! — Oh! Não quero mais afligir-me, nem entregar-me à dúvida, nem ao pesar, pensando que a vida é bem longa, o caminho obscuro e a pátria longínqua. Sou o filho de família impacientemente esperado lá em cima, ardentemente querido, protegido com solicitude por uma terna Mãe e por Jesus, o amigo fiel, meu irmão predileto..

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