Niagara University, Lewiston - Friends of Sion apresenta Leituras do Domingo I Domingo da Quaresma Bom dia a todos! Bom domingo e bom período de Quaresma. Começamos hoje o I Domingo de Quaresma. Acabamos de celebrar há alguns dias, o nascimento e também a apresentação de Jesus no Templo. E agora começamos a celebrar este período de Quaresma, pois dura quarenta dias. E terminaremos com o sofrimento, morte e ressurreição de Jesus. Às vezes, perdemos o aspecto da ressurreição. Nós já vivemos a ressurreição, somos dela filhos e filhas. Os textos que vamos ler hoje: primeiramente Dt 26, 4-10; depois temos o Salmo 90 (91, dependendo da edição). Depois temos a Carta de Paulo aos Romanos, cap.10 e o Evangelho de Lucas 4, 1-13. Acredito que seja conveniente partir deste princípio: é um tempo de oração e meditação. Um tempo sobretudo de compreender a maravilha de um Deus que se faz homem, por meio da encarnação. E por isto, ele passa pela realidade humana, pelo sofrimento e pela morte, e depois temos a ressurreição, o túmulo vazio. E é este evento que tornará plena a vida e fé daqueles que seguiam Jesus. E somos filhos e filhas desta tradição que será constituída por este evento da morte e ressurreição. Na 1ª Leitura (Dt. 26) Moisés diz ao povo como se apresentar ao Senhor no altar e fazer a apresentação das premissas, as colheitas feitas durante o ano. É muito interessante. Vejamos o que ele diz: "...colocá-las-á diante do altar do Senhor, teu Deus. ‘Meu pai era um arameu errante, que desceu ao Egipto com poucas pessoas, e aí viveu como estrangeiro, até se tornar uma nação grande" E depois veremos uma dificuldade, mas Deus olhará nossa miséria e nos libertará dela. E ele: "Conduziu-nos a este lugar e deu-nos esta terra, uma terra onde corre leite e mel." Aqui é importante guardar esta ideia: nós vamos em direção a Deus e contaremos nossa própria história. Não que Deus precise ser lembrado de nossa história, mas nós que precisamos contar diante de Deus a história de onde viemos. E esta história é construída pelo próprio Deus. É Ele que esteve conosco desde quando éramos imigrantes. Depois que fomos ao Egito é Deus que nos trouxe de volta. Mas também foi ele quem nos enviou para lá e, depois, nos libertou do Egito. O Salmo canta esta confiança absoluta em Deus: "Tu que habitas sob a proteção do Altíssimo e moras à sombra do Omnipotente... «Sois o meu refúgio e a minha cidadela: meu Deus, em Vós confio». E termina assim: "Porque em Mim confiou, hei-de salvá-lo; hei-de protegê-lo, pois conheceu o meu nome. Quando Me invocar, hei-de atendê-lo, estarei com ele na tribulação" Bem, esta teologia profunda de um Deus que salva já é muito presente. O Deus que faz sair do Egito, agora é salmodiado. O Salmo não é uma teologia feita da noite pro dia. O Salmo é uma teologia baseada na vivência de fé do povo, de onde vem a confiança absoluta de que é Deus quem dirige a história e leva seu povo, o qual está sempre seguro nos braços de Deus. A 2ª leitura é de Romanos 10, 8-13. Os capítulos entre 9-10 são capítulos muito importantes para mostrar o valor, importância e centralidade de Israel na história da salvação. E aqui temos somente um pedaço que trabalha esta questão:"Irmãos: O que diz a Escritura?" O seu discurso começa a partir das Escrituras. E, segundo Paulo: «A Palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração» Ele retoma Dt. 30,14, onde diz que não há necessidade de procurar em outro lugar, nos céus, etc. A Palavra está presente dentro da comunidade e é a comunidade que deve prescrutá-la e descobrir o que Deus pede por meio dela. O que Paulo propõe é que este evento atual, o Cristo Ressuscitado, é um evento que se encontra na Palavra. E ele continua, dizendo: «Todo aquele que acreditar no Senhor não será confundido». (citação de Ex. 28) "Não há diferença entre judeu e grego: todos têm o mesmo Senhor, rico para com todos os que O invocam." Paulo propõe o Deus de Israel para as Nações, a gentilidade, por meio de Jesus Ressuscitado. O que ele diz é que este Deus que as pessoas achavam que fosse o Deus de Israel: na verdade não. Ele é O Deus. Não há outro. Os judeus e os pagãos mantêm-se como duas realidades, mas a unicidade de Deus é universal. O Evangelho proposto é de Lucas 4,1-13. Este é um capítulo já um tanto conhecido. Todos os anos vemos a mesma história. Marcos trabalha com mais detalhes. E Lucas fala, então, sobre o começo do ministério de Jesus: "Naquele tempo, depois de seu batismo..." ou seja, quando Jesus começa a se revelar, "Jesus, cheio do Espírito Santo, é conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo por 40 dias" No fundo, o texto quer propor uma releitura do passado. Pois vemos que Moisés apresenta ao povo o dom da Torah que preenche toda a realidade de Deus. E agora Jesus passa por esta realidade. Primeiro temos 40 dias: uma relação direta aos 40 anos no deserto. E também ele foi tentado pelo diabo no deserto. E ele toma toma consigo as Nações. E ele mostra como vencer o deserto, o deserto da existência, a descoberta de Deus. O diabo fala com ele sobre a fome, pois naturalmente, depois de 40 dias, tem-se fome. E a resposta de Jesus é: "O homem não vive somente de pão". E Jesus utiliza da Palavra para responder. Ou seja, é uma questão envolvendo as Escrituras. Depois há uma outra proposta: "Darei-te tudo o que quiseres, se prostrardes diante de mim". E, mais uma vez, Jesus responde citando as Escrituras: «Está escrito: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto’». Mais uma vez, Jesus responde por meio das Escrituras. Numa outra citação, ele diz: "Não tentarás o Senhor teu Deus". Neste momento, a questão termina desta forma: "tendo terminado toda a espécie de tentação..." Ou seja, a argumentação de que o elemento Jesus não representa uma fidelidade à Palavra é superada. "O Diabo retirou-se da presença de Jesus, até certo tempo." Esta é a conclusão do texto. Estamos diante de uma realidade muito didática e a pedagogia aplicada é muito inteligente: mostrar que o contexto que estamos celebrando na Quaresma tem base nas Escrituras. Paulo diz: "A palavra está perto de ti, na tua boca" e Jesus responde por meio da Palavra. Então, é preciso conhecê-la para responder. Nu fundo, trata-se de um convite. É o que diz a tradição rabínica: "Darsheni" (busca-me!). Na verdade, estamos num período muito privilegiado, onde a Igreja nos sugere textos muito importantes, para que possamos buscar a Palavra Nela mesma. Então, eu desejo a cada um e cada uma um tempo quaresmal muito rico, um bom dia e bom domingo! Obrigado! Inscreva-se no nosso canal! Legendas: Fr. Joel Moreira, NDS..
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Castanhal:
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