Blog Exame De Ordem Provas Passadas

University at Buffalo - Eu gostaria de convidá-lo John Klensin, bem-vindo ao Brasil para a primeira palestra, bem-vindo e agora nós escutaremos ao que você tem a dizer. Muito obrigado pela apresentação. Meu histórico é confuso espero que menos confuso para vocês em português do que foi para mim em inglês. Mas fico contente em seguir adiante Inovação na Internet não é exatamente a minha área principal. Eu venho trabalhando nos últimos anos primordialmente em áreas de internacionalização e em nomeações e identificadores mas eu achei que seria mais conveniente estar nesse encontro do que em outros então eu simplesmente falarei sobre inovação. Ao conversar com outras pessoas ontem eu percebi que o quê eu tinha a dizer provavelmente não era exatamente o que vocês esperavam ouvir. Então - como pano de fundo - existem duas palestras padrão sobre inovação. Eu não estarei lhes proferindo nenhuma das duas mas ambas merecem menção. E merecem ser mencionadas com o objetivo de estabelecer um contexto. Portanto eu reduzi estas duas palestras para somente um slide cada A primeira é sobre a inovação que independente de autorização a maior parte das comunicações de rede históricas antes da Internet foram centralmente controladas geralmente inteligentes – este é um termo técnico. No ramo da telefonia, pelo menos as novas aplicações tinham que fazer parte das ordenações de computação da rede e as novas aplicações podiam interferir com as mais antigas. E isso significava que as novas aplicações deviam ser testadas cuidadosamente examinadas e especialmente autorizadas antes que estas pudessem ser utilizadas na rede. E o sistema de telefonia é o exemplo clássico deste tipo de situação. Isto é dito ao se compreender que os telefones pelo menos naquela época em que estas discussões estavam se iniciando tendiam a serem instrumentos muito burros. A Internet inverte esse modelo. Nós temos uma rede burra que possui terminais e pontos finais de conexão inteligentes. A rede não sabe o que está carregando e este é um ponto ao qual retornaremos. Novas aplicações demandam suporte somente nos pontos finais de conexão relevantes não no meio ou em locais que não visam utilizá-las. E a rede também assume roteamento a nível de pacote o que é uma conversa totalmente diferente. A outra discussão sob inovação tem a ver com a instalação de caixas inteligentes na rede e o que fazer quanto a elas. Elas violam a pressuposição da rede burra sobre a qual eu acabei de falar. Elas de fato permitem algumas coisas que a rede não pode suportar algumas destas são coisas nós desejaríamos que não pudessem ser suportadas. Elas permitem cobranças diferenciadas - ou cobrar diferentes taxas- por diferentes aplicações e tipos de trânsito. Eu mencionei em uma conversa hoje mais cedo que no ambiente telefônico várias das companhias de telefonia e postagem nos anos setenta decidiram começar a cobrar valores diferentes entre fax e telefones porque era possível transmitir mais informação em um minuto de transmissão de fax do que em um minuto de transmissão de voz portanto eles acharam que deveria ser possível cobrar pelo fluxo de informações ou pelo conteúdo ao invés do tempo. E isso era algo que nós - a Internet – queríamos evitar por muitas razões. Estas caixas inteligentes também criam alguns modelos de negócio interessantes novamente, parte de uma palestra diferente e para aqueles de vocês que se preocupam com o IPv6 o processo de transição do IPv6 tornou-se parte do problema. Então, agora eu vou prosseguir para a palestra que eu achei que daria sobre a Internet e Inovação e a importância das questões de sequenciamento do timing e da implantação para que se consiga de fato lançar inovações. Há sempre uma pergunta fundamental sobre o que queremos dizer com inovação nesse ambiente. Existe uma pergunta sobre se estamos falando da invenção de algo novo ou se estamos falando de melhorias incrementais. O Dr. David Clark deu uma palestra no MIT alguns anos atrás quando ele mencionou que na física quando as pessoas realizam novos e importantes desenvolvimentos elas tendem a afirmar que estes são consequência de terem se apoiado sobre os ombros dos gigantes do passado. E Clark observou – comentário com o qual muitos de nós nos identificamos – que em algumas áreas da ciência da computação e de networking nós tendemos a buscar os gigantes encontrá-los e pisotear seus pés não apoiarmo-nos sob seus ombros. Então uma das perguntas importantes é: quanto tempo as coisas levam? E eu vou passar algum tempo esta noite falando sobre alguns exemplos sobre quanto tempo algumas coisas levam antes que nós possamos razoavelmente ponderar sobre as inovações que aconteceram ou colocando quanto tempo leva depois que tudo está em seu devido lugar antes de que as inovações aconteçam. Desenvolvimento e implantação tendem a depender de alguns fatores decisivos ímpares vou mencionar alguns dos mais ímpares hoje. E o meu primeiro exemplo será quando a rede em si foi uma inovação e porque a rede foi uma inovação naquele tempo. Uma das coisas que nós temos aprendido repetidamente é que a ocorrência da inovação ou implantação da inovação é muito mais fácil quando se está preenchendo um vácuo - algo que nunca esteve presente antes - do que quando se está tentando melhorar ambientes pré-existentes de maneira forçadamente incompatível. Algumas vezes é importante estabelecer as diferenças entre estes dois casos até que seja possível entender o que esta acontecendo e, como eu disse, nós estaremos analisando alguns exemplos. Então, o primeiro exemplo é a inovação da invenção da rede ou do que nós agora chamamos de rede. A grande maioria das ideias fundamentais estavam em um documento que Vannevar Bush publicou em 1945. Ao dar uma olhada nessa sala eu diria que a maioria de vocês era muito jovem nessa época. Eu era muito jovem nessa época. Nós não tínhamos redes. Os computadores que tínhamos eram insuficientes para realizar o trabalho e muito grandes. Não muito grandes em capacidade de processamento mas grandes em termos de espaço que ocupavam. Mas ainda assim as ideias estão nesse documento. As ideias fundamentais para o mark up genérico veio do trabalho realizado por Tunnicliffe e um pouco mais tarde por Goldfarb ao redor de 1969, 67, 68, 69. Eles realizaram o trabalho que conduziu diretamente a SGML e HTML como um dialeto SGML - se isso torna esse trabalho uma invenção ou não depende de quem você é e o que se está tentando provar. Nelson & Engelbart surgiram e fizeram algum trabalho sobre hipertextos. Nelson trabalhou na Universidade de Brown em 1969 tempo em que o hipertexto era inserido à caneta (pen input). Os lightpens em si datam dos computadores Whirlwind - que é uma daquelas coisas bem primordiais mesmo antes do meu tempo por volta de 1955. O grupo de Engelbart para o Instituto de Pesquisa de Stanford foi responsável por um sistema que inicialmente foi chamado de NLS e posteriormente nomeado Augment que foi fundamental para o desenvolvimento da ARPANET e grande parte de suas documentações iniciais e também por alguns aparelhos sobre os quais talvez vocês já tenham ouvido falar dentre os quais está o MICE. O GUI – Interfaces Gráficas de Usuários (Graphical Users Interfaces) datam de muito antes os melhoramentos foram realizados no grupo de Engelbart mas os desenvolvimentos em si aconteceram provavelmente 15 anos antes. As publicações sobre o hipertexto que são separadas do trabalho de Angelbart & Nelson e estas outras linhas de trabalho ocorreram ao redor de 1988. Existe uma publicação importante do MIT de 1988 sobre o texto e hipertexto e contexto e esta publicação nem mesmo menciona o trabalho que estava sendo feito na Internet naquele momento. Portanto diante deste pano de fundo nós vamos retornar a 1945. A Internet foi inventada em 1990. E isto é parte do que eu quero dizer quando menciono estas longas cadeias de desenvolvimento que desembocam em um avanço explosivo ou em que o avanço acabe ocorrendo posteriormente. E este não é o único exemplo. Então o que aconteceu em 1990 que acabou por causar a implantação da Web enquanto que estas tecnologias que a precederam não o foram? E quanto isto tem a ver com a rede em oposição às tecnologias anteriores além de outras coisas que também estavam acontecendo? Uma das coisas que aconteceu no início dos anos 90 é que os modens passaram de V.32bis para V.34 o que elevou a velocidade dos modens para além de 20K, ou algo assim e eu estou falando de bits. E isso tornou possível enviar pacotes através da rede a partir de uma conexão dial-up. Tendo enviado pacotes, 10 anos antes através de conexões dial-up de 240. lhes digo, é uma experiência que não lhes agradaria. Interfaces Gráficas Móveis, novamente a interfaces gráficas começaram em 1970 portanto implantar uma dessas na rede era algo bastante óbvio. Fazê-lo foi um desafio interessante mas a ideia em si era bastante óbvia. E a outra coisa que aconteceu foi que a políticas de uso adequadas que mantinham a todos fora da rede a não ser aqueles que eram sortudos o suficiente começaram a colapsar. Isso começou no final dos anos 80 até a primeira metade dos anos 90. Então a rede se organizou não como uma consequência do fato da rede ser importante como inovação e invenção em 1990 mas por que na época em que aquela versão da inovação surgiu nós tínhamos a infraestrutura dos modens, nós ínhamos a infraestrutura de TUI, nos tínhamos a estrutura de computadores, nós tínhamos a disponibilidade de rede a populações maiores E nós realmente podíamos fazê-lo. Existe um exemplo semelhante com o correio eletrônico. Em 1989 havia uma pressão considerável sobre a IETF em prol da padronização e da permissão para mensagens que não possuíssem o idioma Inglês como conteúdo chave. Bastante importante em Portugal mas muito mais importante na Rússia, China e Japão. Os padrões básicos de correio eletrônico não continham nenhuma especificação no que se refere ao conteúdo das mensagens - e essa é a condição-vácuo. Nesse mundo a requisição por multimídia que tanto vemos hoje em dia surgiu bem cedo, e acabou por dominar as discussões, mas a requisição por multi-línguas, a requisição por roteiros múltiplos sempre esteve presente. Os padrões foram publicados na segunda metade de 1992. Antes do final de 1992 já havia provavelmente duas dúzias de implantações e muitas mensagens sendo transmitidas em conformidade com o padrão. Uma implantação realmente muito rápida. E então a pergunta passa a ser: por que tão rápido? Especialmente quando comparamos essa rapidez com os 30 anos para a rede ou os 50 anos para rede - dependendo de como se contabiliza. Bom, existia uma demanda muito grande. Como eu mencionei anteriormente não havia um mecanismo previamente implantado, havia um mecanismo em japonês, mas o que era transmitido não fazia o menor sentido a não ser que se soubesse que estava em japonês, se soubesse como foi codificado e somente se o usuário pudesse ler japonês. Não foi necessário realizar nenhuma modificação na infraestrutura nem mesmo no ambiente de transporte para o correio. E modificações para o agente do correio a ser recebido - a pessoa que estava tentando ler a mensagem - eram opcionais. Era difícil ler o conteúdo a não ser que se tivesse processos muito atualizados, mas encontrou-se maneiras de contornar esse problema e as transições necessárias ocorreram. Então não aconteceram situações nas quais “ou todos realizam as conversões ou nada feito” - quando estas condições estão presentes as coisas ficam muito difíceis. Elas eram difíceis quando nós ligamos a Internet, mas naquele estágio o ambiente de rede era pequeno e havia alguém que estava autorizado a dizer: “Se você não converter para os padrões determinados até a seguinte data você estará fora da rede”. Ninguém pode fazer isso hoje em dia. E todos aqueles que estão lidando com a governança da Internet devem entender as vantagens de se poder determinar datas limites como estas - às quais recorrer ocasionalmente - e poder determinar quem poderia impor-las. A resposta é: quaisquer que sejam as vantagens hoje em dia você pode esquecer essa possibilidade. E isto é algo bom, provavelmente. Nós fizemos algumas modificações de transporte no ambiente de correio eletrônico e o fizemos ao mesmo tempo - desenvolvidas simultaneamente. Mas o ambiente de transporte era sensível porque o correio eletrônico pode ir de host, a host, a host ao redor da rede - aros múltiplos - e para que estas características entendidas fossem utilizadas cada uma delas teve que ser atualizada. Então as características estendidas acabaram não sendo muito importantes, de forma geral. Propagaram-se muito lentamente - está funcionado - mas este ambiente estendido ainda não está completamente implantado 22 anos depois. Muitas maquinas embutidas enviando mensagens ainda estão utilizando o material de 30 anos atrás. Próximo exemplo, sobre o qual alguns de vocês estão cientes: nomes de domínio internacionalizados. A inovação pretendida veio à tona e utilizava conjuntos de caracteres locais, nada de tagging, não inter operava entre amigos, acabou incorrendo em algumas ineficiências de design no DNS, envolveu alguns problemas de comparações desagradáveis para os caracteres que não fossem baseados no alfabeto latino e criou para os "caras maus" por aí algumas oportunidades de ataque. Para além desses pequenos problemas foi um sucesso estrondoso. A segunda tentativa foi um esforço do IETF que desistiu de virtualmente tudo que os primeiros times de pessoas já haviam tentado - a não ser a ideia de conseguir nomes de domínio internacionalizados. A idéia era codificar tudo para formas compatíveis com um formato ASCII de maneira que as coisas que funcionassem em ASCII continuassem a funcionar. E de maneira que todas as aplicações que não tinham sido atualizadas não se tornassem um obstáculo. Não envolve nenhuma mudança no DNS - e esse é outro grande problema de implantação sobre o qual eu falarei um pouco mais tarde - e devido à maneira como a coisa funcionava foi possível ter a transição para aplicações de deslizamento ao invés de novamente ter converter uma aplicação de uma única vez para poder lidar com questões da internacionalização. E nessas situações é importante entender qual é o pior caso - porque o pior caso acaba sendo no que se refere à implantação. Então, se São Paulo é um rótulo DNS “xn—sopaulo-xwa” também o é. Não se quer nem olhar para isso; não se quer comunicar isso para seus amigos e eu não quero nem ter que ler isso em voz alta nunca mais Mas é melhor do que estar em uma situação em que caso o software não saiba o que fazer sobre a informação e acabe dizendo: “me desculpe, mas eu não faço a mínima ideia do que fazer”. Dependendo do seu sistema operacional “me desculpe, mas eu não faço a mínima ideia do que fazer” se soletra “perdeu!” ou a tela simplesmente fica azul ou surge alguma outra mensagem lhe informando que você não conseguirá fazer mais nada de útil naquele dia. Um método que demande conversão - antes dos fios caracteres nativos atuais, antes de passar a DNS e reconverter na saída - é muito dolorido, mas funciona e neste sentido é como a MIME, um pouco de dor, mas funciona e não requer conversões conflituosas da Internet inteira - o que por sua vez é lento e difícil. Então a implantação foi muito rápida no segundo nível e abaixo do segundo nível - para domínios que realmente queriam e precisavam dessa ação, e estamos falando basicamente das pessoas com roteiros não-latinos, especialmente roteiros não-latinos não-europeus. Isto se tornou especialmente importante uma vez que foi ampla e rapidamente implantado em lugares onde existe muito pouca utilidade para roteiros latinos. Existem muitas estórias engraçadas sobre isso, mas essa conversa fica para outro dia. Ou em situações nas quais a identidade nacional com o idioma e como este é escrito corretamente é tão forte que chega a superar obstáculos técnicos. E existe um número significativo de países onde essa questão se tornou importante. Novamente, assim como com o MIME não havia um mecanismo prévio que funcionasse - havia um mecanismo prévio nesse caso, mas o fato é que simplesmente não funcionava. E não foi necessária nenhuma modificação no DNS - nós não tivemos que começar a instalar servidores e resolvedores da Internet. Próximo exemplo, bem mais recente. Começamos a nos preocupar com endereços de correio eletrônico. Há um argumento que é muito valido que diz que nós não deveríamos ter que nos preocupar com endereços de correio eletrônico, que toda essa questão é uma questão de vaidade e que nós deveríamos manter os formatos ASCII. Mas as pessoas querem endereços eletrônicos em seus roteiros nativos - especialmente quando estes roteiros são muito diferentes dos roteiros latinos. Então para quem não está familiarizado com a tecnologia de que estou falando quando falamos de endereços de correio eletrônico estamos falando de uma parte local Essas partes parecem ter aparências semelhantes, mas as regras para cada uma delas são completamente diferentes - e são completamente diferentes por razões fundamentais envolvendo o design dos protocolos de correio eletrônico sobre como as coisas funcionam. E necessariamente as coisas têm que funcionar desta forma, tivemos muitas experiências péssimas tentando fazer as coisas diferente. E por causa de algumas dessas diferenças não é possível codificar a parte local da forma com a qual o IDNA é codificado - você tem que transmiti-lo na forma de algum tipo de caracteres nativos. Então nós voltamos atrás e utilizamos um mecanismo de extensão SMTP de vinte anos antes. Mecanismo este que como eu havia mencionado antes não tinha sido muito utilizado - exceto para casos que talvez nem mereçam a menção. É chamado SMTPUTF8 para o caso de você, em algum momento, ouvir esse nome. E há três casos importantes. Há o caso inteiramente ASCII: a parte local ASCII com um nome de domínio não-ASCCI - e nós já ouvimos falar muito desse caso no IDS. Parte local não-ASCII tanto com domínios ASCII ou não-ASCII. Então como eu comecei a mencionar anteriormente existem algumas perguntas fundamentais sobre o porquê você não deveria se preocupar em tentar fazer isso - estas perguntas ficam ainda mais intensas quando você passa a compreender os problemas. E dado o fato que nós tivemos, desde que o trabalho do MIME, uma maneira de escrever a frase de domínio do nome pessoal em qualquer roteiro que você deseje - então essa questão é estritamente sobre a parte do endereço. Então, como eu mencionei anteriormente existem três casos muito importantes e diferentes, que eu analisarei, um de cada vez. O primeiro é o caso do ASCII duplo, tanto o nome local quanto a parte do domínio. O segundo e o terceiro são casos um pouco mais complicados. Então, no primeiro caso você precisa do MIME porque o efeito colateral do MIME especifica a maneira de se lidar com não-ASCII, com nomes pessoais não-ASCII. Ter o MUA (Mail User Agent) em ambos os pontos finais é provavelmente uma boa ideia, mas existem maneiras de se contornar isso. As pessoas se acostumam a essa linguagem sem nexo ou as pessoas codificam. E isto tem estado em uso comum desde 1992. No segundo caso é necessário ter suporte de raiz IDNA pelo menos no ponto final do Mail User Agent de envio. Porque se você não tiver esse elemento presente o Mail User Agent de envio olha para aquele endereço com um domínio não-ASCII e diz: “Isso não é um endereço válido” e se recusa a enviar essa mensagem. Precisa de - como o NIC sem dúvida nenhuma já descobriu - registros de domínio atualizados caso contrário não se consegue nem enviar DNS. Mas isto tem estado disponível em diversos lugares desde ao redor de 2004, o formato codificado, o formato ace, o formato assim chamada de punnycode - que vai no cabo. Na verdade não temos problemas reais. E o caso final é quando se tem uma parte não-ASCII da parte local, uma corda não-ASCII na parte local. E este é um grande problema. É um grande problema por que até três anos atrás todos os programas que lidavam com o correio eletrônico na Internet estavam convencidos que se fosse uma corda não-ASCII na parte local isso correspondia a um endereço não válido ou a um ato criminoso do qual era necessário se livrar. Uma tentativa de cometer um ato criminoso. Então os padrões foram finalmente completados em – após períodos de experimentação, anos de discussões e argumentações – em 2012, 2013 e tem havido muito pouca produção em termos de implantação se contarmos por número de países. E o motivo é por que passar essas cordas não-ASCII demanda que todos esses programas de correio eletrônico que já vêm em funcionamento há certamente 30 anos - quando nem existia algo chamado parte local não-ASCII - tenham que ser atualizados para que possam compreender o que fazer com estas informações. E tem que ser atualizados para entender que quando chega uma solicitação Dizendo: “Nós estamos prestes a te mandar uma desse tipo” e daí o mecanismo tem que dizer: “Sim”. Nós tínhamos o mecanismo de extensão, mas se o mecanismo de extensão não estivesse presente nada disso teria remédio. Mas o fato é que esse mecanismo de extensões existe há mais de 20 anos e não tinha sido utilizado para essa finalidade. Então com a extensão estes programas de gerenciamento de correio eletrônico sabem o que fazer com esses endereços não-ASCII - os antigos programas os rejeitam por erros de sintaxe, mas os novos já conseguem lidar com isso. Como eu disse, não é possível realmente codificar a parte local - mas isso é outra longa discussão e uma questão técnica. Sendo assim eu tenho andado preocupado sobre a questão da Internacionalização porque isso afeta você e afeta o destino da Internet. Uma observação sobre as trocas. Quanto mais se internacionalizar mais alcançaremos maior acessibilidade à Internet para as pessoas cujo roteiro nativo não se baseia em latim, especialmente as pessoas cuja língua materna – a primeira língua - não seja o inglês. Porém, ao mesmo tempo, teremos mais fragmentação. Facilitar a comunicação dentro de Portugal torna mais difícil a comunicação entre Portugal e todos os outros lugares. Facilitar as comunicações dentro da China torna mais difícil a comunicação entre China e todas as outras pessoas. A maioria de vocês fala pelo menos um pouco de inglês e naturalmente escrevem utilizando o alfabeto latino - os chineses falam menos inglês e não utilizam o alfabeto latino. Mas o pesadelo é localizar as coisas de modo que os chineses estejam se comunicando inteiramente em chinês com endereços chineses enquanto os árabes estejam se comunicando inteiramente em árabe usando endereços árabes e eles simplesmente não podem falar uns com os outros. Caso vejam o endereço eletrônico um do outro não poderão lê-lo nem muito menos digitá-lo - esta é uma das coisas que nós continuamos esquecendo sobre a Internet e a inovação na Internet – que tudo acaba sendo sobre trocas. Algumas coisas melhoram, algumas coisas pioram - é importante pensar sobre essas questões de forma a tomarmos decisões racionais. A internacionalização tem a vantagem de permitir a existência de um volume maior de conteúdo local e mais comunicação local. A tradução é possível a não ser que se encontre barreiras de protocolo e a situação dos endereços de correio eletrônico pode vir a ser uma barreira de protocolo. Encontramos uma versão diferente do mesmo problema no caso da rede - se temos uma rede interconectada – computadores burros, computadores não muito inteligentes em termos de linguagem, mnemônicos, siglas e códigos, e maneiras de se comunicar sobre essas coisas, não se prestam bem a tradução. Uma das coisas que eu quase posso descobrir da maneira mais difícil, muito precocemente sobre esse trabalho sobre domínios de nível superior, é que se considere que COM é uma palavra - como uma abreviação para "commercial", ou que se pense que BUS é uma palavra como uma abreviação para "business". Lembre-se que existem idiomas onde estas palavras têm o mesmo sentido, e se você acredita que estas distinções são importante, você tem um problema grande nas mãos. Talvez quase pudéssemos conseguir fazê-lo – a custas de algum esforço - mas acho que poderíamos evitar essa bala. Diferentemente de todas as outras balas. E particularmente quando nós temos coisas que chamamos de elementos de protocolo - as coisas que são utilizadas dentro dos protocolos para que sejam capazes de falar uns com os outros - a internacionalização passa a soar como uma má idéia mesmo que as pessoas desejem realizá-la. Então, retornando ao exemplo do e-mail. Quando é provável que vejamos a implantação ampla do correio eletrônico internacionalizado? Lembrem-se isso não é uma ação para preencher um vácuo uma vez que o correio eletrônico não internacionalizado funciona. Conteúdo de correio eletrônico internacionalizado funciona. Então, eu não possuo uma bola de cristal e a última que eu tive não funcionava muito bem e eu me livrei dela. Mas ter uma inovação que tem que ser suportada através de toda a rota da Internet caso contrário essa inovação falhará não é um bom modelo de trabalho. Nesse caso em especial todos os outros modelos de trabalho eram piores, mas este ainda não é um bom modelo de trabalho. Quando nós temos comunidades específicas que se comunicam com idiomas nacionais em particular e que precisam se comunicar dentro destas mesmas comunidades esse modelo está sendo implantado rapidamente e funcionando muito bem. Nesse momento podemos traduzir o que acabei de dizer em: China. E China, e opa! China. Esta é a lista longa. Existe alguma atividade na Tailândia, há um pouco de atividade na Rússia - sem implantações sérias ainda. Temos discussões, mas não atividades concretas - até onde sei - nos países árabes. E é tudo que temos até agora. Desculpem-me, a Ucrânia assim como a Rússia. Talvez a Ucrânia esteja na frente da Rússia. Entre comunidades, os chineses tentando se comunicar com os árabes, nós vamos continuar utilizando os formatos ASCII por ainda muito tempo por causa dessas limitações que têm pelo menos tanto a ver com pessoas quanto com protocolos. Nós não podemos nos esquecer que nós estamos tentando servir pessoas no final desse processo. E isso significa que a maior parte das pessoas que se corresponde internacionalmente ou irá permanecer com endereços ASCII ou as pessoas terão que manter dois endereços por muito tempo, um em ASCII e outro em seu roteiro nativo. E elas terão que gerenciar essas coisas e gerenciar caixas de correio e pseudônimos com essas coisas - o que talvez não venham a ser muito fácil. Nós não sabemos. Coisas referentes a interfaces de usuário são caracterizáveis como pesquisa - não são protocolos da Internet. Então, por que eu não pude resistir eu trouxe mais um exemplo. Nós temos esse bichinho de estimação que nós chamamos de sistema de nomes de domínio. Este sistema foi projetado para lidar com um conjunto muito específico de nomes para endereços e nomes para outros tipos de mapeamento de objetos de rede. A singularidade era muito importante. Nos primórdios nós controlávamos a alocação de forma que não fosse possível possuir dois nomes de domínio com o mesmo recurso. E isso era considerado importante. Mas nós temos utilizado nomes de domínio em um ambiente comercial mais ou menos deste que começamos a promover a rede publicamente e as pessoas pensaram que essa seria uma boa ideia. E quando chega algo novo que requer o uso da base de dados global a resposta é sempre o uso de DNS. Porque está lá. Às vezes essa é uma boa resposta, às vezes é uma má resposta, mas é quase sempre essa a resposta. E DNS não é muito apropriado para algumas dessas coisas. Possui uma hierarquia rígida que foi projetada para a profundidade. Faz algumas coisas muito mal, não lida com pseudônimos muito bem. Então o problema é que isso faz com que os pseudônimos nos surpreendam e isso causa um comprometimento na segurança. E algumas dessas mudanças podem enfraquecer a função básica do DNS. Nós não sabemos como consertá-la, nós sabemos como continuar a remendá-la, mas cada vez que o fazemos tornamos as coisas um pouco piores. Existe somente uma única solução: substituir o protocolo de DNS. Esta não seria exatamente uma grande inovação - basicamente nós sabemos como fazê-lo. O novo modelo provavelmente suportaria melhor os pseudônimos e isso acabou se revelando importante. Um modelo de distribuição de dados melhor: não teríamos mais discussões sobre os 13 servidores raiz e suas sombras. Também seria uma melhor maneira de lidarmos com caracteres não-ASCII do que codificar e decodificar clutch mesmo que não consigamos lidar com isso de forma muito melhor devido aos caracteres e não devido ao DNS – ou o seu sucessor. Melhores maneiras de lidarmos com dados voláteis ou localizados, o DNS foi projetado para uma sincronização muito lenta. Pessoas entrando no processo e querendo que as coisas mudem em unidades de segundo são uma ameaça à estabilidade do DNS, mesmo que eles saibam como fazer isso funcionar. E como um subproduto caso nos estivéssemos re-projetando isso hoje em dia nós o re-projetaríamos sem uma hierarquia de raiz única o que demandaria discussões sobre quem deve fazer o quê na raiz. Esta é a solução para a pergunta de transição e nós não estamos melhorando em termos de solucionar essas discussões. Novamente, soluções dos problemas de governança da rede assim como muitas outras coisas que circulam em torno delas. Infelizmente, como eu disse mesmo que a próxima geração de DNS não seja difícil de projetar, grandes inovações para a Internet, mas não para a teoria de base de dados e outras coisas que estão ao relento. Não é nem mesmo especialmente difícil de implantar. Chances de implantação são ao redor de zero. Por quê? Bem, inicialmente porque é difícil pensar na transição e como gerenciaríamos isso uma vez que essa ação requer um caminho de atualização para cada servidor e resolvedor DNS no mundo, estou falando do seu computador pessoal. E também temos algumas questões econômicas e políticas globais pessoas estão lucrando com o sistema de nomes de domínio ou esperam lucrar brevemente - e estas pessoas não estão particularmente entusiasmadas sobre algo que minaria seus modelos de negócio. Ou minassem os modelos de escolha, ou os modelos de competição sobre os quais estão baseadas suas premissas sobre como eles vão fazer dinheiro. Então esse é o outro lado, a história da inovação é essa situação em que sabemos como inovar, onde a inovação é importante e nós simplesmente não sabemos como fazê-lo. Não por razões técnicas, mas por razões de implantação. Quanto maior fica a Internet, mais difícil isso se torna. Então, provavelmente isso era impossível há dez anos atrás; a Internet cresceu enormemente e portanto isso é provavelmente ainda mais impossível agora. Eu não sei como vocês mensuram essa impossibilidade. Então caso você tente inovar na Internet você vai querer achar um vácuo a ser preenchido. E nesse sentido as aplicações são muito mais simples do que a infraestrutura porque modismos funcionam e porque existem mais vácuos aí afora. Mas talvez não haja tantos vácuos assim por ai afora. Existem pré-requisitos e impedimentos escondidos. Não sabíamos, quando o trabalho de Engelbart estava acontecendo nos anos 70 que o problema acabaria sendo a ausência de modems que pudessem acomodar velocidades acima de 20K. Nós certamente não antecipamos quando projetamos as extensões SMTP que nós ainda estaríamos lidando, em 2015 com aplicações embutidas herdadas que não foram atualizadas e nunca serão. Existe outro problema que novamente é a questão humana. Quando as pessoas estão acostumadas com algo em particular, mesmo que seja algo ruim - porém tolerável - o que já se sabe é considerado melhor. Aprender algo novo é difícil a não ser que você esteja tão irritado com aquilo que você realmente queira fazer uma mudança para qualquer outra coisa. Portanto, ou o novo sistema tem que ser muito, muito melhor ou o sistema antigo tem que ser muito ruim para se que busque um substituto. Modificar e atualizar todos os hosts da Internet é difícil e vai ficando cada vez mais difícil, pois o host é adicionado mais rapidamente do que é possível atualizá-lo. E existem incentivos econômicos para que não se faça nada. Sempre. Se você não entende estas questões e está tentando implantar uma inovação, a implantação tende a ser dolorosa, lenta e provavelmente mal sucedida. Por outro lado, se você conseguir chutar a bola no ângulo ou caso os seus objetivos sejam implantar algo para fazer muito dinheiro, muito rapidamente antes que as pessoas descubram o que há de errado – e "rapidamente" varia – estas podem ser vantagens ao invés de desafios. Muito obrigado. Obrigado, John Bem vindo, Anupam Antes de mais nada, muito obrigado, Prof. Glaser, e parabéns ao CGi.br pelo seu aniversário de 20 anos. Vinte anos atrás em 1995, eu estava vivo naquele período e a maioria de vocês também estava e eu me recordo da chegada da Internet, a primeira vez que eu recebi a Internet na minha casa foi em 1995. Então foi exatamente este o momento que marca a minha própria história no que se refere as minhas conexões pessoais com a Internet. É uma historia notável que o CGI.br possui, uma historia que se remete ao próprio início da historia da Internet no que se refere a rede estar disponível comercialmente. Os seus professores, os seus líderes têm estado na vanguarda no que se refere a pensar sobre essas questões desde o princípio e é uma honra para mim me dirigir a vocês sobre um dos princípios do CGI.br. Então, eu falarei sobre inovação na sua conexão com o Direito. E muito do que eu direi tem a ver com o que o John mencionou em seus comentários iniciais. O John nos deu um histórico técnico muito importante da Internet, dos protocolos que tornam a rede possível, sobre a rede, os protocolos de correio eletrônico, o sistema de nomes de domínio que fazem com que a Internet opere e permitem que a Internet tenha o poder que possui hoje. O que eu quero fazer é retroceder no tempo para o período ao redor de 1995 e fazer a pergunta: quais foram as coisas que fizeram com que a Internet prosperasse - particularmente nos Estados Unidos - que não foram condições espelhadas ao redor do mundo e que conduziram, eu sugiro, ao sucesso de companhias de Internet, americanas especialmente, como plataformas para o mundo. Ok, então esse é o desafio que eu oferecerei hoje. A propósito você pode me seguir no Twitter e você pode me mandar e-mails com perguntas ou controvérsias e desafios nesse endereço que está aqui. E eu também acho Professor Glaser, obrigada por mencionar o meu livro, você também pode ter acesso ao meu livro, que não esta disponível em Português, mas está prontamente disponível em Inglês. Então a CGI, princípio número 5. Inovação, isto é uma tradução para o Inglês: a governança da Internet deve promover o desenvolvimento contínuo e a ampla disseminação de novas tecnologias e modelos de acesso e de uso. E a minha pergunta para esta noite é: Como uma nação apóia a inovação? E a minha sugestão é: a maneira pela qual eu tentarei responder essa pergunta é com um foco particular no Direito. Aliás esta é uma imagem que eu tomei emprestada do próprio CGI, eu tenho certeza que o Professor Glaser reconhecerá esta imagem. A pergunta em particular que eu gostaria de colocar é a seguinte: o que explica a ascensão do Vale do Silício? Dizem-nos, com muita frequência, que esta é uma coincidência de dinheiro, de capital de risco no Vale do Silício com as instituições de educação do Vale do Silício, particularmente Stanford e a Universidade da Califórnia que estavam presentes nesta região. No entanto educação e dinheiro também coincidem em muitos lugares do mundo. Estes elementos, por exemplo, estão presentes bem aqui, vocês têm – bem, esta é uma cidade bem rica e existem muitas pessoas altamente educadas nesta cidade. Eu gostaria de sugerir dois outros fatores importantes nesta história. Um é a cultura, fator que na verdade eu não discutirei essa noite, mas alternativamente eu gostaria de me focar, como eu já havia mencionado, sobre a questão do Direito. Então, o meu foco não será sobre o tema que vocês suporiam, quando se fala do Direito no que tange a Inovação as pessoas automaticamente assumem que o assunto será sobre a Lei de Patentes. E eu, sugerirei, alternativamente, que o Direito da inovação deve ser encontrada em outro espaço - no que se refere à Internet. E isto se dá porque a Internet é acima de tudo - como ficou evidente com a apresentação do Professor Klensin - um veículo de comunicação e, portanto o Direito que regula a comunicação acaba sendo a principal infraestrutura legal para apoiar a inovação da Internet. Então é este o argumento que eu vou apresentar. Então ao invés de falar sobre o Direito de Patentes eu falarei sobre a responsabilidade civil de intermediários, e falarei brevemente sobre privacidade. E o que eu quero fazer, a forma com a qual eu procederei é a seguinte: Eu começarei falando sobre os Estados Unidos, posteriormente eu passarei ao que fez a União Européia, em um período muito semelhante e após isto eu tratarei do outro lado do mundo, da Coréia do Sul e do Japão, que passaram por implantações técnicas muito avançadas em termos de banda larga muito cedo Então, você me entende, a infraestrutura da internet, os roteadores em termos de hardware e cabeamentos foram construídos muito no início. Eu não falarei sobre a abordagem brasileira vocês já estão bem familiarizados com ela que foi modificada dramaticamente ao longo do último ano, então vocês estão bem familiarizados com esse tema e eu não irei discutir esse assunto hoje à noite, mas nós podemos vir a conversar sobre isso durante a sessão de perguntas e respostas. Comecemos então pelos Estados Unidos. Eu quero sugerir três partes, três pernas de apoio se compararmos a Lei de Infraestrutura da Internet americana a um banquinho. Primeiramente no reino de direitos de propriedade intelectual. Quando muitos de vocês aqui presentes ouvem as palavras DMCA vocês imediatamente se abstêm. Essas palavras representam tudo que é ruim: torna muito difícil apartar coisas e desencriptar ou realizar a engenharia reversa, cria problemas para cientistas da computação e engenheiros. Mas existe outra parte do DMCA que recebe muito menos atenção que é o DMCA Título II. E o que o DMCA Título II fez foi dizer que caso haja alguém que poste alguma coisa no seu sítio da Internet - ou através do seu serviço - e esse conteúdo infrinja os direitos de propriedade intelectual de um terceiro o host não será responsabilizado por essa violação de direito de propriedade intelectual a não ser que o host seja notificado pelo detentor do direito de propriedade intelectual, sob juramento, e após isso se recuse a tirar o conteúdo do ar, apesar de haver sido notificado e haver recebido essa notificação sob juramento. Então esse é o regime de notificação e retirada do ar que o sistema de direitos de propriedade intelectual oferece e que o DMCA Título II implementa. Cria o que se chama de porto seguro para a não ocorrência de violações ao direito de propriedade intelectual e cria esse regime de notificações e retirada do ar, como eu havia mencionado. Então esta seria a primeira perna deste nosso banquinho. A segunda perna do banquinho é algo chamado de Lei da Decência nas Comunicações, Seção 230. Esta é uma provisão muito pequena nesse Estatuto. O grosso desse Estatuto foi na verdade derrubado pela Corte Suprema em uma determinação de 1997, mas a parte do Estatuto que sobreviveu acabou sendo uma chave para o sucesso da Internet nos próximos 20 anos. E isto é: imunidade de responsabilização civil de intermediários no que se refere à difamação e outros atos civis ilícitos. Portanto ambos os Estatutos apresentavam uma compreensão fundamental, estavam baseados em um insight fundamental que era: quando se oferece instrumentos às pessoas a maior parte das pessoas utilizará estes instrumentos para propósitos perfeitamente legais, mas haverá uma pequena fração de pessoas que utilizará estes instrumentos para atividades ilegais. Então a pergunta é se tornamos o fabricante deste instrumento responsável por essas atividades ilegais perpetradas por esses usuários. E ambos os Estatutos disseram não, na maioria das circunstâncias a resposta será não. O terceiro aspecto importante e altamente controverso da lei americana - e todos estes são controversos, eu não pretendo dizer que este é o único tema controverso. Mas o que isso significa é que a lei americana não criou novas leis especiais de privacidade para regular a Internet. Houve um pouco disto, no que diz respeito às crianças, a Lei de Proteção às Crianças no Ambiente Online, mas em geral o que os Estados Unidos fizeram foi reforçar as políticas de privacidade que foram instituídas por empresas. O país as reforçou e criou acordos com empresas como o Google e o Facebook, como por exemplo, 20 anos de auditoria sobre suas práticas de privacidade. Então essa foi a abordagem dos Estados Unidos e eu quero mostrar para vocês a importância dessa ordenação na prática da seguinte maneira - oh, me desculpem. Então, considerem três empresas, Facebook, Amazon e – alguém reconhece esse símbolo? Pinterest. Talvez a metade de vocês possa reconhecer essa empresa, mas provavelmente em alguns anos 60% e a partir daí 70%, na medida em que essas coisas crescem. Então esta primeira é a Amazon com essa carinha sorridente. Então é de se pensar: Como a Amazon pode depender dessa infraestrutura? O seu negócio é somente vender produtos, vender objetos. Eu sei que esta empresa também vende livros eletrônicos além de vender mídia digital cada vez mais, mas fundamentalmente este negócio se baseia em transportar bens materiais sólidos. Então, por que essa empresa precisa daquele marco que eu descrevi anteriormente? Mas, e se pensarmos que o valor intrínseco da Amazon são os comentários que os usuários deixam no sítio da Internet da empresa sobre todos os produtos que vendem? Simplesmente pensem nos danos que estes comentários podem causar. Esses comentários ofertam a todos uma caixa aberta para descrever ou criticar, ridicularizar ou talvez ainda caluniar ou difamar este ou aquele produto e seus fabricantes, seus proprietários. Então essa modalidade fornece uma plataforma de porta aberta para reclamações ou aprovações de um produto em particular. Então, é claro que a Amazon foi processada, pois quando um autor fosse criticado ou atacado então ele diria à Amazon: "Retire o comentário crítico." Ok, essa era a primeira coisa: “Eu estou sendo difamado” diria o autor. E imagine na Amazon um sistema de comentários onde qualquer um que tivesse qualquer coisa negativa postada sobre si pudesse solicitar que aquele comentário fosse removido baseado no argumento de que esses comentários eram difamatórios. Certo? Pois esse seria o produto final dessa possibilidade. Bem, o que a Amazon faria? Bem, preocupada com um processo legal de difamação a empresa removeria o material. Então imagine um sistema de comentários que somente fizesse comentários positivos. Certo? Não é um sistema de comentários muito útil. Essencialmente esse sistema seria reduzido à contagem do número de “Curtidas” que um produto em particular possa vir a ter, certo? Então eu vou lhes demonstrar um caso específico para ilustrar um exemplo desta situação. Então a Amazon foi processada, uma pessoa chamada Jerome Schneider processou a Amazon pelo que ele alegou ser um comentário difamatório. A Amazon se recusou a retirar o comentário do ar e ele processou a Amazon e esse processo acabou nos tribunais. Então nos tribunais a Amazon venceu e venceu por causa da Secção 230 da Lei de Decência nas Comunicações, um caso aberto e encerrado de maneira muito simples. A Amazon não estava escrevendo aquele comentário estava simplesmente republicando e disponibilizando o que outros usuários haviam fornecido. Agora imagine se eles tivessem adotado um regime de notificação e retirada do ar que espelhasse o regime de direito de propriedade intelectual. Ok? Eu sei que os advogados presentes nessa sala estão certamente pensando sobre essa questão. O que a Amazon faria nessa situação? Caso operasse sobre o regime de notificação e retirada do ar. Então a Secção 230, e o que eu vou dizer agora será um pouco técnico-legal, mas essa sessão é diferente da DMCA Título II, que descrevia um regime de notificação e retirada do ar. A secção 230 não requer a retirada do ar de forma alguma mesmo que se tenha sido notificado do alegado mal feito. Ok, mas pense sobre isso: a Amazon é informada pelo Sr. Schneider “Eu estou sendo difamado.” Então o que a Amazon deveria fazer? Agir baseada no regime de notificação e retirada do ar? A empresa diria: "Ok, eu vou retirar do ar, eu fui notificada da difamação." Mas como a Amazon sabe qual é a verdade sobre o Sr. Schneider ou o seu livro? A Amazon não tem nenhuma condição de ser a juíza desta questão. Então em um regime de notificação e retirada do ar a empresa automaticamente retiraria tudo ao ar a não ser as solicitações mais absurdas. Este seria o resultado final, então a consequência do regime de notificação e retirada do ar neste contexto seria exatamente o que eu descrevi anteriormente onde teríamos um sistema de comentários onde somente coisas boas seriam ditas sobre um produto “Este livro foi excelente.” Então esse não seria um sistema muito válido. Portanto o banco de dados do sistema de comentários da Amazon acabou por se tornar um enorme patrimônio, é um dos motivos pelos quais as pessoas compram na Amazon. Existem diversas outras razões excelentes pelas quais as pessoas compram na Amazon ou em outros sítios então eu não estou dizendo que este é o único patrimônio da empresa, mas essa infraestrutura legal permitiu o desenvolvimento de um sistema de classificações e comentários que protegeu a companhia de vir a ser responsabilizada por eventuais danos que pudessem vir a acorrer a partir dos comentários. Eu pesquisei sobre a presente situação do livro do Sr. Schneider e este é o único comentário sobre o seu livro que está disponível hoje em dia. Um único comentário de uma única estrela que diz: "O autor foi recentemente sentenciado por haver fraudado o governo dos EUA." Eu não tenho a menor ideia se isso é verdadeiro, mas tampouco sabe a Amazon e o Sr. Schneider claramente não foi capaz de perseguir o Sr. Roger Lathfury, seja lá quem esse senhor seja, mesmo que o sistema legal lhe permita fazê-lo permite que a identidade dessa pessoa seja revelada e que esta pessoa seja desafiada diretamente. Então este é o caso 1. O Caso 2: Facebook. E eu amo o fato de que Mark Zuckerberg tem o que ele chama de a Lei de Zuckerberg, que soará bem familiar aos cientistas da computação nesta sala, e esta Lei dita que: a cada ano as pessoas compartilharão duas vezes mais informações do que elas compartilharam no ano anterior. Pensem nas suas próprias vidas. Eu não sei se essa afirmação é verdadeira para vocês, mas eu fico me questionando se isso se aplica a mim, e eu diria que provavelmente sim, sabem? É de fato um insight maravilhoso sobre a quantidade de informação que está sendo compartilhada. Mas esse processo de compartilhamento de informações, o que o sítio do Zuckerberg faz é permitir que as pessoas escrevam informações e a partir daí compartilhem essa informações - gratuitamente. Esse sistema obviamente depende do fato de ser capaz de monetizar ao publicar conteúdos a você de forma mais direta uma vez que agora sabem exatamente que tipos que coisas você aprecia. Amazon, me desculpem, o Facebook sabe quais os sítios que você esta visitando caso esses sítios estejam conectados a plataforma do Facebook. Se esses sítios tiverem um botão de “Curtir” não somente você pode ver o botão “Curtir” mas o botão “Curtir” também pode ver você. Mas esse processo permite que o Facebook forneça um serviço que agora cobre mais de um bilhão de pessoas no mundo. E com a Internet.org e outras iniciativas eles estão apostando em expandir esse alcance ainda mais. O terceiro caso: Pinterest. Agora, pense sobre o Pinterest, para aqueles de vocês, para aqueles 50% de vocês que não conhecem o Pinterest, o Pinterest basicamente te fornece um instrumento que lhe permite fixar qualquer coisa que você encontre na Internet em seu mural pessoal no Pinterest. Ok. Então você pode pegar essa ferramenta e dizer eu gosto de – basicamente é para imagens – eu gosto dessa imagem e esta imagem será postada na sua página. Basicamente é como uma máquina de copiar gigante para a Internet. Ok. O Prof. Klensin mencionou a inovação sem a solicitação de autorização. O Pinterest pergunta ao site se ele pode copiar aquela imagem em especial? Não. E não é necessário fazê-lo, novamente, porque se você observar, se você pensar sobre isso este é o DMCA Título II operando invisivelmente. Então, se lembrem do que eu disse sobre o DMCA Título II, que dizia que os usuários podem copiar e fazer coisas que possam a vir a violar direitos de propriedade intelectual mas o proprietário do serviço não será responsabilizado até que este seja informado sobre uma violação específica e após ser informado não retire essa violação específica do ar. Novamente, a partir de uma notificação que seja fornecida sob juramento. Em outras palavras, Pinterest não será responsabilizado pelas violações de seus usuários a não ser que a empresa seja notificada pela violação em particular. E, portanto a empresa pode - a qualquer momento que lhe informem o seguinte: “Olhe: essa imagem esta sendo fixada nesta página” a empresa tem uma tarefa bastante fácil a realizar, é uma operação algorítmica, que simplesmente remove esse conteúdo daquela página. Certo? Então em 2012 a empresa japonesa Rakuten encabeçou o investimento de 100 milhões de dólares no Pinterest, quando o Pinterest tinha mais ou menos um ano de existência. Ok. Agora, a tecnologia do Pinterest não é particularmente espetacular e qualquer pessoa pode basicamente criar instrumentos que lhe permitirá selecionar uma imagem e copiá-la para uma outra página e postá-la, e além disso é possível adicionar comentários e curtidas e corações e coisas assim nessa outra página. Não é nada difícil para um cientista da computação ou um engenheiro da computação fazer. Então por que a Rakuten investiu 100 milhões de dólares em uma start-up nos Estados Unidos ao invés de construir algo semelhante no Japão? Essa é a primeira pergunta, certo? Porque não recriar a coisa toda, se gasta 100 milhões de dólares e se tem uma companhia maior, entende? Se investe em Pesquisa e Desenvolvimento muito mais do que o Pinterest jamais investiu. E a razão é, bem, existe um número de respostas para essa pergunta. Você pode querer a equipe de gestão do Pinterest, o Pinterest já tem uma base de usuários estabelecida e assim por diante, já tem um público seguidor. Mas fundamentalmente a lei americana disse: Pinterest está de acordo com a lei, enquanto que a lei japonesa não era tão clara. Ok. Então se você tivesse investido 100 milhões de dólares no Japão na mesma ideia, bem, talvez você pudesse acabar sem sorte quando os Tribunais determinassem que todo esse modelo de negócios - de oferecer uma máquina de copiar a rede ao mundo todo - é ilegal no que tange a lei nacional de direitos de propriedade intelectual. Certo? Ok. Então acontece que - e eu escolhi exemplos que demonstrem isso - a liberdade de expressão e o debate robusto implicam no direito de criticar os outros e não somente exaltar qualidades. Foi isso que nós vimos no caso da Amazon, por exemplo. E a liberdade de expressão, que é mais um dos princípios importantes do CGI.br acaba sendo complementar a inovação sobre a qual eu estou falando. Ok. Então o resultado final é que nós apoiamos tanto a liberdade de expressão quanto o desenvolvimento econômico. As start-ups baseadas nos Estados Unidos atraem capital de risco fundamentalmente por que o seu modelo de negócio é legal nos Estados Unidos. Ok. E você pode dizer – deixe-me voltar aqui por um instante – você pode dizer, oh, isso tudo parece tão óbvio e os Estados Unidos simplesmente produz excelentes regras e sabe o que está fazendo. Não exatamente. Parte disso é um pouco acidental e muito disto é a conjuntura que prevê um comprometimento forte para com a liberdade de expressão. Eu quero lhes dar um exemplo, um exemplo engraçado sobre os debates de 1995. Aqui Ron Wyden que basicamente era o principal defensor da Seção 230. Outra congressista intervém e ela diz: “Eu gostaria de me dirigir ao senhor do Oregon" – Sr. Wyden. "Sr Presidente da Sessão, eu apoio fortemente os esforços desse senhor, mas as companhias telefônicas devem nos informar a quem nossas ligações de longa distância são feitas”. Talvez alguns de vocês mais jovens não se lembrem dessa situação, mas nós costumávamos receber longas listas especificando exatamente quais foram as ligações de longa distância que fizemos. E ela pediu a mesma listagem sobre todas as URLs que se tenha visitado. Ok. E ela queria que isto estivesse previsto no Estatuto - determinando o que os provedores de serviços da Internet deveriam fornecer quando estas empresas enviassem os seus demonstrativos de cobrança. Ok. Então, graças a Deus, isso não foi implementado, mas é possível perceber bem, nós tínhamos muitas ideias naquele tempo, e por sorte nós escolhemos algumas delas que nos prestaram bons serviços mas tudo poderia ter tomado uma direção completamente diferente. Tudo bem. Agora vamos dar uma olhada na União Européia, vamos fazer um rascunho em miniatura de algumas das questões. Há maiores discussões no meu livro sobre isso além de documentos adicionais onde é possível encontrar maiores detalhamentos se você procurar na Internet. Se você for à SSRN, se você der um Google no meu nome com SSRN é possível fazer o download de diversos documentos que são de acesso aberto. Ok, a União Européia. Aqui eu vou falar sobre o risco de exposição de responsabilização civil dos intermediários e uma flexibilidade menor no que tange aos direitos de propriedade intelectual. Ok. Um menor número de exceções, um menor número de exceções flexibilizadas no que diz respeito aos direitos de propriedade intelectual, além de regras de privacidade rígidas com as quais vocês estão familiarizados. Então vamos olhar para a primeira. Mesmo sendo um fato que a União Européia tenha aprovado diretivas que disseram “Não”: os provedores de serviço da Internet, "Os serviços online da Internet não possuem a obrigação de monitorar o que acontece nos seus serviços." Mas quase que no fôlego - da mesma fala - eles também mencionam os chamados “Deveres de Diligência (ou Deveres de Cuidado)”. Talvez vocês estejam se perguntando: O que são deveres de diligência? E é exatamente o que todas as outras pessoas também se perguntaram. O que são “Deveres de Diligência”? Como é possível saber o quão cuidadoso se deve ser com o que está acontecendo em meu sistema? Isto é na verdade uma obrigação de monitoramento? Eu tenho que monitorar o que está acontecendo no meu sistema, o que as pessoas estão dizendo? E se eu não estou monitorando, se eu não for cuidadoso o suficiente eu serei responsabilizado pelo que possa vir a acontecer através do meu sistema? Certo. E em termos de flexibilidade e direito de propriedade intelectual, então, essa é uma declaração maravilhosa feita pelo Primeiro Ministro Cameron. O Primeiro Ministro Cameron diz que os fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin lhe disseram que eles não poderiam ter fundado o Google em Londres. Isto não foi por causa da escassez de dinheiro, escassez de talento, eles disseram - de acordo com Cameron, o Primeiro Ministro Cameron - eles disseram que foi por causa da lei britânica de direitos de propriedade intelectual. E a lei britânica de direitos de propriedade intelectual não dava espaço para o que o Google precisa fazer. E o que o Google precisa fazer é - como os cientistas da computação sabem, como os cientistas da computação entre vocês sabem primeiramente, para criar um sistema de busca eficiente é necessário indexar o que deve ser buscado. E esse processo de indexação - os fundadores do Google disseram ao Primeiro Ministro Cameron - essencialmente demandava que fossem feitas cópias das coisas na rede; em certo sentido fazer uma cópia da rede como um todo. Ok. E isso seria, potencialmente, uma violação da lei britânica de direitos de propriedade intelectual. Enquanto que nos Estados Unidos isso era totalmente aceitável. Era considerado um uso transformativo que seria permissível sob doutrinas existentes de uso justo nos Estados Unidos. Então, ele diz, o Primeiro Ministro Cameron explicou: Eles têm as chamadas “Provisões de Usos Justas” o que algumas pessoas acreditam fornecer espaços oxigenados para a criação de novos produtos e serviços. A maneira pela qual muitas jurisdições funcionam dita que as exceções que são criadas para os direitos de propriedade intelectual são transcritas no Estatuto refletindo o que usuários prévios tinham feito. Quando se fala de inovação se usa coisas de uma forma que nunca foi feita anteriormente. Ok. Então se você tem uma visão histórica do que a exceção deveria ser geralmente você irá perder os novos usos que a tecnologia permite. E o “Uso Justo” americano acaba sendo muito flexível e acaba sendo sobre princípios. Estamos falando desse tipo de objetivos? E, portanto permite que a tecnologia, que os tecnólogos criem coisas novas sem que se preocupem com a possibilidade de estarem cometendo uma violação da lei de propriedade intelectual. Ok. agora nós vamos falar de privacidade. Vocês todos já ouviram falar sobre o direito de ser esquecido. E eu quero criticar – e este é somente o exemplo mais recente de uma longa tradição na União Européia em criar obrigações especiais para empresas da Internet, no que diz respeito à privacidade. Ok. Voltando pelo menos até 1995, com a Diretiva de Proteção de Dados. Mas eu só vou analisar a versão mais recente que foi criada, somente pelo interesse que foi criado a partir dessa versão. Então o direito de ser esquecido, como muitos de vocês já estão bem familiarizados quanto à implantação disso, mas essencialmente o que esse direito diz é que você pode solicitar um mecanismo de busca que remova um link de seus resultados de busca caso este seja considerado inadequado, não mais relevante, etc. - ou excessivo. E sob esse padrão, quem avaliará e julgará se esta informação é ou não é antiga demais? Acaba sendo que a lei determina que seja o Google que avalie e julgue se isso é ou não excessivo, etc. É uma terceirização bizarra de decisões normativas para uma corporação. E o Google, de fato, vem rotineiramente dizendo não as solicitações fundamentadas no direito de ser esquecido. O direito de ser esquecido não significa que a informação original não possa ser removida da rede, pelo menos da forma como está presentemente implantada na Europa. O que diz é simplesmente o seguinte: que o Google ou Bing ou Baidu não podem mais indexar aquela informação e fornecer aquele link mais recente para a página de sítio que possui aquela informação. Ok. E o Google publicou estatísticas sobre o que foi feito exatamente. Então eu vou tentar terminar em cinco minutos se eu puder ser mais rápido. Então: foi negado 60% das vezes. E acabou acontecendo o seguinte: os jornais odeiam tanto o direito de ser esquecido que quando um link é retirado do Google o jornal The Telegraph o republica e diz: estamos republicando como uma nova notícia essa estória anterior para a qual já não há mais links. Então estas pessoas sofrem a humilhação uma vez mais. E aqui estão algumas, eu só escolhi algumas das coisas que foram removidas. Então: “um vigário pediu demissão depois que os moradores da cidade o acusaram de ficar de pé, nu, na janela da sacristia” ou “um e-mail que Eric enviou a um colega após sua prisão em 2008” e é possível retornar, esses novos links ligam diretamente de volta aos sítios originais. O Google não pode mais instaurar o link, mas o jornal The Telegraph ainda assim pode telegrafá-los ao mundo. A questão mais importante - pois este é apenas um incidente engraçado - mas a questão mais importante é que novamente, retornando ao exemplo da Amazon, encontrar a verdade se torna mais difícil quando essa verdade é negativa. Isso permite que as pessoas lavem seus próprios passados e isso me parece ser um problema no que se refere à expressão. E o resultado final foi que a Lei da União Européia é amplamente inútil, mina a liberdade de expressão além de ser perniciosa a inovação local, atirando no próprio pé. Porque novamente: O Google não poderia ter sido estabelecido no Reino Unido? Não se podia criar uma enorme base de dados que indexem tudo livremente na Europa? Etc. Então vamos rapidamente voltar nossa atenção para a Coréia do Sul e eu não vou me alongar muito, eu vou somente fazer um resumo disso. Então, na Coréia do Sul, novamente as noções de alta responsabilização de intermediários e, no entanto quando na verdade quando Steve Jobs ofereceu o iPod em 2001 ele permitiu que o aparelho tocasse MP3s. A Sony quando ofereceu o walkman digital - com o disco rígido embutido - não permitiu que MP3 fossem tocados. Por quê? Porque de onde vinham os MP3s em 2001? Eles vinham basicamente da Napster e a Sony não quis os catálogos da Napster removidos para os seus discos rígidos. Bem, a Apple disse: "Nós não perguntamos de onde os seus MP3s estão vindo." Ok. A Sony teve um esquema muito particular, é assim que se faz - você tinha que demonstrar o modo legítimo através do qual você adicionou aquele arquivo digital. OK. Esta era a única forma pela qual se podia adicionar ou retirar conteúdo daquela máquina. Então a Corte Constitucional observou em 2012 que “existem redes de comunicação sobre as quais as nossas leis não se aplicam o que, portanto promove que usuários domésticos fujam para sítios da Internet estrangeiros”. Ok. Este é um insight simples que a Suprema Corte Coreana teve, ou melhor, dizendo, a Corte Constitucional; insight este que também poderia ser emprestado a outras jurisdições - caso eu fosse ousado o suficiente para fazer tal sugestão. E então, deixe-me dar uma olhada no Japão. Em 2004 Isamu Kaneko foi preso, pelo quê? O que foi que ele fez? Ele posta na rede um sistema de compartilhamento de arquivos chamado Winny. É um sistema PDP de compartilhamento de arquivos. E qual foi o seu crime? Continuar a distribuir o sistema de compartilhamento de arquivos mesmo sabendo que algumas pessoas o estavam utilizando para a violação de direitos de propriedade intelectual. Sob este padrão Steve Jobs estaria passando 100 anos na prisão. E ele foi sentenciado em um julgamento em um tribunal, mas ele ganhou a apelação, mas o procurador fez uma nova apelação - questionando a primeira absolvição - e ele teve que apelar por todo o sistema judiciário até a Suprema Corte do Japão. E ele somente ganhou em 2011. Então ele gastou o resto daquela década - ao invés de ser um excelente programador, criando produtos excepcionais - ele teve que gastar o resto da década lutando. Nessa época as pessoas disseram aos programadores japoneses: eu lhes aconselho a lançarem seus softwares em um país estrangeiro. E lembram quando eu mencionei o motor de busca do Google no Reino Unido? O Google e a Yahoo posicionaram os seus servidores de busca fora do Japão. Eles servem o Japão em japonês, mas eles posicionam os seus servidores fora do território japonês porque existe a probabilidade dos servidores de busca ser ilegais sob a lei japonesa de direitos de propriedade intelectual. O que é isso além de fogo amigo, além de um tiro no pé do desenvolvimento econômico? É a sua própria lei que está lhe prejudicando. Eu vou concluir minha fala muito rapidamente aqui. Resumindo: enquanto que os Estados Unidos abordaram a Internet com esperança os outros países a abordaram com medo. Superestimando responsabilidades. Então o resultado final aqui - novamente eu peguei emprestado uma imagem do CGI.br - com as tecnologias de comunicações contemporâneas me parece que a questão fundamental que nós devemos reconhecer é que a liberdade de expressão se tornou uma política industrial. E isto se tornou necessário para se proteger a inovação e o crescimento nacional em um mundo de comunicações rápidas e tecnologias melhores. OK. Eu vou terminar por aqui. Obrigado novamente. Parabéns. Obrigado Obrigado aos dois pelas exposições. Meu nome é Mark da Universidade Estadual de São Paulo e eu estudo propriedade intelectual então eu gostaria de falar com o Professor Anupam. A minha pergunta é a seguinte: você mencionou a propriedade intelectual e o direito de ser esquecido. Uma tendência que vem ocorrendo é que a indústria de direitos de propriedade intelectual vem removendo links de determinados motores de busca como uma tática para afastar o tráfego de arquivos ilegais e isso para mim isso funciona muito como o direito de ser esquecido no sentido de que acaba sendo o Google o ator que deve tomar a ação para mitigar a infração e, portanto eu gostaria de perguntar como você percebe a diferença entre a ação destas leis em um contexto no qual as mesmas estão sendo utilizadas com tamanha força pela indústria de propriedade intelectual? Então, é uma excelente pergunta. Então a indústria de propriedade intelectual certamente tem frequentemente agido de forma abusiva no que se refere a suas notificações de propriedade intelectual. Este é um problema sério em que eles vão atrás de crianças, eles estavam atacando pessoas com um grau de transgressão muito baixo. Mas eu realmente acredito que isso faz com que o sistema nos Estados Unidos onde eles têm o regime de notificação e retirada do ar, esse instrumento está disponível a eles, parece ser um regime com o qual as empresas tem sido capazes de conviver. Parece ser um fato que tenha havido uma redução ampla na incidência mais óbvia dos sítios da Internet que hospedariam esse tipo de coisa. Certamente não eliminou a pirataria - não importa o quanto você estenda a sua imaginação - existe uma tonelada de pirataria e então me parece que... em grande parte a pirataria resulta do fato das indústrias de propriedade intelectual elas mesmos terem sido muito dilatórias, muito lentas em abraçar as novas tecnologias. Então, me parece que isso tem sido um enorme problema, em geral. Então eu aprecio a preocupação quanto ao fato das indústrias de propriedade intelectual utilizarem essas questões de forma abusiva e é por isso que eu mencionei anteriormente o antigo requisito para as notificações - isso é muito importante no regime de notificações e retirada do ar - a maior parte da jurisdições em que o regime de notificações e retirada do ar existe não prevê esse requisito, e isso é uma limitação muito boa sobre o sistema de notificações e retirada do ar. Mas eu vou parar por aqui. Obrigado. Obrigada a você pela resposta. Próxima pergunta. Professor Chander, o senhor disse que devido a direitos de propriedade intelectual mais rígidos... O seu nome, por favor. Pedro. De? UFMG Ok, uma Universidade em Minas Gerais, Belo Horizonte. Você mencionou que devido às leis de direitos de propriedade intelectuais mais rígidas no Reino Unido e na União Européia a inovação foi de alguma forma refreada por lá. Você acredita que com o Tratado de Parceria Trans-Pacífica entre os Estados Unidos e a Coréia do Sul e muitos outros Estados acabará por causar uma queda generalizada na inovação destes países ou devido à posição superior dos Estados Unidos envolvendo esses países estes acabarão por diminuir seus desenvolvimentos científicos e os Estados Unidos vão manter essa posição de liderança em inovação? Essa é uma excelente pergunta. Então qual será o resultado da Parceria Trans-Pacífica sobre os países menores, menos desenvolvidos economicamente no mundo? Não está exatamente claro o que as provisões de propriedade intelectual de TPP – Parceira Trans-Pacífica (Trans-Pacific Partnership) serão no final das contas. Talvez possam vir a surgir esforços no sentido de introduzir algo no estilo das proteções DMCA Título II para plataformas internacionais no TPP. O que eu acredito que de fato auxiliaria o surgimento de inovações ao redor do mundo. Então, que as maiores empresas no mundo como Facebook e Google, etc e a Microsoft eles possuem as fortificações necessárias para suportar muitos ataques e obrigações e, portanto são as empresas pequenas, as start-ups que na verdade enfrentam tempestades mais difíceis no que diz respeito ao risco de exposição legal. As empresas maiores possuem times legais que vão lutar contra estas coisas até a morte - e elas geralmente eles vencem - mas os peixes pequenos vão ser simplesmente condenados ao enfrentarem processos legais. Parece-me que é importante reconhecer isso. Mas a sua pergunta diz respeito ao Trans-Pacífico em particular. Então, certamente caso se tenha uma integração maior entre as economias que operam comercialmente livremente em um tratado como o TPP isso trará a possibilidade de mais comércio entre estas jurisdições e o seu receio nesse contexto é: As nações que são tecnologicamente avançados sempre vencerão nesse cenário? E, portanto as nações menos avançadas sempre perdem. Eu não tenho tenta certeza, eu não acho que isso seja inevitável. Neste caso muitas das tecnologias não são particularmente altas tecnologias, mas sim inovações que são como Pinterest ou os jogos mais recentes, etc. Eles não são necessariamente enormes desafios tecnológicos, mas sim excelentes ideias que são muito bem implantadas. E não há razão para pensar que estas ideias não podem vir dos países menores, o Vietnã, as Filipinas, os Brasis, etc, do mundo. O Brasil não é uma nação pequena, esta é a palavra errada, as nações do mundo menos avançadas economicamente do que os Estados Unidos. Então, eu sou na verdade bem esperançoso, são vinte anos em que estamos experienciando a Internet e a Internet ainda é muito jovem, nós veremos o que acontecerá daqui a cinquenta anos. Será nesse período quando você estará olhando para trás e absorvendo essa História e se perguntando como diversos países e empresas se tornaram tão grandes como se tornaram. Obrigado. Olá, meu nome é Carlos Afonso da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e eu tenho uma pergunta muito rápida e fácil, e é uma pergunta para os dois de vocês. Vocês acreditam que os programas de zero-rating tais como os que lidam com a questão da neutralidade da rede são indutivos de inovação? Vocês percebem o futuro da Internet com toda a inovação que vocês mencionaram incluindo programas de zero-rating como os que nós temos presentemente? Então, é só isso. OK. Essa é uma questão complicada, Carlos, não é tão fácil assim. Mas certamente zero-rating, com o qual todos vocês estão familiarizados, a ideia da Internet.org que te fornece uma dúzia de sítios da rede que você pode visitar - dentre eles principalmente o Facebook - e o operador de telefonia celular na verdade paga pelas cobranças de dados, elas pagam pela cobrança de dados. Facebook - uma das coisas extraordinárias sobre essa situação é que as pessoas acreditam que é o Facebook que está fornecendo esta coisa gratuita a eles. É somente fornecer a plataforma do Facebook exatamente como ela já é - com a aparência muito semelhante. É como uma versão de dados light do Facebook que o provedor de serviços da Internet - que as suas operadores de telefonia celular - estão transportando sem que na verdade incorram cobranças sobre o Facebook. Certo? Então, certamente quando se considera essa situação sob o contexto da inovação, as dúzias de sítios da rede que esta opção oferece isso se parece com a televisão há cinquenta anos atrás. Não se parece com a Internet de hoje, certo? Como é que se consegue chegar entre esta dúzia ou duas dúzias, quantos sítios estarão disponíveis nesse formato? Como se consegue entrar nisso? Eu acho que é um desafio para a inovação. Eu também estou sempre preocupado com regulamentações que encerram coisas muito rapidamente. Eu amo o fato de que existe um diálogo acontecendo, que o CGI.br, como eu imagino, enviou um carta ao Facebook perguntando uma série de questões. E eu acredito que esse diálogo que está tentando entender exatamente o que está sendo feito é muito importante, que se esteja tentando entender quais são os planos desta empresa, garantindo, por exemplo, que eles não sejam todos em inglês, dois sítios em português e uma dúzia de sítios em inglês, de forma a incluir empresas brasileiras e informações locais. E este parece ser um primeiro passo natural - pelo menos - um passo mínimo e permitir que os inovadores brasileiros estejam presentes nessa plataforma me parece ser uma característica muito importante que as políticas locais deveriam promover. John, por favor. Eu estou sempre buscando maneiras de evitar que questões como essa sejam tratadas como problemas da Internet que tem que ser pensados de forma especial. A desvantagem desta parte que você acabou de sugerir é que ela fornece uma fórmula para que o Facebook compre os reguladores apropriados. Eu acho que o Brasil é sortudo, pois talvez seja difícil comprar os reguladores apropriados, mas eu conheço outras jurisdições onde os reguladores são bem baratos. Eu acho que existem algumas perguntas importantes que poderiam ser feitas. Se por exemplo dissessem ao Facebook que pra cada pessoa pra quem eles quisessem fornecer serviço grátis eles deveriam mandar um cheque todo mês - em algum valor apropriado para subsidiar suas conexões de Internet - tornaria as motivações deste relacionamento muito mais transparentes. Mas esta é uma dessas situações nas quais a porta está sendo aberta por uma fresta de possível boa intenção, ou possivelmente não, um mecanismo para lidar com diferentes tipos de tráfego da Internet - de formas diferenciadas. E isto é um risco, se esta questão em particular é um problema ou não pode estabelecer um precedente para outras coisas que nós concordamos que possam vir a ser problemáticas. Então estas coisas me preocupam e se elas me preocupam é por causa da neutralidade da rede ou porque elas abrem uma porta ou porque as motivações econômicas e modelos estão sendo deliberadamente escondidos atrás de outras coisas talvez isso seja outro conjunto de perguntas mas eu estou um pouco apreensivo com relação a isto. Se eu pudesse adicionar mais uma palavra sobre isso, Carlos esta não é uma frase minha, mas eu vou utilizá-la. A Internet.org não é nem a Internet nem tampouco uma .org, certo? Então é importante reconhecer isso e perceber qual é a realidade disto. Isto não significa que nós devemos nos livrar disto, mas é necessário entender exatamente o que esta acontecendo. Obrigada. Outras perguntas, por favor. Tenente Coronel Lopes Carneiro do Centro de Defesa Cibernética. A minha pergunta é para o Sr. John. Eu gostaria de saber como o senhor analisaria os impactos dos pontos de inovação que o senhor mencionou sob a perspectiva da ciberdefesa ou da cibersegurança? Primeiramente eu deveria lhe dizer que esse tipo de pergunta faz parte de um conjunto de perguntas que eu geralmente tento fazer com que outra pessoa responda para que eu precise. Eu sou muito cético pelas mesmas razões pelas quais você é cético com relação às regulamentações específicas da Internet em outras áreas sobre as regulamentações específicas sobre as assim chamadas áreas de cibersegurança. Na maior parte dos países nos temos leis bastante boas com relação a várias coisas que são consideradas comportamento criminal. Nos locais onde não as temos nós devemos saber como consertar esse problema. E tipicamente nós temos regras muito boas sobre como reforçar as nossas regras contra o comportamento criminoso. Então a primeira parte da questão sobre a cibersegurança geralmente acaba sendo a seguinte: este comportamento criminoso está coberto pela lei regular? É possível enquadrar esse comportamento sob a lei regular ao invés de tentar fazer regras especiais para a Internet? E quando as regras especiais para a Internet começam a surgir também surge uma questão semelhante, pois as coisas estão inerentemente cruzando fronteiras internacionais. Novamente nós temos séculos que nos precedem sobre como lidar com atividades criminosas cruzando fronteiras internacionais. A mais importante historicamente tende a ser a pirataria em alto mar e mesmo que eu não me anime a encorajar ninguém a tentar encontrar com criminosos na Internet que estejam cruzando fronteiras internacionais e se exporem a ser pendurados na verga do mastro isso certamente seria um impedimento poderoso. A dificuldade em se fazer leis específicas em uma área de modificações tecnológicas rápidas e eu falo muito mais como um cientista político do que como advogado pois eu não sou um representante desta última categoria, é que as leis nunca se mantêm. Nós acabamos com a situação em que a tecnologia se modifica e a lei é escrita sempre para a tecnologia prévia. E estas leis muito específicas acabam não sendo muito específicas para o problema de hoje ou o problema de amanhã, não importa o quão relevantes elas tenham sido para o problema de ontem. Então eu tenho tido a tendência de pensar sobre estas questões o máximo possível em termos de regras já estabelecidas, tratados já estabelecidos e acordos já estabelecidos e como estas regras, tratados e acordos podem ser adaptados, ajustados caso necessário, mas não elaborados especificamente para alguma tecnologia da Internet em particular. O problema do spam acabou sendo um dos melhores exemplos disto e um dos casos com os quais lidamos da pior maneira possível. E eu falarei mais sobre isso se você quiser que eu utilize algum tempo ou eu simplesmente pararei por aqui. Obrigado. Eu sou Diego do Conselho do CGI e eu tocarei em um tópico que lida com o que o Professor Klensin disse no que diz respeito à inovação de TI no sistema de domínios e eu acho que isso tem muito a ver com o tópico da liberdade de expressão que foi parte de um dos aspectos positivos apresentados pelo Dr. Chander no que se refere ao marco dos Estados Unidos. Muito recentemente no novo programa GTLD na ICANN a Amazon tentou abrir a .amazon e houve uma enorme controvérsia e o Brasil, o Peru e outros países puderam barrar o desenvolvimento desta aplicação especifica. Então, nada de .amazon. Mas muito recentemente, um mês atrás um grupo de congressistas nos Estados Unidos tentaram reabrir a questão de .amazon e eles estão tentando usar a transição da IANA como uma alavanca de poder para dizer: nós devemos falar sobre .amazon novamente e isso influenciará a maneira como nós, o Congresso dos EUA, lidaremos com o nosso processo de avaliação sobre qualquer decisão sobre o processo da IANA. E eles argumentam que a Amazon tem o direito de liberdade de expressão no sistema de nomes de domínio. Então eu gostaria de ouvir sobre a percepção de vocês sobre esse, por assim dizer, mudança no propósito do sistema de nomes de domínio muito recentemente com o sistema de nomes de domínio. A ICANN tem - por um número de razões - como alguns dos principais interesses a competição e tornar as coisas mais abertas, além de outras coisas bem intencionadas e outras nem tão bem intencionadas. Essa instituição conseguiu criar um ambiente altamente político com o sistema de nomes de domínios em geral e com a compra e venda de nomes. Poderia ter sido diferente, mas nós acabamos com esse ambiente altamente politizado e com um ambiente no qual, típico desse tipo de ambiente nos quais - especialmente no setor privado - os efeitos de distorção do dinheiro são muito consideráveis. John Postel e eu tivemos uma conversa ao redor de 1988 que ele começou e isso já tinha a ver com questões sobre quem detinha mais direito a um determinado nome do que outro - alguém em algum domínio de segundo nível. E foi nesse período que o John sugeriu, dentre muitas outras ocasiões, que nós deveríamos criar um novo conjunto de níveis de domínio de alto nível denominados B, C, D, E, F e assim por diante, até talvez Y, e daí quando alguém viesse solicitar um novo domínio nos deveríamos designá-lo aleatoriamente para um desses grupos e então nós deveríamos fazer o que foi feito em alguns outros registros da rede que foi aceitar a aplicação, mas posteriormente designar um segundo nível de corda aleatoriamente. Porque estas coisas são identificadores elas não são deveriam ter conteúdo semântico forte. Quando elas começam a ter conteúdo semântico forte elas se tornam melhores como mnemônicas, mas elas convidam essas controvérsias sobre quem tem mais direito a qual nome baseado em quê. A dificuldade com esses problemas é que eles não podem ser resolvidos de maneira razoável e equitativa. Algumas vezes nós dizemos na IETF que a diferença entre a IETF e a ICANN é que na IETF existe um acordo geral sobre o que realmente conta para que o sucesso ocorra e na ICANN não existe tal coisa a não ser que o acordo seja eu faço mais dinheiro do que ele. Pessoalmente eu acredito que essa nova discussão sobre Amazon é estúpida e não vai chegar a lugar nenhum. Eu espero que eu esteja certo. Eu também tenho algumas crenças pessoais no interesse da liberdade de expressão sobre a competência intelectual e a compreensão das questões da Internet por parte do Congresso Americano e eu provavelmente não posso repetir esses pensamentos em companhia educada tendo de liberdade de expressão ou não. Eu estou muito desapontado sobre muitas coisas no Congresso e ao mesmo tempo é importante compreender uma coisa sobre o Congresso Americano e o sistema político americano especialmente nesse momento: que uma tremenda quantidade de coisas é dita apenas pelo interesse em dizê-las ou pelo interesse de impressionar alguém que tenha doado muito dinheiro e, portanto, falar sobre qualquer coisa com as quais estes doadores se importem. Existe um longo histórico desse tipo de situação e a maior parte disso não chega a lugar nenhum uma vez que o seu propósito é simplesmente ser citado pela imprensa como tendo dito essas coisas. Então a minha impressão é que isso acabará por ir embora, mas se você está me perguntando sobre o problema fundamental, o problema fundamental é essa noção de mercados e nomes e a competição pelos nomes. E abrir o novo mercado de GTLD a qualquer um que possa pagar por ele e praticar lobby a pessoas suficientes é a causa desse problema nesse nível porque em um nível mais baixo nós simplesmente diríamos você quer Amazon, você coloca Amazon no Cub e ninguém vai pensar que Amazon.cub é o mesmo que Amazon.pe e todos nós podemos seguir em nossos caminhos felizes. Então, se ficou claro que eu estou um pouco irritado com a ICANN essa provavelmente é a inferência correta. Obrigado. Obrigado. Eu poderia...? E entre parênteses o terceiro exemplo na sua lista é a atual bagunça na África. Então, eu acho que o Sr. Klensin está absolutamente correto. A questão de liberdade de expressão, Diego, você tem razão que as pessoas dirão: “Oh, eu tenho o direito de livre expressão à .amazon”. Isto não faz sentido, certo? Porque está se reivindicando um monopólio sobre a expressão, na verdade, certo? É o oposto da liberdade de expressão. Está dizendo: Eu sou o único que pode ter isso. Certo? A liberdade de expressão é sobre a habilidade de se expressar, certo? E se a sua expressão exclui a expressão de todos os outros, então isso não pode ser de forma alguma o que a liberdade de expressão demanda. Então eu tenho que concordar plenamente. Existe outra questão sobre isso. Em um dos encontros da ICANN mais iniciais, talvez você se lembre, eu tentei explicar sobre essa noção de alguém ser dono de um nome na Internet que é precisamente sobre o que você esta falando. E a minha explicação sugeriu que nós, como sociedades humanas, já havíamos descoberto qual era o problema com isso e nós já havíamos descoberto isso há muito tempo atrás. E o exemplo que eu usei foi que quando nós estávamos vivendo em cavernas e descobrimos a linguagem e a nomeação de coisas, em algum momento havia algum homem das cavernas que era chamado de Agd que morava em uma caverna em algum lugar no alto das colinas. De repente descobre que havia um homem das cavernas chamado Agd que morava em uma caverna mais abaixo, perto do rio. E o que nós fizemos como sociedades humanas foi definir que um deles deveria ser Agd do Alto das Colinas e o outro deveria ser o Agd mais abaixo, Perto do Rio. E se não tivéssemos descoberto isso, a única coisa que nós poderíamos fazer era que um dos Agd teria que matar o outro para eliminar a duplicação de nomes. Esta realmente não é uma discussão útil, que não tem acontecido nas nossas sociedades por dezenas de milhares de anos e o fato de que alguém quer puxar essa discussão agora não deveria ser de forma alguma um problema nosso. Então, eu acredito que você tenha razão. Infelizmente diminuir esses termos parece ser politicamente improvável nesse momento. A real questão é prevenir o incremento dos termos que me parece ser algo que temos que garantir que consigamos fazer. Então eu não sei dizer se isso será politicamente possível neste momento. Eu não estou dizendo que não devemos visar essa diminuição. Ninguém investe, ninguém escreve um romance pensando sobre a possibilidade de; ninguém decide se vai ou não escrever um romance pensando sobre a possibilidade do que pode acontecer daqui a 150 anos, se alguém irá apoiar seus filhos, cinco gerações adiante, para que estes se beneficiem desse trabalho. Nenhuma corporação faz um investimento em um marco temporal de 100 anos, mesmo as grandes corporações que investem bilhões de dólares na criação de um produto ou em abrir um poço, cavar um poço no meio do oceano ou seja lá o que for eles esperam retorno na escala de décadas, não séculos. Então nada disso faz sentido economicamente falando. Você tem razão que seria melhor voltarmos atrás e reduzirmos como sugere, mas infelizmente eu não tenho certeza que a vontade política esteja presente para fazer com que isso aconteça nesse momento. Mas, você sabe, o Brasil fez coisas impressionantes no passado então eu os encorajaria a manter essa luta em andamento. Obrigado. Muito obrigado pela sessão de perguntas e respostas e pela boa discussão. Eu gostaria de reconhecer suas participações com estes pequenos presentes. Muito obrigado pela participação de vocês. Obrigado a todos vocês e parabéns pelos vinte anos. A minha experiência com a Internet retrocede a vinte anos a mais do que isso, então eu espero poder vê-los daqui a vinte anos para celebrar o seu quadragésimo aniversario..

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Itumbiara:

Amelia Derrick, Hamilton County: Canisius College. Espírito Santo: Russell Sage College, Troy; 2012.

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