Clarkson University - Arthur: Tem problema em falar palavrão?... Tem? Equipe ao fundo: Não! Arthur: Ata Arthur: É, eu o li hoje inclusive num livro comprei do tiozinho na rua sim uma frase muito importante, que eu acho que associa muito tipo de coisa que eu faço, que é... ele ta falando no contexto da valsa e... toda a história lá... mas ele fala que entre duas pessoas sempre há uma terceira, e eu acho que dá pra aplicar muito isso na tattoo sabe, entre... eu e a minha obra sempre tem um cliente que por mais que não seja uma pessoa que tatuou, mas alguém que viu ou entre eu e o cliente tem obra, acho que a obra acaba tomando essa proporção humana de... de significância assim sabe, porque é que não tem como dissociar que a obra seja ela por ela, né? e ao mesmo tempo ela carrega muito das duas pessoas tanto do do tatuado que era o mais comum antigamente e agora cada vez mais do tatuador, né? pessoas que buscam um... Representar mais um tatuador na obra. Eu acho que os principais pontos que afetam; é primeiro a auto estima acho que isso a tatuagem tem um poder incrível assim... Tanto que rola muita... Muito projeto de mulheres com câncer e tal, gente que fez cirurgia e tatua por cima cicatrizes... Gente quer cobrir coisa. Um outro fator, eu acho que é de identificação primeiro das pessoas como... como indivíduos na sociedade, em grupos e acho que muito também, das pessoas com elas mesmas. Eu acho que... Tu externalizar as coisas te ajuda a se encontrar por dentro assim. Então... eu vejo que, uma boa galera faz isso assim pra "Po, eu sinto isso, eu sou isso, então eu vou marcar na minha pele, que me ajuda a ser mais." É uma questão eterna, assim né... A não ser que alguém cubra mas, acho que mesmo assim ainda "rola" um... por mais que tem uma tatuagem que cobriu a tattoo que tá por cima, ela carrega o peso da de baixo ela está ali, porque... ela cobriu a de baixo, e a de baixo existe porque tal coisa. Sabe? Tem muita coisa que eu não sei dizer, mas eu sei escrever... Sabe? então... E também desenhar! É, porque na vida inteira eu sempre escrevi e continuo escrevendo o desenho acho que é mais um jeito de abstrair uma escrita do que, sei lá... Um desenho por si só. Pra mim, né? É, eu também acho muito bonito como deu de exemplo, sabe? Quem vem e faz uma flor, uma rosa, assim... Só que pra mim acaba sendo meio vazio, porque eu sinto muito essa necessidade de ter alguma coisa sabe? É, dai eu acabo... Usando isso a meu favor. Assim, pra mim afeta muito na questão de o que eu quero dizer, o que eu quero passar... Desde pequeno sempre fui muito hiperativo e... E com isso eu desenvolvi muito essa observação de " Ah, o que da para fazer aqui, sabe? parado nessa sala. O que da pra fazer?" Então eu aprendi muito a olhar até as pequenas, assim... E eu acho que isso carregando para a vida toda interfere bastante em tudo sabe de como a gente vê as coisas e o que a gente começa a reparar ou não É... Independente do que tu faz ou como tu faz tudo que a gente faz, a gente... expressa a gente, né? Diretora: Sim. Arthur: Então... Então... com o surfe sempre foi assim pra mim de sei lá, um pouco um jeito de se expressar, um pouco o jeito de descarregar as coisas e com a tattoo eu fui levando isso. Eu tento assim, acho que até trabalho pra ser o mais natural possível, sabe? Eu... Antes eu até ainda ficava mais nessa "nóia" de a não po, tem que fazer, tem que fazer... E hoje em dia eu já aprendi muito meu tempo assim, então... Às vezes eu passo uma, duas semanas sem tatuar sem desenhar e daí Paro e penso, "po, hoje eu vou desenhar." Ai faço, faço, ficou um tempão, porque é o momento de fazer, assim. Então... eu acho isso muito importante, que é o que a gente estava falando antes ali, de deixar fluir assim, sabe? Eu acho que isso é, principalmente pra mim, pro jeito que eu faço e pro, até pro resultado final, acho isso extremamente importante assim... De, das coisas serem naturais... Então, acho que o meu processo criativo acaba sendo bem natural assim... Às vezes até necessário de... Que nem eu falei da terapia, e tal É um lance que as vezes eu penso... "Po, não... preciso fazer isso pra botar pra fora." Eu passei muito tempo assim fazendo outros tipos de trabalho e eu sempre ficava um pouco nessa de... "Po, mas porque eu to fazendo isso, tem um monte de gente que faz. Tá, ligado?" ficava meio nessa pira, assim... Que eu sempre quis buscar uma parada que... Que as pessoas vissem diferente. Sabe? Por que eu percebo que eu vejo diferente as coisas, então... Porque eu vou fazer um negócio que todo mundo vê igual, sendo que eu posso mostrar um jeito diferente de ver? Porque, eu sei que o que eu faço é bem um único, assim... Esteticamente. Pelas referências que eu tenho e pelas minhas coisas que eu busco, assim... E eu acho que principalmente no que eu faço rola muito isso, sabe? De... fazer um negócio, cada um vê de um jeito e no final de tudo ser outra coisa, sabe? Por exemplo... O Hygor que trampa com a gente, ele vai e faz, sei lá... Uma flor. As pessoas olham uma flor e pensam "olha, é uma flor." Desse mesmo jeito cada um se afeta de um jeito diferente, que cada um tem na sua cabeça um significado pra uma flor. Independente do que seja a flor, né? Tu carrega contigo a tua bagagem de o que tu viveu em relacionado a flor. Porém, é... Ainda uma flor. No meu caso assim o que eu faço é muito abrangente e pelo menos eu tento botar muito sentimento, assim.. E... Eu percebo que muitas vezes as pessoas não estão preparadas para lidar com o sentimento. Então em cada um afeta de um jeito muito único, assim... Sabe? Que inclusive muitas vezes é diferente da proposta inicial que eu dei, e... e da ideia, né, que eu tinha quando eu fiz. Pra mim é mais importante o transmitir do que o como transmitir. Sabe? Mais um... Preciso passar algo, do que como vou passar, assim... Eu acho que até por isso que eu acabei caindo mas no abstrato e nesse tipo de trabalho. Até no que eu faço um dos fatores principais é o... Sei lá... fluidez, assim né, o movimento. Então... não tentar interromper mesmo assim... Então do jeito que afeta as pessoas... Afetou. Assim... É... Uma pessoa que sempre foi associado ao meu trabalho é Basquiat (Artista). Que sempre, sempre citaram pessoas que não conhecem, até pessoas que conhecem... Até um pouco o processo criativo e tal. Mas, geralmente outros tatuadores, pintores, bastante coisa de fotografia e às vezes até do que a gente estava falando do surfe, coisas do surfe, eu uso de referência, assim. Principalmente, porque eu gosto trabalhar bastante com o movimento e... Pra mim nada mais movimento do que o surfe, assim. E consequentemente isso afeta em... No que a gente estava falando na observação, né? Porque muitas vezes eu também paro pra ver "Po, olha só, eu criei isso aqui Isso já aconteceu muitas vezes... De fazer um desenho e estar sabe, num dia.... Triste ou alguma coisa assim. Outro, até feliz, sei lá e criar alguma coisa olhar no outro dia e falar; "Caraca, olha só como é que estava" Sabe, tipo? Não, não ter sido percebido, mas perceber depois. Eu levo sei lá, a tatuagem no geral de outro modo, mas eu vejo o tipo de coisa que eu faço mais como a arte do que como a tatuagem ensina. Acho que pra questão dos tatuadores isso é bem mais, mais nítido assim... Muito mais tatuador leva as suas, suas tatuagens e pinturas como obra mas ainda é meio difícil de alcançar o público, mas acho que com o tempo isso está indo sabe? Isso tá... Tá caminhando aos pouco, mas tá indo... Arthur: Tem problema em falar palavrão? Tem? Equipe de filmagem: Não Arthur: Ata. Po, eu uso vários... Mas acho que o que eu mais gosto é a r r o m b a d o. Chamar os outros de arrombado, eu acho que é... É uma libertação incrível. Que dá pra usar pra tudo né? Arthur: Curti..
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Guarapari:
Vanessa Ralphs, Steuben: Nassau Community College. Paraná: Manhattan campus; 2007.
Claire Mann, Westchester. São José de Ribamar: SUNY Polytechnic Institute; 2014.
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